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JC Logística

- Publicada em 12 de Fevereiro de 2016 às 20:07

Empresas reduzem transporte por caminhões

 FOTOS DE CAMINHÕES TRANSPORTANDO SOJA.     FOTOS PARA A CAPA DO LOJÍSTICA DE CAMINHÕES TRAFEGANDO NA BR-386.

FOTOS DE CAMINHÕES TRANSPORTANDO SOJA. FOTOS PARA A CAPA DO LOJÍSTICA DE CAMINHÕES TRAFEGANDO NA BR-386.


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Ao lado da soja, TVs. Pertinho do milho, motos. Com a crise econômica, muitas indústrias têm buscado reduzir custos logísticos para fazer a mercadoria chegar ao cliente. O resultado é que produtos tradicionalmente transportados por caminhões passaram a ser levados em contêineres sobre trens, modal associado ao transporte de grãos e commodities.
Ao lado da soja, TVs. Pertinho do milho, motos. Com a crise econômica, muitas indústrias têm buscado reduzir custos logísticos para fazer a mercadoria chegar ao cliente. O resultado é que produtos tradicionalmente transportados por caminhões passaram a ser levados em contêineres sobre trens, modal associado ao transporte de grãos e commodities.
Segundo estimativas de mercado, o preço do frete nas ferrovias é de 15% a 20% inferior ao rodoviário. Mas o que se ganha no bolso, perde-se na velocidade. O tempo de viagem sobre trilhos é quase o dobro do feito nas estradas.
Segundo a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), a quantidade de contêineres nas ferrovias cresceu 32% em 2014. Em 2015, a estimativa é que o ano tenha fechado com alta de 20% na movimentação, totalizando 480 mil unidades.
Essa migração de carga do caminhão para o trem está impulsionando os negócios das operadoras de ferrovias. A MRS, por exemplo, viu crescer sua movimentação de contêineres em cerca de 35% em 2015, para quase 60 mil contêineres de 20 pés ou 60 mil TEUs (a unidade padrão do "caixote").
Em 2014, a expansão foi de 8%. Segundo Elisa Guimarães Figueiredo, gerente comercial de industrializados e granéis da MRS, foram 34 novos clientes no ano passado apenas para o segmento de contêiner. Até cílio postiço embarcou nos trens da empresa, conhecida pelo transporte de minério de ferro e produtos siderúrgicos.
"O cílio postiço foi apenas uma vez. Mas já estamos transportando tablets, TVs, motocicletas, fita crepe, louça sanitária. Estamos com novos clientes no setor de alimentos e bebidas", disse Elisa.
A fabricante de TV que contratou os serviços da MRS no ano passado fica na Zona Franca de Manaus (AM). Para alcançar seu principal mercado consumidor, o estado de São Paulo, a maior parte das empresas instaladas no polo costumava despachar as TVs de balsa até Belém. De lá, os aparelhos iam por rodovia até São Paulo. Considerando o trajeto de ponta a ponta, são 10 dias em média.
Agora, muitas empresas optaram pela ferrovia. O novo itinerário mantém a primeira perna até Belém e segue por navio até o porto de Santos (SP), onde embarca em um trem até Sumaré (SP). E segue para as redes varejistas de caminhão. Na ponta do lápis, são 18 dias.
Na Brado, braço da ALL para transporte de contêineres, esse movimento também cresceu. A novidade em 2015 foi a chegada de toras de madeira aos trilhos da empresa. Segundo Marcelo Saraiva, diretor de Operações da Brado, a madeira vai de Rondonópolis (MT) até o porto de Santos e de lá é exportada. Para percorrer os 1.600 quilômetros de extensão da ferrovia que liga as duas cidades, são cinco dias. De caminhão, estima Saraiva, a viagem dura dois a três dias.
"Em 2015, crescemos 5% e vamos buscar ampliar o transporte de contêineres em 10% em 2016", diz o executivo da Brado.
Há outros exemplos: uma fabricante de sucos sediada em São Paulo usa a ferrovia da MRS para chegar ao terminal portuário de Santos, de onde os produtos seguem em navios até Suape (PE). Um trajeto feito em 10 dias. Por caminhão, o tempo de viagem é de cerca de seis dias, segundo estimativa de mercado. Como a economia vai mal, a demanda caminha a passos lentos, e os estoques estão elevados, os fabricantes não estão com pressa para fazer o produto chegar às prateleiras. A ordem, agora, é cortar custos. Por isso, acabam optando por um transporte mais barato, embora mais lento.
"(O maior uso de contêiner) é uma tendência natural. Além de mais barato, o trem é mais seguro, com menos acidentes e roubos", disse Renato Araújo, diretor operacional da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut).
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