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Empresas & Negócios

- Publicada em 22 de Fevereiro de 2016 às 14:01

Investimentos além fronteiras

 GLOBO - MUNDO - DIGITAL CONEXÕES - DIVULGAÇÃO STOCKPHOTO

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STOCKPHOTO/DIVULGAÇÃO/JC
A crise econômica, agravada pelo cenário político turbulento, tem acelerado os planos de expansão de empresas brasileiras no exterior. Com o real desvalorizado, muitas companhias, sobretudo as de commodities, buscam ampliar as exportações. Boa parte também tem arriscado a abrir subsidiárias em outros países, como forma de diversificar receita e reduzir a dependência do mercado interno.
A crise econômica, agravada pelo cenário político turbulento, tem acelerado os planos de expansão de empresas brasileiras no exterior. Com o real desvalorizado, muitas companhias, sobretudo as de commodities, buscam ampliar as exportações. Boa parte também tem arriscado a abrir subsidiárias em outros países, como forma de diversificar receita e reduzir a dependência do mercado interno.
O fluxo maior de expansão no exterior, segundo especialistas, é para os Estados Unidos, reflexo do maior potencial do mercado consumidor norte-americano. As consultas para investir nos Estados Unidos saltaram 70% no ano passado, para 7,6 mil, de acordo com a Câmara Americana de Comércio (Amcham), com base em downloads baixados no site da Amcham por interessados em fazer negócio nos EUA.
O mesmo movimento, um pouco mais contido, foi observado para o Reino Unido. No mesmo período, houve acréscimo de 30% em consultas para investir na região, segundo a agência britânica de comércio e investimentos (UKTI), que conta com 82 empresas brasileiras, de diferentes portes. "Há uma tendência geral em momentos de crise: empresas tentam diversificar sua receita e buscam outros mercados", diz Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, à frente da consultoria Barral MJorge. Barral, que faz consultorias para agências governamentais e empresas, vê um forte movimento de companhias que buscam oportunidades nos EUA e no mercado europeu. "Na Europa, a Inglaterra torna-se principal opção, por sua forte referência como centro financeiro global e porta de entrada para os países europeus, mais protecionistas."
A mineradora Magnesita, produtora de materiais refratários - usados pelas indústrias siderúrgicas -, controlada pela GP Investments, está se preparando para transferir sua sede para Londres. A empresa, que aprovou a criaçãoda holding Mag Internacional no fim de 2015, pretende listar suasações na London Stock Exchange e seus principais executivos - presidente, diretor financeiro e jurídico e de relações institucionais - já preparam a mudança.
Em um momento crítico para o setor de mineração e siderurgia, com baixos preços do minério de ferro e superoferta global de aço, a transferência da Magnesita não poderia ser mais oportuna, diz Luiz Gustavo Rossato, diretor jurídico e de relações internacionais. "A bolsa de Londres é referência de preços internacionais de minério e podemos captar dinheiro mais barato", afirma. A empresa manterá a produção no Brasil e continuará listada na BM&FBovespa.
Não à toa, os dois principais bancos privados brasileiros (Itaú e Bradesco) transferiram sua sede para Londres, centro financeiro global. Antes em Luxemburgo, o Bradesco transferiu-se no ano passado para se aproximar dos investidores globais, diz Marcelo Cabral, executivo do Bradesco na Europa. Em franco processo de internacionalização, o Itaú transferiu em 2012 a sede de Portugal para Londres. Renato Lulia, presidente do Itaú BBA Internacional, diz que a mudança foi estratégica. De Londres, Lulia também coordena as operações da Ásia e Oriente Médio. "Vale lembrar que há mais estrangeiros interessados em investir no Brasil, porque o País está barato. Como um banco internacional, ampliamos daqui as operações de fusões e aquisições."
O exigente mercado europeu, mais protecionista, também está na mira das empresas de alimentos. No ano passado, a JBS ampliou presença no Reino Unido com a aquisição da Moy Park, na Irlanda, que pertencia ao grupo brasileiro Marfrig.
A BRF (dona de Sadia e Perdigão) concluiu, no início deste mês, compra da Universal Meats, com foco em alimentação fora do lar na Inglaterra, por 34 milhões de libras esterlinas. "A transação está em linha com o plano estratégico de globalizar a companhia, acessando mercados locais, fortalecendo as marcas da BRF, distribuindo e expandindo seu portfólio de produtos ao redor do mundo", afirma Augusto Ribeiro, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da BRF.
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