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- Publicada em 26 de Janeiro de 2016 às 22:08

Confusão e briga marcam ato pró-Bolsonaro em Porto Alegre

Durante entrevista, o líder da direita foi coberto de purpurina jogada pelos militantes do movimento LGBT

Durante entrevista, o líder da direita foi coberto de purpurina jogada pelos militantes do movimento LGBT


JOÃO MATTOS/JC
Pouco antes de o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) se pronunciar ontem diante de uma plateia que lotou o Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa, um grupo de apoiadores e militantes LGBT entraram em conflito. A confusão aconteceu depois que manifestantes contra Bolsonaro, que realizavam um ato do lado de fora do Parlamento, ingressaram no teatro para promover um "beijaço". Enquanto os apoiadores aguardavam Bolsonaro entoando versos de exaltação ao deputado federal "Um, dois, três, quatro, cinco, mil. Eu quero Bolsonaro presidente do Brasil" , manifestantes de movimentos pela igualdade racial, de gênero e pelos direitos LGBT protestavam do lado de fora da Assembleia contra posicionamentos do parlamentar considerados homofóbicos, racistas e conservadores.
Pouco antes de o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) se pronunciar ontem diante de uma plateia que lotou o Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa, um grupo de apoiadores e militantes LGBT entraram em conflito. A confusão aconteceu depois que manifestantes contra Bolsonaro, que realizavam um ato do lado de fora do Parlamento, ingressaram no teatro para promover um "beijaço". Enquanto os apoiadores aguardavam Bolsonaro entoando versos de exaltação ao deputado federal "Um, dois, três, quatro, cinco, mil. Eu quero Bolsonaro presidente do Brasil" , manifestantes de movimentos pela igualdade racial, de gênero e pelos direitos LGBT protestavam do lado de fora da Assembleia contra posicionamentos do parlamentar considerados homofóbicos, racistas e conservadores.
Os ativistas contrários ao parlamentar realizavam protestos desde o início da tarde. Primeiro, houve uma aula pública sobre diversidade e militância LGBT, na Praça da Matriz. Depois, quando Bolsonaro entrou no prédio da Assembleia, jogaram um punhado de purpurina no parlamentar, enquanto ele concedia uma entrevista à televisão. E, por fim, promoveram um beijaço dentro do teatro. Segundo um dos organizadores do evento, a ideia era "promover o beijaço e ir embora".  
Lá dentro, entre as galerias, de um lado, os ativistas entoavam palavras de ordem, como "eu beijo homem, beijo mulher, tenho direito de beijar quem eu quiser" e "a nossa luta é todo dia contra o racismo, o machismo e a homofobia". Em resposta, alguns apoiadores de Bolsonaro gritavam "fora comunista"; outros, "vai pra Cuba"; e outros ainda insultavam os ativistas.
Entretanto, as provocações saíram do controle quando vários apoiadores do deputado se aproximaram dos manifestantes. Segundo relatos, o estopim da confusão aconteceu quando um homem empurrou uma jovem ativista; amigos dela saíram em sua defesa; e, a partir daí, a briga se ampliou. 
Os seguranças do Legislativo levaram algum tempo até conter a confusão. Mais tarde, quando a confusão já havia passado, e Bolsonaro enfim discursou, fez menção aos manifestantes: "Nosso grande inimigo é uma facção ideológica. Entre eles, aquelas pessoas que estavam aqui. Eles mal sabem que em Cuba não tem homofobia, porque o herói deles, Che Guevara, matou todos os homossexuais."
Quando desembarcou na Capital, Bolsonaro teve uma recepção efusiva de centenas de apoiadores que o aguardavam no saguão do aeroporto Salgado Filho.

Deputado quer candidato de direita ao Planalto em 2018

Embora a plateia do Teatro Dante Barone ensaiasse bordões de sua suposta candidatura à presidência do País, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) advertiu que não estava em campanha. Entretanto, discursou como um candidato, explicando como resolveria problemas coletivos se fosse presidente. Por exemplo, disse que, para solucionar o problema da segurança pública, tomaria duas medidas: "Primeiro, cortar toda a verba para as ONGs (Organizações Não Governamentais) que trabalham com direitos humanos. Segundo, revogar o Estatuto do Desarmamento, para que o cidadão possa se armar". Ao dizer isso, foi ovacionado.
O parlamentar justificou sua vinda a Porto Alegre, porque está viajando pelo País, pois "o Brasil está carente de lideranças de direita". A visita também foi motivada pelo convite para posse do general de exército Edson Leal Pujol, que assumiu ontem o Comando Militar do Sul. Também garantiu que, nas eleições de 2018, "a direita vai ter candidato, seja pelo PP, seja pelo PSC" partido para o qual cogita migrar para concorrer.
Em uma reunião com os deputados estaduais do PP, Bolsonaro disse que, "se for aberta uma janela em março deste ano (para deputados federais mudarem de partido), pretende ir para o PSC".
A legenda teria concordado em lançar sua candidatura à presidência da República, "oferecendo uma alternativa aos partidos de esquerda, PT e PSDB, que se revezam no poder". Também sustentou que não pretende mais concorrer à Câmara dos Deputados.
Bolsonaro defendeu o colega deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS), que responde processo por ter se referido a quilombolas, índios, gays e lésbicas como "tudo aquilo que não presta". "Já respondi processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por racismo, e o processo foi arquivado. E confio que você também será inocentado." Ao criticar o governo do PT ao qual faz oposição ferrenha , Bolsonaro alertou a plateia sobre os supostos "inimigos" que estariam tentando implantar o comunismo no Brasil. "O último obstáculo para o comunismo no Brasil somos nós, das Forças Armadas, e vocês, cidadãos de bem."

Imprensa também foi agredida

Durante entrevista, o líder da direita foi coberto de purpurina jogada pelos militantes do movimento LGBT

Durante entrevista, o líder da direita foi coberto de purpurina jogada pelos militantes do movimento LGBT


JOÃO MATTOS/JC
Na confusão, antes da palestra do deputado federal Jair Bolsonaro (PP), apoiadores do parlamentar, além de agredir os ativistas LGBT, atacaram jornalistas que faziam a cobertura. No empurra-empurra, alguns repórteres foram confrontados e ameaçados, por terem sido confundidos com manifestantes ou por, na opinião dos apoiadores do deputado, estarem dando muita atenção ao protesto e pouca para o evento. Um jornalista chegou a sofrer uma tentativa de imobilização. O repórter do Jornal do Comércio foi atingido com um soco.