Os prefeitos gaúchos saíram frustrados da reunião com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD). Durante visita ao Rio Grande do Sul, ontem, o ministro se reuniu com prefeitos e representantes da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), no Palácio Piratini, para discutir a liberação de recursos do programa Pró-Transporte. Apesar da expectativa, a única sinalização apresentada por Kassab é de que os recursos "podem ser" liberados ainda neste ano.
Diante do momento difícil para a política nacional, o presidente da Famurs, Luiz Carlos Folador (PT), avaliou o encontro "positivo", na medida em que Kassab garantiu que os recursos serão mantidos - mesmo sem data para liberação. "Temos 110 municípios aguardando a liberação de R$ 162 milhões, para que possam assinar o contrato com a Caixa Econômica Federal. Ele não deu expectativa, porque é um momento de crise, mas vai negociar com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa", disse.
Em entrevista coletiva, Kassab disse acreditar na liberação dos recursos em 2015, mas não apresentou um calendário para o pagamento. O ministro sinalizou ainda que deve atender à reivindicação de ampliação no prazo para a inscrição de projetos, prevista inicialmente para 30 de março. Com a mudança, a Famurs espera ajustar projetos que não preencheram de forma adequada aos requisitos. Incluído no orçamento do Ministério das Cidades por destinar recursos para investimentos em pavimentação, calçamento, asfaltamento e sinalizações de trânsito nas cidades, os empréstimos viabilizados pelo Pró-Transportes, via Caixa Econômica Federal, são considerados cruciais para os municípios gaúchos.
Além da Famurs, Kassab também se reuniu com dirigentes da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) e da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). "Com a Corsan, nos comprometemos a identificar uma verba para que os projetos possam ser desenvolvidos e, quando passar o momento de crise, licitados", disse. Para os representantes da Metroplan, Kassab afirmou que tentará encaminhar investimentos para obras.
Questionado sobre o andamento das discussões sobre o metrô de Porto Alegre, Kassab afirmou que representantes do ministério debaterão o tema amanhã. O empecilho segue sendo a falta de condições financeiras do Estado para assumir as contrapartidas. "Precisamos encontrar uma forma de o Estado pagar estas contrapartidas", disse. A estimativa é de que a obra custe R$ 8 bilhões e o Executivo precise arcar com R$ 1,8 bilhão.