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Política

- Publicada em 20 de Janeiro de 2016 às 22:42

Boaventura diz que desunião da esquerda no Brasil é histórica

 Fórum Social Mundial - Globalização, DESIGUALDADE E A Crise Civilizatória no Auditório Araújo Viana    na foto: Boaventura de Souza Santos, Sociólogo de Portugal

Fórum Social Mundial - Globalização, DESIGUALDADE E A Crise Civilizatória no Auditório Araújo Viana na foto: Boaventura de Souza Santos, Sociólogo de Portugal


ANTONIO PAZ/JC
O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos teceu críticas à maneira com que a esquerda se organizou desde a primeira edição do Fórum Social Mundial (FSM) em Porto Alegre. Em palestra na tarde de ontem, durante o Fórum Social Temático (FST) que comemora os 15 anos da realização do Fórum Social Mundial, Boaventura afirmou que as pautas de esquerda devem andar unidas para que as mudanças sejam significativas. "Sempre pensamos que racismo, sexismo e capitalismo caminham juntos, mas não víamos como articular estas lutas", afirmou, enaltecendo a oportunidade de união através do FST.
O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos teceu críticas à maneira com que a esquerda se organizou desde a primeira edição do Fórum Social Mundial (FSM) em Porto Alegre. Em palestra na tarde de ontem, durante o Fórum Social Temático (FST) que comemora os 15 anos da realização do Fórum Social Mundial, Boaventura afirmou que as pautas de esquerda devem andar unidas para que as mudanças sejam significativas. "Sempre pensamos que racismo, sexismo e capitalismo caminham juntos, mas não víamos como articular estas lutas", afirmou, enaltecendo a oportunidade de união através do FST.
Boaventura comenta que a desunião da esquerda é histórica. Ele critica o aparecimento desse sintoma inclusive nas relações entre coligações partidárias. "Por vezes, é mais fácil uma união com a direita do que com a esquerda", expõe. "Não temos dúvidas de que lado estamos, mas precisamos saber que nosso lado está do nosso lado. Quando vi que uma ministra se chamava Kátia Abreu, não entendi", afirmou Boaventura, demonstrando desgosto com o governo de Dilma Rousseff (PT). O sociólogo cobra que os movimentos sociais precisam pressionar até mesmo os mandatos que estão ligados a suas reivindicações, com elas atingindo o seu setor ou não. "Precisamos aprender com a história, sob pena de não termos mais 15 anos de Fórum", enfatiza.
Outro motivo citado como uma preocupação de Boaventura na continuidade do espaço de debate entre movimentos sociais de todo o mundo é a falta de resoluções por parte do Fórum. Para ele, a troca de experiências agrega na luta de diversos movimentos, mas também afasta outros. "Em 2001, tomou-se a decisão de que o FSM não tomaria posições sobre questões mundiais. Se tomássemos posição, excluiríamos pessoas. O balanço que faço é que seria melhor que, em alguns temas, o Fórum pudesse tomar posições políticas. Nós mantivemos o consenso, mas esvaziamos o Fórum", explica. A sugestão dada para suprir essa carência é a criação de uma estrutura paralela que esteja autorizada a tecer posicionamentos.
Com clara inquietação, e ovacionado pela plateia, Boaventura trouxe o exemplo da Via Campesina, que está, atualmente, dissociada do Fórum Social Temático. "Sei que há no Rio Grande do Sul, no momento, um congresso do MST com mais de mil delegados. Eles não estão no FST, já que por aqui se fazem falas, mas não se tomam posições. Precisa haver posicionamento na luta dos camponeses e dos indígenas", ressaltou.
O título de cidadão de Porto Alegre foi concedido a Boaventura através de proposição do vereador Carlos Comassetto (PT). "Como Cidadão de Porto Alegre, vou fiscalizar, vou estar atento. Não venham me dizer que as coisas estão perfeitas se elas não estão perfeitas. Tenho muitos olhos, que são olhos de homens e mulheres desta cidade, que me acompanham. Serei um cidadão vigilante aqui e no mundo", assegurou, de acordo com nota divulgada à imprensa.
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