A janela para a troca de partido por políticos com mandato, entre março e abril, movimenta o cenário político local, mesmo em período de recesso nos Legislativos. Na Câmara de Porto Alegre, após o vereador Mário Manfro ter deixado o PSDB pela Rede, a expectativa é sobre o futuro de Mauro Pinheiro e Rodrigo Maroni, com problemas no PT e PCdoB, respectivamente. Mesmo entre os deputados - que podem usufruir da janela partidária, por não estarem no fim do mandato - há rumores de mudança partidária. O deputado Missionário Volnei (PR) está sendo sondado pelo PSC e tem a expectativa de que aconteça uma alteração na legislação para possivelmente deixar a sigla.
Maroni e Pinheiro podem ingressar na Rede e se tornarem colegas de Manfro - após anos dividindo lados opostos no espectro político dividido entre PT (e aliados como o PCdoB) e PSDB. A Rede, comandada pela ex-ministra Marina Silva, foi a grande angariadora de novos filiados gaúchos. Criada em 2015, a sigla conseguiu a adesão do deputado federal João Derly (ex-PCdoB) e da deputada estadual Regina Becker (ex-PDT). O prefeito da Capital, José Fortunati (PDT), o senador Paulo Paim (PT) e o prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PT), chegaram a ter os nomes especulados para ingresso no partido, mas descartaram a mudança. Nos três casos, como os cargos são da majoritária, a mudança de partido pode ocorrer sem a perda do mandato e a necessidade de janela. O Partido Novo e o Partido da Mulher Brasileira (PMB) não conseguiram conquistar deputados gaúchos ou vereadores de Porto Alegre.
A saída de Volnei do PR é mais complicada. Deputado estadual em primeiro mandato, ele tem se aproximado do PSC e, nas últimas semanas, realizou palestras para integrantes da sigla. "Recebi o convite do pastor Everaldo (presidente nacional da sigla e candidato à presidência em 2014) para ingressar e assumir o partido no Estado. Mas não posso responder nada ao PSC, pois posso perder o que construí", afirma. De acordo com Volnei, a tendência de ida para o PSC seria de "90%", caso a janela partidária permitisse a troca de partido.
Apesar da expectativa do deputado de uma mudança da atual legislação, via Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada pelo Congresso Nacional, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) afirma que uma alteração não teria validade para estas eleições. O órgão informa que as mudanças precisariam ser realizadas com um ano de antecedência do pleito e que o parlamentar só poderia trocar de partido - para uma sigla que já exista - em 2018, na janela partidária daqueles que concorrerão a deputado estadual.