Depois de uma reunião entre o secretário estadual da Educação, Vieira da Cunha (PDT), e representantes do Cpers/Sindicato, o governo do Estado anunciou o pagamento do reajuste de 11,36% no 'completivo' ao piso do magistério percentual oficializado pelo Ministério da Educação. Com isso, o piso passa de R$ 1.917,78 a R$ 2.135,64.
"Claro que não somos contra que os professores, que já ganham pouquíssimo, recebam o valor para completar o piso. Mas, além de não ter garantias nenhuma sobre o completivo, é uma descaracterização do nosso plano de carreira", avaliou a presidente do Cpers, Helenir Schürer.
Além disso, a presidente do Cpers afirmou que o salário dos profissionais da Educação tem sofrido desvalorização nos últimos anos e, por isso, "neste ano, vamos radicalizar nossa luta. O governo vai ter que apresentar uma proposta para repôr a desvalorização dos nossos vencimentos".
Segundo Helenir, o completivo distorceria o plano de carreira, pois concederia aumento apenas para parte da categoria: os profissionais que estão no nível mais alto do plano de carreira (níveis 1 e parte do 2, de uma escala com cinco patamares) não são beneficiados pelo aumento do índice, pois, como recebem mais que o piso, não necessitam do completivo para ganhar o vencimento mínimo estipulado por lei.
O complemento ao salário do magistério tem sido utilizado, pelo menos, desde o governo Tarso Genro (PT) para garantir o pagamento do piso aos professores que ganham remuneração menor que o piso nacional. O problema, segundo o Cpers, é que o completivo não incide, por exemplo, no cálculo da aposentadoria.
Sem contar o completivo, o salário básico de um professor estadual com 40 horas de aula por semana é de R$ 1.260,00 o que corresponde a apenas 59% do valor do piso. Segundo a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), a medida vai contemplar 32.061 professores gaúchos e custar em torno de R$ 143 milhões ao longo de 2016.