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Política

- Publicada em 12 de Janeiro de 2016 às 17:37

A 4ª Câmara Criminal é 'ponto focal no combate às irregularidades'

 Entrevista com Vladimir Giacomuzzi

Entrevista com Vladimir Giacomuzzi


ANTONIO PAZ/JC
Um dos principais fatores que concorreram para o volume de 340 condenações de prefeitos no Rio Grande do Sul entre 1988 e 2012, cifra considerada alta em comparação a outros estados, foi a criação, em 1992, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) do Estado. Segundo o pesquisador Luciano Da Ros, a instância, que passou a ser conhecida pela alcunha de "Câmara dos Prefeitos", "virou uma espécie de ponto focal no combate às irregularidades cometidas pela administração pública municipal", conta.
Um dos principais fatores que concorreram para o volume de 340 condenações de prefeitos no Rio Grande do Sul entre 1988 e 2012, cifra considerada alta em comparação a outros estados, foi a criação, em 1992, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) do Estado. Segundo o pesquisador Luciano Da Ros, a instância, que passou a ser conhecida pela alcunha de "Câmara dos Prefeitos", "virou uma espécie de ponto focal no combate às irregularidades cometidas pela administração pública municipal", conta.
De acordo com o desembargador aposentado Vladimir Giacomuzzi, responsável pela 4ª Câmara de 1994 a 2009, sua atuação agilizou processos outrora muito demorados, que utilizavam de expedientes como a carta precatória. Na prática, o documento delegava a um juiz local a obrigação de ouvir uma testemunha, já que esta tem o direito a ser ouvida no município onde reside, o que acabava por sobrecarregar juízes que, além dos próprios processos locais, tinham de estudar casos que não conheciam, o que tornava o processo moroso.
"Em vez de o desembargador relator ir a Pelotas, por exemplo, a câmara formou uma equipe para fazer a instrução do processo. E ela consistia em ter um juiz instrutor, que ia a estes lugares. Levava consigo um estenotipista, um secretário, tendo marcado o dia em que iria ouvir a testemunha", relembra Giacomuzzi. Hoje em dia, o mecanismo mais utilizado é o da videoconferência, corrente, por exemplo, na Operação Lava Jato.
Vladimir Giacomuzzi salienta a importância desse modelo. "O grande segredo era permitir que a instrução fosse realizada, pois isso possibilitava que o processo tivesse término e ficasse pronto para ser julgado", explica, e brinca que "senão, até hoje estaríamos aguardando a precatória de Palmares".
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