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Governo Federal

- Publicada em 07 de Janeiro de 2016 às 19:28

Wagner intermediou doação a empreiteiras

Jaques Wagner é citado por empreiteiro condenado na Lava Jato

Jaques Wagner é citado por empreiteiro condenado na Lava Jato


Wilson Dias/Agência Brasil/JC
Um conjunto de mensagens telefônicas de texto recolhidas pela Lava Jato mostra a proximidade do ex-presidente da empreiteira OAS José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, com importantes nomes ligados direta ou indiretamente ao PT e ao governo da presidente Dilma Rousseff, Entre eles, estão o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. Os três não são alvos da operação.
Um conjunto de mensagens telefônicas de texto recolhidas pela Lava Jato mostra a proximidade do ex-presidente da empreiteira OAS José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, com importantes nomes ligados direta ou indiretamente ao PT e ao governo da presidente Dilma Rousseff, Entre eles, estão o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. Os três não são alvos da operação.
O conteúdo das mensagens mostra que o executivo, condenado a 16 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema do petrolão, atuou por interesses dos petistas em episódios distintos. No caso de Wagner, há negociação de apoio financeiro ao candidato petista à prefeitura de Salvador em 2012, Nelson Pelegrino, como também pedidos de intermediação do então governador da Bahia com o governo federal a favor de empreiteiros.
Os diálogos foram obtidos pelos investigadores da Lava Jato em Curitiba (PR) e remetidos à Procuradoria-Geral da República (PGR) por haver menção aonome do ministro - que possui foro privilegiado. As mensagens de texto foram trocadas entre agosto de 2012 e outubro de 2014.
O ministro é identificado como "JW" e os investigadores suspeitam que o apelido "Compositor" também seja uma referência a ele, devido à similaridade com o nome do maestro e compositor alemão Richard Wagner. Já o candidato do PT à prefeitura de Salvador Nelson Pelegrino é citado nas mensagens como "NP" ou "Andarilho", em alusão a "peregrino", trocadilho com seu sobrenome. No primeiro turno daquela eleição, ele disputou o comando da capital baiana com ACM Neto (DEM) e Mário Kertész (então PMDB), identificados nas conversas como "Grampinho" e "MK", respectivamente.
No segundo turno, Kertész decidiu deixar o partido, que aderiu à campanha de ACM Neto, e apoiar Pelegrino. Wagner aparece como intermediador das conversas na negociação de apoio do PMDB ao candidato petista.
No dia seguinte, quando Kertész marcou coletiva para anunciar sua saída do PMDB, Pinheiro enviou mensagem a Wagner. "Assunto MK, preciso lhe falar." Um pouco mais cedo, Pinheiro havia enviado mensagem a Manuel Ribeiro Filho. Investigadores suspeitam se tratar de possível código para efetuar um pagamento. No texto, o executivo escreveu: "O endereço que filho me forneceu foi M.K. Street 3.600". A suspeita dos investigadores é de que o número se refira a um valor pago e a sigla "MK" ao destinatário do dinheiro.
Procurado, o ministro da Casa Civil não se manifestou sobre o caso. O advogado Edward Carvalho, um dos responsáveis pela defesa de executivos da OAS na Operação Lava Jato, afirmou que não iria comentar as informações. A assessoria de imprensa de Pelegrino não retornou.
Já Mário Kertész afirmou que é amigo de Léo Pinheiro, mas que não participou de arrecadação para campanha de Nelson Pelegrino no segundo turno da disputa municipal em Salvador, tendo oferecido apenas apoio político. Pelegrino foi procurado por meio de sua assessoria, mas não se pronunciou.
Já a liderança do PPS na Câmara dos Deputados apresentará nesta sexta-feira uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a atuação ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e sua relação com a OAS, envolvida no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
“Todos os escândalos do PT passam pela Casa Civil”, disse mais cedo o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), citando José Dirceu, Antonio Palocci, Erenice Guerra e a própria presidente Dilma Rousseff, todos nomes que já comandaram a pasta. “É o principal cargo do governo e é preciso ter alguém com relações com o mundo empresarial, da propina, do negócio”, afirmou o parlamentar.

'Devo ter sido virada do avesso', afirma Dilma sobre as investigações que estão em curso

A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta quinta-feira ter certeza de que as investigações que estão em curso no País, como a Operação Lava Jato, tiveram como foco sua vida pessoal e política, que foram "viradas ao avesso", mas ponderou que não há "nenhum embaçamento ou questão pouco clara" sobre sua conduta.
"Tenho clareza que devo ter sido virada ao avesso e tenho clareza também, até porque entendo de mim mesma, que podem continuar me virando do avesso. Sobre minha conduta não paira nenhum embaçamento, nenhuma questão pouco clara", disse a presidente.
Em sua primeira entrevista do ano, durante um café da manhã com jornalistas no Planalto, Dilma criticou o que chamou de "vazamento e espetacularização" das denúncias que atingem integrantes do governo, como os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social), e diversos nomes do PT e de partidos de sua base aliada. Para ela, não pode haver "dois pesos e duas medidas para ninguém no Brasil".
A presidente disse que é preciso "manter o direito de defesa" aos acusados, mas sugeriu que, apesar de "apoiar integralmente" o trabalho do Ministério Público, da Polícia Federal e da Justiça, a maior parte das informações que que chegam ao público são contra quadros ligados ao governo.
"Nunca me recusei ao diálogo, mas, muitas vezes, foi feito de forma discreta (com a oposição)", disse. "Não é possível achar que repetiremos 2015. Esgotou o modelo do quanto pior, melhor", completou.
Sobre as críticas da oposição diante da proposta do governo em fazer a reforma da Previdência, endossada também pelo PT, Dilma afirmou que a oposição precisa "ter o mínimo de compromisso com o País" e que "interesses maiores não devem ser filtrados pelos interesses menores" quando se trata deste tipo de discussão.
A presidente disse ainda acreditar que, em 2016, não haverá mais apoio às chamadas "pautas-bomba" como no ano passado, que oneravam ainda mais os cofres públicos, e que espera que este ano tenha um cenário econômico e político melhor que o de 2015.
Em crise com seu partido, o PT, que tem cobrado mudanças da presidente, e em constante conflito com o aliado PMDB, Dilma afirmou que "não estamos em um País em que as pessoas pensam igualzinho".

Petista visita filha e neto recém-nascido em Porto Alegre

A presidente Dilma Rousseff passou a tarde desta quinta-feira ao lado da família no Hospital Moinhos de Vento, onde nasceu, pela manhã, seu segundo neto, Guilherme. A presidente chegou no local às 14h50min, logo após aterrissar no aeroporto Salgado Filho. Os carros que entraram com Dilma nas dependências do hospital foram embora por volta das 17h. Ela não teve nenhum contato com a imprensa.
A filha de Dilma, Paula, deu à luz às 7h11min. Guilherme nasceu de cesariana, com 3,940 quilos e 51 centímetros. Ao longo do dia, mãe e filho também tiveram visita do advogado trabalhista Carlos Araújo, ex-marido de Dilma. Paula já é mãe de Gabriel, que tem cinco anos.
Por volta das 17h30min, foi publicada nos perfis oficiais da presidente nas redes sociais uma foto de Dilma com o bebê. "Apresento a vocês meu neto Guilherme. Assim como Gabriel, vai alegrar a minha vida", diz o texto que acompanha a postagem.
Enquanto Dilma estava no hospital, quatro pessoas fizeram um protesto em frente ao portão de acesso por onde a comitiva presidencial entrou. Os manifestantes carregavam cartazes que criticavam o fato de o neto de Dilma ter nascido em um hospital particular. "Elite petista = hospital de luxo. Pobre = fila do SUS", dizia um dos textos.
"Nada contra vir a um hospital privado, mas desde que seja com o seu dinheiro. A população brasileira está cansada de corrupção", afirmou a analista fiscal Bruna Sipel, de 26 anos, que participou do protesto.