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Opinião

- Publicada em 22 de Janeiro de 2016 às 19:18

Sobre o silêncio

Em tempos de massificação de informações, pode parecer inadequado tratar do significado do silêncio. Redes sociais e imprensa, por necessidade de comunicação instantânea, informam, opinam, extravasam. Assim sendo, há espaço para perceber o silêncio? O silêncio tem significados distintos vinculados às circunstâncias. Pode consistir em homenagem, quando a comunidade paralisa para não esquecer aqueles que pereceram no Holocausto.
Em tempos de massificação de informações, pode parecer inadequado tratar do significado do silêncio. Redes sociais e imprensa, por necessidade de comunicação instantânea, informam, opinam, extravasam. Assim sendo, há espaço para perceber o silêncio? O silêncio tem significados distintos vinculados às circunstâncias. Pode consistir em homenagem, quando a comunidade paralisa para não esquecer aqueles que pereceram no Holocausto.
O silêncio, em outra situação, pode significar resistência, protesto. Resiste-se pelo silêncio para preservar a vida, para não prestar informações. Silêncio pode, entretanto, ser sintoma de conivência.
Não há dúvida de que o exercício da cidadania se objetiva pela possibilidade de participação e de manifestação. Pela exposição do pensamento, se alcança a convivência, o debate, a necessária tolerância. Consiste na passagem da condição de súdito para o estado de cidadão.
Nem sempre assim foi possível. A existência de sociedades encerradas em seus dogmas ou valores, ou também em regimes totalitários, provocou muitas vezes o silêncio. Como possibilidade de resistência.
Porém, existe outro significado do silêncio que não se pode admitir: quando o silêncio ratifica a intolerância e a discriminação. Nesses momentos, se torna indispensável manifestação e participação das pessoas, especialmente de intelectuais e políticos, para evitar a violação dos valores civilizatórios.
Há também outros momentos específicos em que não é possível calar. São as oportunidades de registrar, de testemunhar, enfrentando medos e sofrimento, para que não seja perdida a memória.
As vidas que pereceram na terrível indústria da morte nazista, que produziu o Holocausto, não podem ser esquecidas. É preciso sempre lembrá-las. Podemos homenageá-las e lembrá-las pelo significado do silêncio respeitoso. Mas não podemos silenciar em relação ao episódio do Holocausto para que definitivamente não se repita.
Vice-Presidente da Federação Israelita do RS
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