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Opinião

- Publicada em 19 de Janeiro de 2016 às 16:13

Brasil enfrentará um cenário adverso em Davos

Único representante brasileiro no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que começa amanhã, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa terá a difícil missão de provar que o Brasil continua sendo um país atrativo e capaz de oferecer oportunidades e segurança para os investimentos. País que foi do paraíso ao fundo do poço em curto espaço de tempo, o Brasil hoje é visto, infelizmente, como a terra da corrupção e da falta de governança. Para os estrangeiros, que até ontem viam no Brasil um mercado rumo à ascensão econômica, é difícil entender como a Petrobras, que já foi a maior empresa da América Latina, afundou a ponto de estar com suas ações sendo negociadas na Bovespa a R$ 4,80, como aconteceu na segunda-feira.
Único representante brasileiro no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que começa amanhã, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa terá a difícil missão de provar que o Brasil continua sendo um país atrativo e capaz de oferecer oportunidades e segurança para os investimentos. País que foi do paraíso ao fundo do poço em curto espaço de tempo, o Brasil hoje é visto, infelizmente, como a terra da corrupção e da falta de governança. Para os estrangeiros, que até ontem viam no Brasil um mercado rumo à ascensão econômica, é difícil entender como a Petrobras, que já foi a maior empresa da América Latina, afundou a ponto de estar com suas ações sendo negociadas na Bovespa a R$ 4,80, como aconteceu na segunda-feira.
Barbosa, que faz seu début nos palcos internacionais amanhã, em um encontro fechado com 40 executivos no Business Interaction Group on Brazil - que conta com mais de 50 na lista de espera -, terá de responder às perguntas dos representantes de grandes empresas multinacionais. Ainda na quarta-feira, o ministro participa de um almoço organizado pelo Bancol Itaú com 60 altos executivos, onde terá a oportunidade de discutir as perspectivas para a América Latina em 2016 - e, certamente, terá de responder a muitas e difíceis questões, algumas talvez embaraçosas, sobre a economia que está sob seu encargo.
Na quinta-feira, o ministro participará da sessão aberta, com transmissão pela internet, sobre como reativar a economia mundial. Também haverá reuniões bilaterais com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew, e com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde.
Não fossem tantas as dificuldades, Barbosa ainda terá de se apresentar ao mundo da economia global - sem atuação anterior em atividades deste nível, ele é desconhecido dos frequentadores de Davos, que nesta edição tem como assunto a Quarta Revolução Industrial. É certo que ele não será hostilizado nem vaiado, porque tais manifestações não são apropriadas para os participantes nem para o local, onde mais de 1,5 mil líderes de negócios e cerca de 1 mil representantes de multinacionais vão discutir os impactos da inovação e da tecnologia na indústria e na sociedade. Mas é certo que ele terá de ser convincente ao explicar que o Brasil tem condições de resolver seus problemas, tanto de governança quanto de combate aos crimes de colarinho branco.
Como mais um entrave à imagem brasileira no exterior, Barbosa encontrará um informe produzido pelo fórum que identifica o fracasso da governabilidade do País como o maior obstáculo para fazer negócios no Brasil em 2016. A crise política e a corrupção foram apontadas como os maiores riscos globais no informe feito a partir de pesquisa com mais de 13 mil empresários.
No restante do mundo, a questão da falência da administração pública aparece como o quarto maior risco e é apontada como problema por apenas 27% dos entrevistados. Em nível global, os maiores riscos, segundo Davos, são a imigração e as mudanças climáticas.
Como se vê, Barbosa terá poucas chances de aproveitar as paradisíacas paisagens da estação de esqui que recebe a quase totalidade do PIB global. Em vez de descer as encostas geladas sobre um par de esquis, o ministro terá de direcionar o esforço para mostrar que o País mantém atrativos e que, se há corrupção, ela está sendo combatida. Pode, em último caso, até argumentar que um dos meninos de ouro de Davos, o banqueiro André Esteves, do Banco Pactual, já esteve na cadeia - agora, está em prisão domiciliar -, o que pode ajudar a provar que o País não protege e nem é conivente com a corrupção.
 
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