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Opinião

- Publicada em 08 de Janeiro de 2016 às 18:55

Que País é este?

Paulo Afonso Pereira
Causa espanto ver reações de setores da sociedade, especialmente da área médica, de ensino e de governo, contrários a que seja desenvolvida e ministrada, mesmo que ainda em fase experimental, uma droga para tratamento do câncer. A polêmica envolvendo o uso da fosfoetanolamina sintética - uma nova substância contra o câncer - a qual os pacientes só obtém acesso mediante ações judiciais, nos impressiona. É incrível que um país com baixo índice de desenvolvimento de tecnologias, principalmente a de fármacos, esteja dando pouca importância a um medicamento desenvolvido há mais de 20 anos pelo cientista Gilberto Chierice, na USP. O mesmo já foi patenteado, e tem resultados comprovados, segundo depoimento de milhares de pacientes, e está a espera de autorização e produção.
Causa espanto ver reações de setores da sociedade, especialmente da área médica, de ensino e de governo, contrários a que seja desenvolvida e ministrada, mesmo que ainda em fase experimental, uma droga para tratamento do câncer. A polêmica envolvendo o uso da fosfoetanolamina sintética - uma nova substância contra o câncer - a qual os pacientes só obtém acesso mediante ações judiciais, nos impressiona. É incrível que um país com baixo índice de desenvolvimento de tecnologias, principalmente a de fármacos, esteja dando pouca importância a um medicamento desenvolvido há mais de 20 anos pelo cientista Gilberto Chierice, na USP. O mesmo já foi patenteado, e tem resultados comprovados, segundo depoimento de milhares de pacientes, e está a espera de autorização e produção.
Em 1990, quando presidimos a Comissão Interministerial para formular o projeto da nova lei de Propriedade Industrial Brasileira, o grande empenho foi para que o Brasil tivesse permissão para a concessão de patentes farmacêuticas, o que até então não ocorria. À época falava-se que as indústrias nacionais de medicamentos iriam se beneficiar, pois poderiam investir em pesquisa e desta forma obter patentes e competir no mercado com as multinacionais. Infelizmente isto não ocorreu. O que houve sim, foi que as empresas estrangeiras trouxeram para cá seus inventos e aqui fizeram pedidos de patentes, muitos dos quais ainda sequer foram analisadas pelo INPI.
Quando surge um experimento de caráter científico, que brota dentro de uma universidade acreditada, não se pode ser indiferente. O mínimo que se pode fazer é averiguar, apoiar seu desenvolvimento e buscar as comprovações científicas necessárias. Acredito que, neste País "remédio-dependente", esta ação é fundamental. Na era da inovação e do conhecimento, não podemos perder o trem da história.
Ex-presidente do INPI
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