No dia em que se completou 71 anos da liberação do campo de concentração de Auschwitz, o presidente de Israel, Reuven Rivlin, revelou o pedido de clemência escrito pelo nazista Adolf Eichmann dois dias antes de ser executado, em 1962. A carta inédita foi exibida em uma cerimônia do Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto em Jerusalém.
No texto, dirigido ao então presidente Yitzhak Ben-zvi, um dos principais organizadores do Holocausto disse que o tribunal que o condenou à morte exagerou ao avaliar seu papel no plano de extermínio dos judeus. "Não é certo dizer que eu fosse tal figura importante que pudesse supervisionar ou acompanhar de forma independente a perseguição de judeus. Nunca dei ordens em meu nome, mas sempre atuei segundo ordens", escreveu. Para ele, o tribunal precisava diferenciar os verdadeiros responsáveis dos que eram "simples ferramentas".
Membro do partido nazista austríaco e tenente-coronel da SS, Eichmann fugiu em 1950 de um campo de prisioneiros para a Argentina. Dez anos depois, agentes da Mossad, o serviço secreto israelense, sequestraram o nazista no país, onde vivia com uma identidade falsa, e o levaram a Israel.