O Papa Francisco e o presidente iraniano, Hassan Rouhani, se reuniram, ontem pela manhã no Vaticano, por cerca de 40 minutos. Durante o encontro, o líder da República Islâmica pediu que Francisco reze por ele e disse que o encontro "foi um prazer". Desde 1999, um pontífice e um chefe de Estado iraniano não se reuniam.
O encontro ocorre no segundo dos quatro dias de visita de Rouhani à Itália e à França a primeira viagem da autoridade ao exterior desde que as sanções internacionais contra o Irã foram afrouxadas, neste mês. À procura de interessados em investir no país com o fim das sanções, Rouhani lidera uma delegação de 120 pessoas, que inclui empresários e o ministro de petróleo e gás o país persa é um dos maiores produtores de petróleo do mundo.
Em discurso à comunidade de empresários italianos antes do encontro com o Papa, Rouhani citou o Alcorão, dizendo que "a igreja, a sinagoga e a mesquita devem conviver lado a lado".
O Vaticano tem pedido há tempos um acordo negociado para a guerra civil de quase cinco anos na Síria e apoiou a participação de Teerã nesse processo, mesmo com objeções de governos árabes e ocidentais que desejam a queda do poder do presidente sírio, Bashar al-Assad. O Papa agradeceu Rouhani pela visita e disse que "espera o alcance da paz". Após a reunião, o Vaticano disse que Teerã deve ser um importante parceiro no combate ao terrorismo.
No ano passado, o representante da Santa Sé para as instituições da Organização das Nações Unidas em Genebra disse que o Irã era "parte integral do diálogo e da negociação" para a paz no Oriente Médio e em particular para "uma resposta comum, coordenada e razoável" ao Estado Islâmico na Síria. Em outubro, o Irã foi convidado pela primeira vez para participar de conversas multilaterais para tentar encerrar a crise na Síria.