O governo do Irã afirmou ontem que as novas sanções impostas pelos Estados Unidos contra o país são "ilegítimas", e prometeu continuar desenvolvendo suas Forças Armadas nos marcos de seus compromissos internacionais. Na noite de domingo, a Casa Branca anunciou que irá punir 11 indivíduos e empresas envolvidos no fornecimento de tecnologia usada em um teste de mísseis balísticos realizado pelo Irã em outubro.
"As sanções dos EUA contra o programa de mísseis balísticos do Irã (...) não têm legitimidade legal ou moral", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Hossein Jaberi Ansari. A chancelaria iraniana também disse, em comunicado, que "a República Islâmica responderá a essas medidas agravantes e propagandísticas desenvolvendo mais do que nunca seu programa legal de mísseis e suas capacidades de defesa".
As novas sanções foram anunciadas menos de 24 horas depois de a Casa Branca e a União Europeia (UE) derrubarem punições bem mais abrangentes, que vinham sufocando a economia iraniana. A medida coincidiu com uma troca de prisioneiros entre Irã e EUA, e foi anunciada após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) declarar que Teerã cumpriu os compromissos assumidos sob o acordo nuclear assinado em julho do ano passado.
O Irã afirma que o teste balístico realizado em outubro envolvia mísseis convencionais, mas a ONU considerou que o país persa havia violado resoluções internacionais que o proíbem de desenvolver artefatos capazes de transportar armas nucleares. De acordo com o jornal conservador Kayha, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que novas sanções sob qualquer pretexto constituiriam uma violação do acordo nuclear.
Segundo uma fonte diplomática, o presidente do Irã, Hasan Rouhani, visitará Itália e França na semana que vem, em sua primeira viagem à Europa desde o levantamento das sanções ocidentais. Rouhani estará na Itália entre 25 e 26 de janeiro, onde deve se reunir com o Papa Francisco e líderes políticos e empresariais. No dia 27, segue para a França.