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Coreia do Norte

- Publicada em 06 de Janeiro de 2016 às 14:59

ONU condena teste com bomba

Sul-coreanos assistem reportagem sobre atividades no país vizinho

Sul-coreanos assistem reportagem sobre atividades no país vizinho


JUNG YEON-JE/AFP/JC
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, condenou ontem o anúncio feito pela Coreia do Norte de ter realizado um teste com uma bomba de hidrogênio, chamando-o de uma ação "desestabilizadora para a segurança da região", e pediu para que Pyongyang pare qualquer outra atividade nuclear e cumpra suas obrigações para "provar que não possui nenhum programa nuclear". A TV estatal norte-coreana noticiou que cientistas do país conduziram a detonação bem-sucedida por volta das 10h de ontem (23h30min de terça-feira, pelo horário de Brasília).
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, condenou ontem o anúncio feito pela Coreia do Norte de ter realizado um teste com uma bomba de hidrogênio, chamando-o de uma ação "desestabilizadora para a segurança da região", e pediu para que Pyongyang pare qualquer outra atividade nuclear e cumpra suas obrigações para "provar que não possui nenhum programa nuclear". A TV estatal norte-coreana noticiou que cientistas do país conduziram a detonação bem-sucedida por volta das 10h de ontem (23h30min de terça-feira, pelo horário de Brasília).
Ban falou aos jornalistas pouco antes da reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre o anúncio norte-coreano, o primeiro passo em direção a um aperto nas sanções internacionais sobre o país. O chefe da ONU afirmou que o último teste é "profundamente preocupante" e "mais uma vez viola as numerosas resoluções do Conselho de Segurança, apesar do pedido da comunidade internacional para cessar tais atividades". Já o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, condenou "o contínuo desenvolvimento pela Coreia do Norte de armas nucleares e programas de mísseis balísticos e sua retórica inflamatória e ameaçadora".
Especialistas afirmaram serem céticos sobre a confecção de bombas de hidrogênio, muito mais poderosas e difíceis de se fabricar do que as atômicas. A confirmação do teste iria piorar ainda mais a relação entre Pyongyang e os seus vizinhos, como Japão e Coreia do Sul, e levar a um forte impulso para sanções mais duras da ONU sobre o país.
O regime norte-coreano realizou testes com bombas nucleares em 2006, 2009 e 2013. Pyongyang mantém sob segredo seu programa atômico, sob o pretexto de exercer seu direito soberano à defesa, e por isso é alvo de sanções. No início de dezembro, o governo indicou que o país estava em fase avançada de desenvolvimento da bomba de hidrogênio.
Imagens de satélite divulgadas nos últimos meses mostravam que a Coreia do Norte se preparava desde abril para o teste nuclear. Desde junho, a Escola de Estudos Internacionais da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, divulga fotos de uma grande construção sendo feita na base norte-coreana de Punggye-ri.
Os primeiros registros dos trabalhos foram feitos em abril, com a escavação de um primeiro túnel. Em 25 de outubro, já eram quatro grandes túneis, em padrão similar ao usado em testes de bombas nucleares no passado. Em 3 de dezembro, quando foram divulgadas as imagens pelo site 38 North (38 Norte, em referência ao paralelo que divide as Coreias), os especialistas afirmaram não haver sinais de que haveria um ataque nas semanas seguintes.
 

Tremor de terra no nordeste do país pode ter sido provocado por explosão

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) divulgou que um terremoto de 5,1 graus na escala Richter ocorreu nas proximidades do local do teste nuclear, no nordeste da Coreia do Norte. Segundo o site do Bureau Sismológico da China, o tremor foi o "possível resultado de uma explosão".
O Japão também se pronunciou sobre o caso. "Considerando episódios passados, é possível que este abalo seja um teste nuclear praticado pela Coreia do Norte", disse o porta-voz do governo em Tóquio, Yoshihide Suga.

Explosivo é mil vezes mais potente que a bomba atômica comum

A bomba de hidrogênio é mil vezes mais potente que a atômica comum. Enquanto esta gera energia a partir da divisão dos núcleos de átomos, a primeira utiliza a fusão deles, liberando uma quantidade maior de energia.
A bomba de hidrogênio mais poderosa utilizada até hoje foi a Czar, testada pela antiga URSS em 1961 no arquipélago de Novaya Zemlya, no Círculo Polar Ártico. Sua explosão teve um poder de destruição equivalente a 50 milhões de toneladas de dinamite, sendo 3 mil vezes mais poderosa que a bomba atômica detonada pelos EUA sobre Hiroshima, no Japão, em 1945.