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Oriente Médio

- Publicada em 03 de Janeiro de 2016 às 18:00

Judeus são indiciados por queimar casa de palestinos

Crime resultou na morte de um casal e de uma criança de um ano e meio

Crime resultou na morte de um casal e de uma criança de um ano e meio


JAAFAR ASHTIYEH/AFP/JC
A Justiça de Israel indiciou ontem quatro extremistas judeus por envolvimento no ataque à casa de uma família palestina em Duma, na Cisjordânia, que terminou com a morte de um casal e de seu filho de um ano e meio. A ação, realizada em 31 de julho de 2015, também deixou uma criança de quatro anos gravemente ferida e foi um dos fatos que alimentaram a onda de violência entre israelenses e palestinos iniciada em setembro do ano passado.
A Justiça de Israel indiciou ontem quatro extremistas judeus por envolvimento no ataque à casa de uma família palestina em Duma, na Cisjordânia, que terminou com a morte de um casal e de seu filho de um ano e meio. A ação, realizada em 31 de julho de 2015, também deixou uma criança de quatro anos gravemente ferida e foi um dos fatos que alimentaram a onda de violência entre israelenses e palestinos iniciada em setembro do ano passado.
Amiram Ben-Uliel, 21 anos, morador de um assentamento judaico, foi indiciado por triplo homicídio, tentativa de homicídio e por pertencer a uma organização terrorista. Ele é acusado de ter atirado o coquetel molotov que queimou a casa.
Um adolescente de 17 anos que, segundo a Promotoria, estava com Ben-Uliel, foi considerado cúmplice do assassinato e indiciado por conspirar para cometer um homicídio por motivos racistas. Além deles, a Justiça também acolheu os processos contra Yinon Reuveni, 20 anos, e outro adolescente israelense acusados de cometerem ataques violentos contra palestinos e participarem de uma organização terrorista.
O incêndio criminoso à casa da família Dawabsheh provocou a morte imediata do bebê Ali. Seus pais, Riham e Saad, morreram no hospital devido às queimaduras. O outro filho do casal, Ahmad, de quatro anos, ainda está internado.
Os pais de Ben-Uliel dizem que o filho é inocente e acusam as forças de segurança de torturá-lo no interrogatório para que confessasse o crime. Para o irmão de Saad Dawabsheh, Nasser, os indiciamentos não são suficientes.
"É claro que as instituições de Israel não são sérias. Claramente, existe uma organização por trás deste crime, até a imprensa sabe disso. E o governo não fez nada sério para evitar isso e não age para perseguir os assassinos."
O ataque, ocorrido enquanto a família dormia, provocou revolta entre os palestinos e foi condenado por políticos de Israel. Na época, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu tolerância zero contra os responsáveis.
Diante da determinação, diversos extremistas judeus foram presos, alguns deles sem mandados judiciais. A ofensiva levou a críticas da oposição ao chefe de governo por não ter tratado da mesma forma outros ataques contra palestinos.
A demora na investigação do crime e no indiciamento dos responsáveis irritou os palestinos, que consideram a Justiça israelense enviesada, por usar um tratamento diferente para processar extremistas judeus ou criminosos árabes.
O incêndio criminoso foi um dos motivos que levaram ao fim oficial do último processo de paz entre Israel e palestinos e alimentaram a onda de violência na Cisjordânia, em Jerusalém Oriental e em algumas regiões israelenses. Desde o início de outubro, 21 pessoas morreram do lado israelense, a maior parte em esfaqueamentos, ataques a tiros e atropelamentos, enquanto 131 palestinos foram mortos por soldados, 90 acusados de terem atacado israelenses.

Governo egípcio envia novo embaixador para Israel

O Egito enviou um novo embaixador para Israel, após uma ausência de três anos. O governo egípcio chamou de volta seu embaixador no país em novembro de 2012, em protesto por uma ofensiva israelense contra palestinos na Faixa de Gaza. À época, o Egito era governado pelo presidente islamita Mohamed Morsi, derrubado por um golpe militar em 2013.
O Ministério das Relações Exteriores israelense informou que o novo embaixador egípcio, Hazem Khairat, chegou ao país na sexta-feira. Em setembro, Israel reabriu sua embaixada no Cairo, quatro anos depois que a cidade foi saqueada por uma multidão que protestava pela morte de cinco policiais egípcios baleados acidentalmente por forças israelenses que perseguiam milicianos de Gaza.