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Trânsito

- Publicada em 11 de Janeiro de 2016 às 22:08

Buracos nas ruas causam prejuízos em Porto Alegre

Matos recebe mais de dez rodas e pneus danificados por dia na borracharia onde trabalha

Matos recebe mais de dez rodas e pneus danificados por dia na borracharia onde trabalha


FREDY VIEIRA/JC
Mesmo passando por uma época sem tantas ocorrências de chuva, a população de Porto Alegre segue sofrendo com buracos e desníveis no asfalto. Moradores de todas as áreas da cidade reclamam do risco de acidentes causados pelos problemas nas vias e dos prejuízos, de mais de R$ 1 mil, quando há necessidade de trocar pneus, rodas e realizar geometria.
Mesmo passando por uma época sem tantas ocorrências de chuva, a população de Porto Alegre segue sofrendo com buracos e desníveis no asfalto. Moradores de todas as áreas da cidade reclamam do risco de acidentes causados pelos problemas nas vias e dos prejuízos, de mais de R$ 1 mil, quando há necessidade de trocar pneus, rodas e realizar geometria.
O vendedor de gelo Vladimir Nunes, de 53 anos, conhece bem esses transtornos. Como oferece o serviço de tele-entrega do produto, o profissional estima precisar gastar, em média, com a troca de dez pneus anualmente em seus veículos de trabalho, mais o serviço de balanceamento. "Aí, quando se perde um pneu, automaticamente se perde o par e é preciso trocar tudo, além de fazer a geometria. É uma despesa a mais que temos em uma firma, que diminui ainda mais o nosso lucro."
Todas as peças que precisou trocar, Nunes estragou em buracos nos bairros Centro Histórico e Cidade Baixa. "Principalmente em épocas de chuva, o esgoto sobe e vai abrindo de novo os buracos. Na esquina das ruas General Lima e Silva e Sarmento Leite, por exemplo, há um tampão de esgoto aberto. Eu passei ali e o pneu foi cortado. Assim, fica complicado de trabalhar, pois pagamos impostos pesados e não temos retorno nenhum", pondera. Outro buraco, na esquina das ruas General Bento Martins e Demétrio Ribeiro, já rendeu prejuízo com três pneus.
Para o vendedor, o recapeamento feito pela prefeitura não é de qualidade. "Quando eles recapeiam, só fazem um serviço mais ou menos, que qualquer chuva, como o asfalto não cola direito, abre o buraco de novo. Não soluciona, só ameniza a situação. A solução seria fazer um trabalho melhor, tirar o paralelepípedo de baixo", opina. O pior, segundo Nunes, são os buracos localizados em curvas, que causam a quebra da roda, que está virada de lado, e desregulam o balanceamento.
Proprietário de uma mecânica especializada em rodas no bairro Azenha, Olizandro Camejo, de 40 anos, recebe principalmente clientes com a roda do carro torta ou quebrada, após caírem em um buraco. "Chegam rodas amassadas, tortas, em função dos buracos. Para o cliente, custa pelo menos R$ 70,00 só para desentortar uma roda, mas o preço pode chegar a mais de R$ 200,00", comenta.
Juca Matos, de 35 anos, trabalha em uma borracharia na esquina da rua Santana com a avenida Ipiranga. Ponto de muito movimento, o estabelecimento recebe dez ou mais pneus furados e rodas entortadas por dia. "Em dias de chuva, esse número dobra. Agora não está chovendo, mas, mesmo assim, como há pouco reparo no asfalto, ainda há ocorrências", aponta.
Com o momento de crise financeira, conforme Matos, as pessoas têm deixado sua segurança de lado e não trocado todas as quatro rodas após uma ser quebrada. "Como o dinheiro está pouco, trocam só duas. Hoje (ontem) mesmo, chegou um proprietário de um carro Zafira aqui, com duas rodas amassadas. Para arrumar, ele gastaria mais de R$ 1 mil, mas, provisoriamente, pediu para trocarmos só uma roda, a em pior estado", conta. A maior incidência no local é de motos de motoboys. "Isso é todo dia. São os que mais sofrem, pois o veículo é mais leve, então, o impacto é maior. Tá feia a coisa", lamenta o funcionário.

Usina de asfalto do Sarandi será inaugurada ainda em janeiro, garante secretário Mauro Zacher

Procurado pelo Jornal do Comércio, o titular da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov), Mauro Zacher, garantiu que Porto Alegre, que já conta com uma usina de confecção de asfalto, na Restinga, ganhará sua segunda unidade ainda neste mês.
"Pretendemos inaugurar a usina do Sarandi, que está em fase de testes, até o final de janeiro. Teremos mais asfalto, de qualidade e não poluente", afirma o secretário, ressaltando que as equipes também serão ampliadas. "Hoje contamos com cinco caminhões térmicos, ou seja, o asfalto fica na temperatura adequada e mantém sua qualidade. Agora, teremos nove."
Zacher admite que o serviço precisa ser qualificado, mas alega que o enxugamento do orçamento por conta da crise, com corte de verbas em 2014 e 2015, prejudicou tanto a operação tapa-buracos como o asfaltamento de novas vias. "Retomaremos os investimentos em 2016. Dispomos de
R$ 12 milhões para o capeamento nas regiões Sul, Centro e Norte. Agora, aguardamos a liberação de mais recursos pela CAF (Corporação Andina de Fomento - Banco de Desenvolvimento da América Latina) para ampliar as operações", explica.
Em relação à operação tapa-buracos, o secretário diz que ela continua funcionando a pleno, mas que a Smov nem sempre está ciente de todos os locais onde há problemas. "Pedimos que a população ligue para o telefone 156 e nos informe, para que as equipes possam ir lá fazer o trabalho", ressalta.