Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 27 de Janeiro de 2016 às 19:35

Concessão de crédito diminuiu 3,2% em 2015

Maciel não quis comentar medidas de incentivo que serão anunciadas

Maciel não quis comentar medidas de incentivo que serão anunciadas


SÉRGIO LIMA/FOLHAPRESS/JC
As concessões de crédito caíram 3,2% em 2015, em um cenário de alta de juros, aumento da inadimplência e queda tanto na demanda como na oferta de financiamentos. Dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC) mostram que o recuo se deu, principalmente, no crédito subsidiado (-18%), que inclui operações imobiliárias para pessoas físicas e do Bndes para empresas. Nos empréstimos a taxas de mercado, a queda foi de 0,7%.
As concessões de crédito caíram 3,2% em 2015, em um cenário de alta de juros, aumento da inadimplência e queda tanto na demanda como na oferta de financiamentos. Dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC) mostram que o recuo se deu, principalmente, no crédito subsidiado (-18%), que inclui operações imobiliárias para pessoas físicas e do Bndes para empresas. Nos empréstimos a taxas de mercado, a queda foi de 0,7%.
A queda na liberação de empréstimos levou a uma desaceleração no ritmo de crescimento do estoque de crédito, que avançou 6,6% em 2015, para R$ 3,2 trilhões. Na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto), passou de 53,1%, em 2014, para 54,2% em 2015.
Nos bancos públicos, o aumento no estoque foi de 10,9%, apesar de a desaceleração ter afetado linhas nas quais essas instituições têm participação relevante. A inadimplência saltou de 2% para 2,7%.
Nos bancos privados nacionais, o estoque teve redução de 0,8%, e os atrasos passaram de 3,7% para 4,5%. Nos estrangeiros que atuam no País, o crédito avançou 6,9%, e a inadimplência subiu de 3,3% para 3,5%.
A taxa média de juros bateu novo recorde da série iniciada pelo BC em março de 2011 e fechou o ano em 37,9% ao ano para as famílias e 20,9% ao ano para as empresas. A inadimplência média do sistema passou de 2,7% para 3,4%.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que uma aceleração no ritmo de crescimento do crédito vai depender de quando a renda voltar a crescer. A sondagem trimestral do BC mostra que há hoje um problema tanto de oferta quanto de demanda, em parte por causa de programas do governo que anteciparam a compra de alguns bens.
Maciel não quis comentar as medidas de incentivo ao crédito que serão anunciadas hoje pela presidente Dilma Rousseff. Afirmou, no entanto, acreditar que a baixa demanda deve impedir que as medidas incentivem o crédito a ponto de levar a um aumento mais forte da inadimplência. Apesar do aumento significativo desse indicador de atrasos no ano passado, o BC considera que a inadimplência está "bem comportada".
O estoque de crédito para veículos caiu 12,7% em 2015. Já havia recuado 4,5% em 2014. Essa modalidade representa cerca de 20% do crédito às famílias e chegou a crescer 49% em 2010. Segundo Maciel, além da queda na atividade e na renda, um fator adicional foi uma antecipação de consumo em função de programas de incentivo ao crédito automotivo em anos anteriores.
Os juros do cheque especial passaram de 201% ao ano, no final de 2014, para 287% ao ano no final de 2015. Esse é o maior valor desde abril de 1995 (288%) e a terceira maior taxa da série histórica, atrás ainda do recorde de 294%, de julho de 1994.
No ano, o estoque dessa modalidade cresceu 0,6%.
O estoque de crédito do Bndes cresceu 16% em 2014 e 6,4% em 2015. As concessões caíram 26,3% no ano. Além da menor demanda, houve mudança nas condições de crédito. A taxa média de juros passou de 7,1% para 9,8% nas linhas para investimento, principal modalidade do banco estatal.
A taxa de crescimento do estoque de crédito imobiliário caiu praticamente pela metade em 2015, para 15,7%. As concessões recuaram 19,4%. Os juros passaram de 8,9% para 10% ao ano.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO