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Economia

- Publicada em 27 de Janeiro de 2016 às 22:31

Desemprego teve a maior elevação desde 1993 na Região Metropolitana

 A Fundação de Economia e Estatística  divulga do informe PED-RMPA (2015 ),  na Sala de Eventos da FEE.    na foto: Anísio Silva Pinho (E, de camiseta rosa), Cláudio Barbosa Clemente, Liziane Rua Meireles e Gabriel Clemente (de boné),  desempregados que vendem frutas e tomates na avenida Salgado Filho.

A Fundação de Economia e Estatística divulga do informe PED-RMPA (2015 ), na Sala de Eventos da FEE. na foto: Anísio Silva Pinho (E, de camiseta rosa), Cláudio Barbosa Clemente, Liziane Rua Meireles e Gabriel Clemente (de boné), desempregados que vendem frutas e tomates na avenida Salgado Filho.


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Patrícia Comunello
O ano de 2015 teve a maior elevação percentual do desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) nos últimos 22 anos. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada ontem, apontou que a desocupação no ano passado na região ficou em 8,7%, alta de 47,5% frente à taxa de 2014 (5,9%). Em 12 meses, a taxa avançou 2,8 pontos percentuais. Os analistas da PED destacaram que foi a maior escalada desde 1993, quando começou a ser feita a série. A projeção é de continuidade na deterioração do mercado de trabalho, devido a projeções de mais recessão.
O ano de 2015 teve a maior elevação percentual do desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) nos últimos 22 anos. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada ontem, apontou que a desocupação no ano passado na região ficou em 8,7%, alta de 47,5% frente à taxa de 2014 (5,9%). Em 12 meses, a taxa avançou 2,8 pontos percentuais. Os analistas da PED destacaram que foi a maior escalada desde 1993, quando começou a ser feita a série. A projeção é de continuidade na deterioração do mercado de trabalho, devido a projeções de mais recessão.
"O ano não foi nada bom, com ruptura no ciclo de melhorias verificado desde 2004 e 2005", alertou Rafael Caumo, coordenador da PED-RMPA na Fundação de Economia e Estatística (FEE). A taxa anual registrada em 2015 ocorreu em 2010, depois o indicador só reduziu. Na época, o mercado mostrava tendência firme de queda do desemprego, iniciada cinco anos antes. A ocupação caiu 1,7% no ano passado, e os rendimentos, entre 8,1% (ocupados) e 8,2% (assalariados), levemente abaixo da inflação de 10,67%. A renda média ficou em R$ 1.923,00, R$ 170,00 menor que os R$ 2.093,00 de 2014.
Em 2015, a região somou 169 mil desempregados entre 1,938 milhões de pessoas da População Economicamente Ativa (PEA), sendo 1,769 milhão de ocupados. Os mais afetados pelo aumento do desemprego foram homens (a taxa no grupo cresceu 55,6%) com mais de 40 anos (entre 50 e 59 anos o aumento da taxa chegou a 87,5%) e chefes de domicílio. Nesta posição, a alta foi de 78,8%. "O que é um pouco atípico. Nos anos de escalada da desocupação, os mais atingidos eram jovens e menos experientes", observou Caumo. Na escolaridade, o problema pegou desde quem tem Ensino Fundamental incompleto a Superior.
O Centro Histórico da Capital está repleto de ambulantes tentando driblar o mau momento do mercado. Ocupados sem carteira assinada e autônomos tiveram as maiores taxas de recuo de oportunidades (11,7% e 8,7%, respectivamente) e são funções que reforçam a perda de qualidade e maior informalidade. "Estamos aqui porque não conseguimos vaga. É a crise e pega todo mundo", reforça Cláudio Barbosa Clemente, 49 anos, que vende hortigranjeiros em uma banca improvisada na calçada, na esquina da avenida Salgado Filho com a rua Marechal Floriano Peixoto. A mulher de Clemente, Liziane Meireles, 38 anos, e o filho Gabriel, 18 anos, ajudam na atração da clientela.
"Tomate, tomate, baixou o preço!", grita Gabriel, que estudou até a 5ª série do Ensino Fundamental. Liziane diz que cansou de bater à porta atrás de emprego. "Deixo currículo em restaurante, supermercado, e nada." O trio fatura R$ 40,00 ao dia, descontando despesas com produtos e transporte. A concorrência aumentou na região. Mais ambulantes se instalaram e avançam sobre a rua. "Escreve aí: procuro vaga em portaria, tenho 56 anos, ficha limpa e sou solteiro", anuncia Anísio Silva de Pinho, que vende mamão e maçã. "Estou cansado dessa vida na esquina. Quero algo mais garantido."
Comércio, construção e indústria registraram as maiores quedas. As variações foram de 6,2%, 4,7% e 3,6%, respectivamente. O setor indústrial teve o terceiro ano seguido de recuo. Dezembro chegou a dar um alívio, com o desemprego passando de 10,2% (novembro) para 9,6%.
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