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Economia

- Publicada em 24 de Janeiro de 2016 às 21:38

Dragagem do rio Gravataí deve ser retomada

 RIO GRAVATAÍ, CANAL NA DIVISA ENTRE PORTO ALEGRE E CANOAS. NÁVIO, EMBARCAÇÃO DRAGAGEM.

RIO GRAVATAÍ, CANAL NA DIVISA ENTRE PORTO ALEGRE E CANOAS. NÁVIO, EMBARCAÇÃO DRAGAGEM.


JOÃO MATTOS/JC
Jefferson Klein
O dito popular "paciência de Jó" encaixa-se perfeitamente quando o assunto é a dragagem do rio Gravataí, entre a ponte da BR-116 (na divisa de Porto Alegre com Canoas) até as proximidades da Arena do Grêmio. Há mais de uma década, a ação é pleiteada por companhias que têm terminais na região. A obra, várias vezes iniciada e paralisada, por motivos ambientais e de falhas de equipamentos, novamente encontra-se parada. Conforme a Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), a perspectiva é que nos próximos dias o trabalho seja recomeçado.
O dito popular "paciência de Jó" encaixa-se perfeitamente quando o assunto é a dragagem do rio Gravataí, entre a ponte da BR-116 (na divisa de Porto Alegre com Canoas) até as proximidades da Arena do Grêmio. Há mais de uma década, a ação é pleiteada por companhias que têm terminais na região. A obra, várias vezes iniciada e paralisada, por motivos ambientais e de falhas de equipamentos, novamente encontra-se parada. Conforme a Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), a perspectiva é que nos próximos dias o trabalho seja recomeçado.
O serviço foi interrompido, da última vez, em meados do ano passado. O diretor de hidrovias da SPH, Cristiano Nogueira da Rosa, admite que falta terminar cerca de 30% do total da dragagem. O dirigente detalha que a suspensão dos trabalhos ocorreu por uma nova exigência quanto ao licenciamento ambiental. A dragagem foi descontinuada, pois a draga que estava executando a iniciativa teve que ser substituída por outro equipamento. Com isso, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) exigiu, para a continuidade das ações, um laudo pluma de dispersão, que verifica agentes poluidores em potencial. Rosa destaca que, além de ser um procedimento muito caro, são poucos os laboratórios que fazem esse trabalho.
De acordo com o diretor de hidrovias da SPH, foi combinado com a Fepam que outras análises de água e solo substituiriam a necessidade do laudo. Rosa acrescenta que esses documentos foram reunidos e apresentados ao órgão ambiental e agora está sendo aguardado o despacho da entidade para reiniciar a dragagem. O diretor acredita que isso acontecerá rapidamente e, a partir da retomada, levará em torno de 60 dias para acabar o serviço.
Às margens do rio Gravataí estão localizadas empresas com terminais portuários como a Oleoplan, Merlin, Petrobras, Yara e Bunge, que movimentam mais de 2 milhões de toneladas ao ano em carga, através de navios e barcaças. Entre os itens transportados estão fertilizantes, cereais, soja, combustíveis e outros granéis. Sem a dragagem, há uma maior limitação quanto ao volume de cargas que as embarcações podem movimentar. O diretor-presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, reclama que o problema no rio Gravataí perdura por vários anos. "Se tu contares isso para um holandês, um americano ou um alemão (cujos países têm uma longa tradição quanto ao transporte aquaviário) eles não acreditam."
Manteli lembra que o primeiro acordo com a SPH foi fechado no ano 2000, envolvendo todo o sistema hidroviário do Estado, além do rio Gravataí. Naquela ocasião, empresas associadas à ABTP contribuíram com R$ 7 milhões para a autarquia estadual realizar dragagens e aprimoramentos, como melhorias na sinalização. Posteriormente, o contrato foi renovado em 2004. "E não saiu nada", acusa Manteli. Outro acerto quanto à dragagem foi feito em 2008, contudo, recorda o dirigente, dessa vez os associados da ABTP desembolsaram recursos por medidas feitas. Mas, até agora, a ação não foi finalizada e a preocupação de Manteli é que a parte que já passou pela dragagem comece a assorear.
Em 2000, quando foi firmado o primeiro acordo com a SPH, o superintendente era Luiz Carlos de Césaro, já falecido. Já em 2004, o comando da autarquia cabia a Daniel Lena Souto. O ex-superintendente diz que, durante a sua gestão, a dragagem foi feita parcialmente. Souto explica que a obra teve que ser interrompida, porque foi necessário retirar as piscinas onde estavam sendo depositados os sedimentos retirados do rio. Os tanques estavam localizados onde fica hoje a ponte da BR-448. O terreno, depois da instalação dos equipamentos, foi vendido e o novo proprietário queria um valor muito alto para permitir que as piscinas permanecessem ali. Em 2005, Souto saiu da SPH.
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