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Mercado de Capitais

- Publicada em 21 de Janeiro de 2016 às 18:58

Dólar atinge maior valor do Plano Real

 Customers shows dollars in an exchange bureau in the center of Rio de Janeiro on January 21, 2016. AFP PHOTO/VANDERLEI ALMEIDA

Customers shows dollars in an exchange bureau in the center of Rio de Janeiro on January 21, 2016. AFP PHOTO/VANDERLEI ALMEIDA


VANDERLEI ALMEIDA/AFP/JC
O dólar à vista fechou, nesta quinta-feira, em alta de 1,72% e atingiu R$ 4,1705, maior valor da história do Plano Real. Foi a terceira alta consecutiva da moeda americana, que desde terça-feira reflete os ruídos de comunicação na política monetária do Banco Central (BC). A manutenção da taxa Selic em 14,25% ao ano, em meio à desconfiança de influência política na decisão do BC, manteve o mercado de mau humor.
O dólar à vista fechou, nesta quinta-feira, em alta de 1,72% e atingiu R$ 4,1705, maior valor da história do Plano Real. Foi a terceira alta consecutiva da moeda americana, que desde terça-feira reflete os ruídos de comunicação na política monetária do Banco Central (BC). A manutenção da taxa Selic em 14,25% ao ano, em meio à desconfiança de influência política na decisão do BC, manteve o mercado de mau humor.
O BC vinha sinalizando que elevaria a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, como forma de fazer a inflação convergir para as metas. Na terça-feira, no entanto, o presidente Alexandre Tombini surpreendeu o mercado ao indicar, por meio de nota, que havia desconforto com a piora de previsões do FMI sobre a economia brasileira. Os mercados se ajustaram até ontem para uma elevação de 0,25 ponto percentual, com menos apostas na manutenção que acabou se concretizando.
A mudança na comunicação foi mal recebida, por indicar que as preocupações do governo com a recessão no País podem ter influenciado o BC, que deve ter autonomia na condução da política monetária. Um dia antes do início da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, Tombini havia tido uma reunião com a presidente Dilma Rousseff.
Com a percepção de que a credibilidade do BC foi fortemente afetada nesse episódio, o dólar reagiu com forte alta desde a abertura dos negócios e atingiu a máxima de R$ 4,1725 (1,77%) logo na primeira hora de negociação. A alta se sustentou durante todo o dia, apesar de o dólar ter registrado queda diante de moedas de países emergentes e exportadores de commodities. À tarde, a disparada dos preços do petróleo, que chegou a superar 6%, contribuiu para reduzir a pressão sobre a moeda, mas não o suficiente para evitar o novo recorde da cotação. Somente em janeiro, o dólar acumula alta de 5,31%. Em um ano, a moeda já subiu 60,4%.

Ibovespa acompanha preço do petróleo e tem alta de 0,19%

A Bovespa acompanhou a valorização do petróleo e das bolsas mundiais e subiu nesta quinta-feira, mas sem tanto entusiasmo quanto suas pares norte-americanas ao longo do dia. A decisão do Copom de manutenção da taxa Selic em 14,25% ao ano gerou mal-estar, mas não chegou a impedir a valorização no dia. O Ibovespa fechou a sessão com ganho de 0,19%, aos 37.717 pontos. No mês, acumula perda de 12,99%. O giro financeiro totalizou R$ 5,056 bilhões.
No geral, o mercado acionário se beneficia quando a taxa de juros não sobe ou diminui. Isso porque cai a atratividade da renda fixa e os investidores se voltam para as ações. Mas a leitura hoje com o resultado da véspera do Copom arranhou a credibilidade do Banco Central. E isso pode prejudicar decisões de investimento no Brasil.
A alta foi puxada pelo ganho de 4,16% no contrato do petróleo para março, a U$ 29,53 o barril. A valorização da commodity foi puxada por dados de estoques do Departamento de Energia, um ataque terrorista na estatal da Líbia National Oil Corporation e os estímulos que o presidente do BCE, Marcio Draghi, disse que poderá adotar.
Aqui, a ação ON da Petrobras saltou 6,07%, mas a PN subiu apenas 1,58%. Vale ON terminou em queda de 0,76% e a PNA, em baixa de 1,29%, ambas na mínima. O preço do minério de ferro na China caiu 1,5% no mercado à vista, para US$ 40,5 a tonelada seca. Gerdau PN recuou 2,65% e Metalúrgica Gerdau PN perdeu 3,88%. Hoje, a S&P revisou a perspectiva do rating BBB- da Gerdau de estável para negativa.