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Mercado de Capitais

- Publicada em 19 de Janeiro de 2016 às 19:38

Nota do BC baixa juro de curto prazo

Alexandre Tombini foi o protagonista absoluto do mercado futuro de juros ontem. O presidente do Banco Central (BC) fez declarações inesperadas e gerou uma reviravolta nas expectativas dos investidores para a taxa Selic. Se no fechamento de ontem 72% das apostas eram de uma alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica, hoje a situação se inverteu e esse percentual caiu para 28%. Ou seja, agora 70% das apostas apontam elevação de 0,25 ponto na taxa Selic, hoje de 14,25% ao ano.
Alexandre Tombini foi o protagonista absoluto do mercado futuro de juros ontem. O presidente do Banco Central (BC) fez declarações inesperadas e gerou uma reviravolta nas expectativas dos investidores para a taxa Selic. Se no fechamento de ontem 72% das apostas eram de uma alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica, hoje a situação se inverteu e esse percentual caiu para 28%. Ou seja, agora 70% das apostas apontam elevação de 0,25 ponto na taxa Selic, hoje de 14,25% ao ano.
Após o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciar uma revisão pessimista para a economia brasileira, de queda de 3,5%, o BC divulgou nota. No documento, Tombini disse que as mudanças foram "significativas" e que "todas as informações econômicas relevantes e disponíveis até a reunião do Copom são consideradas nas decisões do colegiado".
Os comentários inusitados, uma vez que presidentes do BC não costumam comentar espontaneamente projeções do FMI, foram recebidos como uma sinalização de que o aumento de juros esperado para hoje será mais ameno que o previsto, ou mesmo nem aconteça. As declarações foram mal recebidas, por enfraquecerem a tese da autonomia do Banco Central na política monetária.
A reação do mercado foi imediata às declarações do presidente do BC, com a curva de juros seguindo caminho oposto ao que vinha apontando até a véspera. Os vencimentos mais curtos dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) passaram a cair, se ajustando a um aumento de 0,25 ponto percentual. Já os vencimentos longos passaram a subir, indicando aumento da percepção de risco do Brasil - ou menor credibilidade do BC.
O DI com vencimento em abril de 2016 chegou ao final do período regular de negócios com taxa de 14,598%, ante 14,720% do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2017 projetou taxa de 15,38%, de 15,60% do ajuste anterior. O vencimento de janeiro de 2018 terminou o dia em 16,30%, de 16,31%. Na ponta mais longa da curva, o DI para liquidação em janeiro de 2021 projetou 16,64%, ante 16,46% de segunda-feira.

Dólar volta a subir ante o real

O dólar voltou a ganhar força frente ao real e fechou ontem cotado a R$ 4,0591, com valorização de 0,64%. A alta foi atribuída essencialmente ao presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, que alterou abruptamente as projeções do mercado para os juros da economia, ao comentar projeções mais pessimistas do FMI para o Brasil.
A declaração mais "dovish" (suave) de Tombini, em contraposição ao tom mais duro de outros comunicados recentes do BC, acabou por dividir opiniões quanto à autonomia da instituição. O aumento da percepção de risco em relação ao País foi, portanto, um dos fatores de pressão sobre o dólar, que se manteve em alta mesmo diante da tendência de baixa frente a moedas de países emergentes e exportadores de commodities.
Pela manhã, a cotação do dólar na BM&FBovespa chegou à mínima de R$ 4,005 (-0,70%), enquanto a moeda norte-americana ainda repercutia o cenário internacional mais favorável.

Bolsa ignora documento e registra ganho de 0,32%

A Bovespa ignorou nesta terça-feira a nota divulgada por Tombini, comentando as novas projeções para o crescimento do Brasil e do mundo e trabalhou o dia todo em alta. O PIB chinês e as medidas que se seguiram ao anúncio sustentaram os ganhos. Na reta final da sessão, no entanto, a virada para o vermelho das bolsas norte-americanas fez com que o mercado brasileiro desacelerasse. Petrobras, mais uma vez, caiu. O Ibovespa terminou o dia em alta de 0,32%, aos 38.057 pontos. No mês, acumula perda de 12,21%. O giro financeiro totalizou R$ 4,112 bilhões.
No começo do dia, os ganhos foram puxados basicamente pela China. Depois de anunciar um PIB em linha com as projeções, de 6,9%, o banco central do país anunciou medidas de estímulo que empurraram as commodities para cima. E o mercado espera que novas medidas virão. Vale, assim, foi um dos destaques positivos da sessão e Petrobras vinha bem até o petróleo em Nova Iorque virar para baixo no começo da tarde. O contrato para março negociado nos EUA terminou em baixa de 2,70%, a US$ 29,57 o barril. Uma das razões para o preço cair foi a notícia de que o Irã vai cortar seus preços do petróleo bruto destinado à Europa em fevereiro. Vale ON subiu 3,26%, Vale PNA, 1,29%, mas Petrobras ON cedeu 2,38% e a PN, 2,92%.