Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Negócios Corporativos

- Publicada em 12 de Janeiro de 2016 às 22:16

Petrobras reduz em 24,5% investimento até 2019

 TO GO WITH AFP STORY BY VITORIA VELEZ  View of an oil platform working for Brazilian state-owned oil company Petrobras, taken on December 7, 2015 at the Espirito Santo marine basin, offshore the state of Espirito Santo, Brazil.    AFP PHOTO/VITORIA VELEZ

TO GO WITH AFP STORY BY VITORIA VELEZ View of an oil platform working for Brazilian state-owned oil company Petrobras, taken on December 7, 2015 at the Espirito Santo marine basin, offshore the state of Espirito Santo, Brazil. AFP PHOTO/VITORIA VELEZ


VITORIA VELEZ/AFP/JC
A Petrobras anunciou ontem que seu Conselho de Administração aprovou novos cortes nos investimentos da companhia para os próximos anos, tendo em vista a forte queda dos preços do petróleo e a valorização cambial. Segundo fato relevante ao mercado, no período 2015-2019, os investimentos totais cairão a US$ 98,4 bilhões, contra os US$ 130,3 bilhões previstos anteriormente. Ou seja, uma redução de 24,5%.
A Petrobras anunciou ontem que seu Conselho de Administração aprovou novos cortes nos investimentos da companhia para os próximos anos, tendo em vista a forte queda dos preços do petróleo e a valorização cambial. Segundo fato relevante ao mercado, no período 2015-2019, os investimentos totais cairão a US$ 98,4 bilhões, contra os US$ 130,3 bilhões previstos anteriormente. Ou seja, uma redução de 24,5%.
A Petrobras afirma que os ajustes são necessários para "preservar os objetivos fundamentais de desalavancagem e geração de valor para os acionistas, estabelecidos no PNG 2015-2019, à luz dos novos patamares de preço do petróleo e taxa de câmbio".
Os cortes vão atingir em cheio a produção de petróleo nacional para este e os próximos anos. Segundo a estatal, a produção prevista, de 2,8 milhões de barris diários em 2020, cairá para 2,7 milhões. Já a produção para este ano ficará em 2,145 milhões de barris diários, contra 2,185 milhões de barris previstos anteriormente. A produção média no ano passado foi de 2,128 milhões de barris por dia, 0,1% superior à meta, que era de 2,125 milhões de barris por dia.
No ano de 2015, os investimentos da petroleira caíram dos US$ 25 bilhões previstos para US$ 23 bilhões. Neste ano, haverá um pequeno aumento, passando dos US$ 19 bilhões previstos em outubro de 2015 para US$ 20 bilhões. No plano 2014-2018, a companhia chegou a prever investimentos de US$ 220,6 bilhões.
A Petrobras também reviu suas previsões de cotação do petróleo tipo Brent para US$ 45 o barril neste ano, contra US$ 55 previstos anteriormente. No ano passado, o preço médio do Brent ficou em US$ 52 o barril. Já a taxa de câmbio neste ano deverá ficar em R$ 4,06, contra a projeção anterior que era de R$ 3,80 em outubro.
No fato relevante ao mercado, a Petrobras afirma que trabalha no aprimoramento contínuo de seu Plano de Negócios para adequá-lo rapidamente às mudanças que ocorrem no cenário mundial, destacando que a companhia está sujeita a diversos fatores de risco que impactam suas projeções, como: "mudanças de variáveis de mercado, como preço do petróleo e taxa de câmbio; operações de desinvestimentos e outras reestruturações de negócios, sujeitas às condições de mercado vigentes à época das transações; alcance das metas de produção de petróleo e gás natural, em um cenário de dificuldades com fornecedores no Brasil".
Os investimentos previstos para a área de Exploração e Produção no período 2015-2019 agora são de US$ 80 bilhões, ou 81% do total, ante US$ 108,6 bilhões na primeira versão do plano. Já a unidade de Abastecimento deverá investir US$ 10,9 bilhões, seguida por Gás e Energia, com US$ 5,4 bilhões, e pelas demais áreas, com US$ 2,1 bilhões.
Dos cortes, US$ 21,2 bilhões foram devido à "otimização de projetos", segundo a Petrobras; e US$ 10,7 bilhões, devidos ao efeito cambial. "Estes ajustes visam a preservar os objetivos fundamentais de desalavancagem e geração de valor para os acionistas (..) à luz dos novos patamares de preço do petróleo e taxa de câmbio", explicou a Petrobras.

Redução de recursos da petrolífera pode ser ponto limite para indústria

O corte de 24% nos investimentos da Petrobras até 2019 pode representar o ponto limite para a indústria brasileira de equipamentos e máquinas ligadas à cadeia de fornecedores da estatal. A avaliação é do diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Alberto Machado Neto.
De acordo com Machado Neto, o corte nos investimentos após quase dois anos de paralisia nas encomendas do setor põe em risco empregos e a sustentabilidade da indústria no longo prazo. "Pior que investir pouco é não investir nada. E houve uma parada nos últimos anos", avalia.
Segundo Machado, a indústria depende de mão de obra de formação complexa e segura os empregos enquanto vê perspectivas de retomada. "Se vê que, em dois anos, terá encomendas, você segura, adota medidas para suspensão temporária do emprego. Não há esse horizonte de retomada que possa dar um alento. Até 2014, existiam segmentos que poderiam se segurar com outras encomendas, como celulose, álcool e alimentos. Com a retração generalizada da economia, não tem mais esse colchão. Está todo mundo no limite do que resta de esperança. Daqui a pouco, a indústria não aguenta mais", pondera.
Para o dirigente, a nova versão do plano de negócios da Petrobras não traz informações "sólidas" sobre quais os projetos estão mantidos e qual o perfil de compras e encomendas para os investimentos, o que dá insegurança para os empresários em relação ao parque industrial nacional. "Entendo que a Petrobras precise recuperar a capacidade financeira para investimentos, mas tem que gastar bem, e isso não tem sido feito. É importante saber quais os projetos e a demanda por equipamentos que constam no plano. Se cada um só quer resolver seu problema, sem diálogo, a crise só piora."

Tombo das ações da estatal devido ao anúncio fez Ibovespa fechar em baixa

A Bovespa teve ontem sua quinta sessão consecutiva em baixa e a sexta em sete sessões. Afetada pelo tombo de Petrobras e Vale, o principal índice à vista renovou seu menor nível desde março de 2009. O Ibovespa terminou o dia em queda de 1,09%, aos 39.513 pontos, menor nível desde 17 de março de 2009 (39.510 pontos).
O anúncio do Conselho de Administração da Petrobras de revisão do plano de negócios para o período 2015-2019 afetou a bolsa. Petrobras PN desabou 9,20% - maior queda do Ibovespa - e a ON, 7,65%. O Credit Suisse iniciou cobertura da Petrobras com recomendação underperform (desempenho abaixo da média).
A estatal carregou consigo o Ibovespa para baixo, ajudada pelo tombo da Vale, que ficou 8,33% mais barata na ação PNA e 8,11% na ON, respectivamente terceira e quarta maiores quedas do índice, atrás de Bradespar PN (-8,65%).
O dólar à vista fechou em baixa de 0,36% nesta terça-feira, cotado a R$ 4,0436. A queda aconteceu mesmo em meio à volatilidade do câmbio no cenário internacional, com o dólar registrando alta frente a diversas moedas de países exportadores de petróleo, commodity que registrou perdas expressivas.