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Economia

- Publicada em 10 de Janeiro de 2016 às 19:43

Bancos privados querem espaço no agronegócio

Movimento visa a competir com as instituições públicas, que têm sido mais rigorosas para o crédito rural

Movimento visa a competir com as instituições públicas, que têm sido mais rigorosas para o crédito rural


YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
Grandes bancos privados estão reestruturando operações e produtos para adequá-los às particularidades do agronegócio e ganhar espaço em 2016 como financiadores do segmento que em 2015 foi um dos menos atingido pela crise econômica. O movimento também visa a competir mais diretamente com bancos públicos, que têm sido mais rigorosos na concessão de crédito e na atual safra 2015/2016 aumentaram a fatia de financiamento a juros não controlados.
Grandes bancos privados estão reestruturando operações e produtos para adequá-los às particularidades do agronegócio e ganhar espaço em 2016 como financiadores do segmento que em 2015 foi um dos menos atingido pela crise econômica. O movimento também visa a competir mais diretamente com bancos públicos, que têm sido mais rigorosos na concessão de crédito e na atual safra 2015/2016 aumentaram a fatia de financiamento a juros não controlados.
Executivos desses bancos avaliam que linhas mantidas com aportes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) e com a destinação obrigatória de 34% dos depósitos à vista podem ser atingidas pelo cenário de crise. Além disso, há no mercado, de forma geral, a percepção de que o Banco do Brasil (BB), responsável por quase 60% do crédito rural do Plano Safra 2015/2016, deve reduzir o montante oferecido. O BB financia o agronegócio com recursos da poupança, que também têm diminuído com o aumento dos saques de clientes interessados em aplicações mais rentáveis.
O Santander está adaptando seus produtos aos prazos e ciclos das cadeias produtivas agropecuárias e aumentando os recursos próprios que serãodestinados ao setor. A estimativa é de que este montante cresça até 20% este ano na comparação com 2015. "Supondo que o meu depósito à vista não mude, o volume de recurso obrigatório não mudará. Então cresceremos até 20% em recursos do Bndes e recursos livres (captados pelo próprio Santander)", disse Carlos Aguiar, superintendente executivo do banco, responsável pelo agronegócio. De janeiro a abril deste ano, o montante pode chegar a aproximadamente R$ 1,2 bilhão. Some-se a isso os R$ 6,2 bilhões em recursos obrigatórios já ofertados em 2015 e que tendem a ser mantidos em 2016. O executivo não informou o volume exato de recursos próprios do banco. As taxas de juros, porém, não devem ser menores que 14,25% ao ano (Selic até dezembro).
O banco também vem avaliando formas de financiar máquinas agrícolas, hoje adquiridas majoritariamente por meio de linhas subsidiadas pelo Bndes. Uma das opções consideradas é adaptar as linhas de financiamento de veículos de passeio já oferecidas pelo Santander ao fluxo de caixa dos produtores agrícolas. Elas poderiam, por exemplo, ser amortizadas a cada seis meses, como já ocorre com o Moderfrota.
O superintendente executivo de empréstimos e financiamentos do Bradesco, Rui Pereira Rosa, disse que o banco está preparado para ampliar os recursos oferecidos ao setor. Em 2015, o Bradesco destinou cerca de
R$ 21 bilhões para o agronegócio, incluindo recursos atrelados a depósitos obrigatórios, aportes do próprio banco e linhas do Bndes. Do total, 13% correspondem a recursos próprios do Bradesco, parcela que tende a aumentar em 2016.
"Se o depósito à vista cair, haverá menos recurso obrigatório. Nós não temos, necessariamente, um teto de recursos próprios a serem disponibilizados. Eu adoraria que a demanda fosse de R$ 10 bilhões. O banco está preparado para aplicar", declarou. Na estimativa do executivo, os recursos próprios poderiam chegar a 20% da carteira do Bradesco neste ano.
Assim como o Santander, o Bradesco também considera a possibilidade de oferecer financiamentos para aquisição de máquinas agrícolas, ainda que trabalhe com a perspectiva de manutenção das vendas no mesmo nível de 2014. "Estamos preparados para, no caso de faltar (dinheiro do) Bndes, aportar recursos (para o segmento)", complementou Rosa.
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