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Indústria

- Publicada em 07 de Janeiro de 2016 às 17:27

Produção de veículos recua 22,8% em 2015

Estoque de carros nos pátios das montadoras e concessionárias em dezembro era suficiente para 36 dias

Estoque de carros nos pátios das montadoras e concessionárias em dezembro era suficiente para 36 dias


MARCELO G. RIBEIRO/JC
A produção de veículos no Brasil caiu 22,8% (2,43 milhões) em 2015 na comparação com o ano anterior, quando a produção alcançou 3,15 milhões. Em dezembro do ano passado, foram produzidas 142,9 mil unidades, contra 204 mil de dezembro de 2014, o que representou uma queda de 30%. Ante o mês de novembro, quando a produção foi de 175,1 mil unidades, houve queda de 18,4%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira em São Paulo pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
A produção de veículos no Brasil caiu 22,8% (2,43 milhões) em 2015 na comparação com o ano anterior, quando a produção alcançou 3,15 milhões. Em dezembro do ano passado, foram produzidas 142,9 mil unidades, contra 204 mil de dezembro de 2014, o que representou uma queda de 30%. Ante o mês de novembro, quando a produção foi de 175,1 mil unidades, houve queda de 18,4%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira em São Paulo pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
A venda de veículos caiu 26,6% em 2015, com a comercialização de 2,57 milhões de unidades. Em 2014, foram vendidas 3,50 milhões de unidades. Conforme a Anfavea, em dezembro de 2015 foram negociadas 227,8 mil unidades, 16,7% a mais do que em novembro (195,2 mil). Na comparação com dezembro do ano anterior, quando foram comercializados 370 mil veículos, houve queda de 38,4%.
"As vendas em 2015 se equiparam às de 2007, ou seja, tivemos um recuo de oito anos na comercialização. Chama a atenção para a queda no segmento de caminhões, de quase 48%, e ônibus, com quase 39%. Esse ano não foi positivo, porque as questões políticas influenciaram em demasia a confiança do consumidor e contaminaram a economia de maneira forte", afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Moan.
"Com a produção anual, voltamos ao ano de 2006. Houve adequação ao mercado interno e ao nível de estoque, que estava atingindo níveis absolutamente incompatíveis com o desempenho saudável do nosso segmento. Em termos de estoque, fechamos ao ano com 271 mil unidades. Em dias úteis, fechamos com 36 dias de estoque", acrescentou Moan.
As exportações de autoveículos chegaram a 416,9 mil unidades em 2015, crescimento de 24,8% na comparação com o ano anterior, quando foram comercializadas 334,2 mil unidades no mercado externo. Em dezembro, foram exportados 46,2 mil veículos, 97,2% a mais do que em dezembro de 2014 (23,4 mil). Na comparação com novembro (36,5 mil), foi registrado aumento de 26,5%.
Em valores, as exportações registraram queda de 8,7% no ano, chegando a casa dos US$ 10,4 milhões. "Apesar do crescimento em unidades, a queda em valor se dá em por conta do mix, porque exportamos peças em maior preço do que havíamos feito no ano passado."
Segundo Moan, o setor fechou o ano com 130 mil funcionários diretos, uma queda de 10,2% na comparação com 2014. "Estamos entre 2009 e 2010, demonstrando claramente a preocupação do setor com a manutenção ao máximo do nível de emprego, o que consideramos fundamental. Até por isso buscamos, no decorrer do ano, a aprovação de uma forma de proteção adicional, o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que estamos utilizando ao máximo. Para se ter ideia, fechamos o ano com 5,1 mil funcionários em lay-off e 35,6 mil no PPE."
O estoque total de veículos nos pátios das concessionárias e das montadoras caiu de 322,2 mil unidades em novembro deste ano para 271 mil em dezembro. Com a queda, o estoque total de veículos em dezembro era suficiente para 36 dias de vendas, considerando o ritmo daquele mês, ante 42 dias em novembro. O setor considera ideal um estoque equivalente a 30 dias de vendas.
A Anfavea estima que, em 2016, a produção fique estável, com crescimento de 0,5%, as vendas internas caiam 7,5% e as exportações em unidade de autoveículos cresçam 8,1% (veículos leves, 7,7% e pesados 12,4%).

Plano de renovação da frota do governo federal não deve sair em janeiro, diz Moan

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O presidente da Anfavea, Luiz Moan, afirmou que considera "muito improvável" que o governo aprove em janeiro o plano de renovação de frota que foi proposto por diversas entidades do setor automotivo, entre elas a própria associação. "A proposta foi entregue em dezembro e eu acho absolutamente improvável que uma proposta entregue em dezembro seja aprovada em janeiro", disse o executivo. Segundo Moan, a medida está sendo analisada pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
A declaração de Moan vai na contramão do que disse na quarta-feira o presidente da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção. Assumpção afirmou que a medida deverá ser anunciada em janeiro pelo governo, com o nome de Programa Sustentabilidade Veicular.
O teor do programa não foi detalhado, mas o presidente da Fenabrave adiantou, na quarta-feira, que há uma proposta em estágio avançado: o consumidor que possui um automóvel com mais de 15 anos de uso ou um caminhão com mais de 30 anos de uso poderá trocá-lo por um novo em concessionárias autorizadas ou revendedoras independentes. O veículo usado seria avaliado e o valor definido viraria crédito na compra do novo.
O que não se sabe ainda é de onde sairiam os recursos para financiar a compra do veículo usado, por parte das concessionárias, e para facilitar o pagamento do valor que faltaria para adquirir o novo, por parte do consumidor. "Nós sabemos que o governo precisa fazer o ajuste fiscal, nós temos consciência que nada que prejudique o ajuste fiscal pode ser proposto", afirmou Moan. "Mas nós também sabemos que os veículos têm uma carga tributária bastante alta", ponderou o executivo.
"O financiamento deste programa ainda não foi definido. Eu tenho umas 15 ideias para isso, uma delas é diminuir o imposto, mas nós sabemos que o governo não vai aceitar", disse o presidente da Anfavea.