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Consumo

- Publicada em 06 de Janeiro de 2016 às 22:19

Lojistas reveem operações em meio à crise

Marisa Lingerie fechou as portas em dezembro no BarraShoppingSul

Marisa Lingerie fechou as portas em dezembro no BarraShoppingSul


MAURO BELO SCHNEIDER/ESPECIAL/JC
A loja Marisa Lingerie instalada no BarraShoppingSul, em Porto Alegre, encerrou o ano de 2015 decretando o fim das operações no local. Em 31 de dezembro, foi concretizado o fechamento da unidade, mais uma entre outras que a rede já fechou. A varejista, que possui mais de 400 lojas em todos os estados, tirou sete unidades do mercado brasileiro no ano passado e inicia 2016 analisando outro grupo de lojas que ainda poderão ser fechadas.
A loja Marisa Lingerie instalada no BarraShoppingSul, em Porto Alegre, encerrou o ano de 2015 decretando o fim das operações no local. Em 31 de dezembro, foi concretizado o fechamento da unidade, mais uma entre outras que a rede já fechou. A varejista, que possui mais de 400 lojas em todos os estados, tirou sete unidades do mercado brasileiro no ano passado e inicia 2016 analisando outro grupo de lojas que ainda poderão ser fechadas.
A assessoria de imprensa da empresa informou que não há previsão de que mais unidades sejam encerradas no Rio Grande do Sul. Porém, lojistas do BarraShoppingSul comentam que a intenção do grupo é fechar todas as lojas de shopping e manter apenas as de rua. A rede nega a informação, afirmando que é apenas um boato.
O movimento de fechamento e abertura de lojas em shopping centers tem se intensificado diante de um momento econômico identificado como crise por parte de alguns investidores ou como oportunidade por outros. O próprio BarraShoppingSul exemplifica bem esse contexto: em junho do ano passado, a âncora C&A também encerrou as operações em um espaço que ocupava dois andares do empreendimento. O local hoje já está ocupado por lojas de outras duas grandes redes: Riachuelo e Lojas Americanas - cada uma assumiu um andar.
Com a área da Marisa Lingerie não deve ser diferente. As negociações para ocupação desses espaços são constantes e alimentam a rotatividade característica do segmento.
O BarraShoppingSul já prevê, para este ano, a chegada de novas operações, que deverão ser anunciadas em breve. "A rotatividade sempre existiu no ramo, mas há uma frequência maior agora, no atual contexto econômico", avalia Luiz Augusto Ildefonso da Silva, diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop).

Cenário econômico é fator determinante para o futuro do negócio

Casa Louro optou pelo Moinhos Shopping

Casa Louro optou pelo Moinhos Shopping


marco quintana/jc
A retração econômica é um fator que pode tornar a manutenção de algumas operações inviável. "De acordo com as condições de locação tratadas inicialmente, o resultado pode estar espremido no atual cenário", sustenta Luiz Augusto Ildefonso da Silva, diretor da Alshop. Sobram duas opções para o lojista: ou renegocia as condições com o shopping ou opta pelo fechamento quando as análises indicam esse como melhor caminho. Trata-se de uma decisão estratégica para os negócios, pontua o diretor da Alshop.
Foi o que aconteceu com a Via Varejo, grupo detentor de marcas como Ponto Frio e Casas Bahia. "A Via Varejo fechou entre 37 a 39 lojas do Ponto Frio e das Casas Bahia no ano passado, porque não estavam desenvolvendo os resultados esperados. O grupo abriu algumas lojas, mas fechou as que não geravam a rentabilidade necessária", reforça, mencionando que foi uma decisão estratégica assertiva. "Os empresários brasileiros estão mais maduros, sabem que fechar uma loja não mancha em nada a imagem no mercado", declara.
O vice-presidente da CDL Porto Alegre, Sérgio Galbinski, destaca que entre as lojas âncoras, que são maiores e dependem das decisões do conselho de administração, a pressão para tomada de decisão quanto à revisão das operações é elevada em um contexto de baixos resultados. "Nas lojas maiores, que trabalham com margem de lucro menor que as pequenas por item, quando o aluguel e o condomínio sobem mais do que as vendas, o ponto de equilíbrio logo fica negativo, e elas não têm muito tempo para ficar segurando para esperar o que vai acontecer."
Os custos, no entanto, têm sido segurados de acordo com o apetite dos shoppings para manter os lojistas. "Não houve aumento de custos", sacramenta Silva, contextualizando que, "desde março do ano passado, muitas lojas conseguiram renegociar os contratos para adequar as despesas à realidade". Porém, ele sublinha que as negociações seguem a demanda de mercado. "Quando uma negociação não acontece é porque aquele shopping provavelmente já tem outros postulantes para a área."
Além de vice-presidente da CDL Porto Alegre, Galbinski também é proprietário da Casa Louro, rede que recentemente fechou uma das duas lojas que possuía em shopping centers. A operação fechada era a do Shopping Iguatemi, ficando mantida a instalada no Moinhos Shopping.
"Quando é rede e fecha uma loja, os clientes migram para a outra. Isso diminui a despesa e aumenta um pouco as vendas das lojas que restaram", justifica. Galbinski concorda que lojas âncoras têm mais poder de barganha nas negociações com os shoppings, que cobram multas altas em caso de fechamento antes do final do contrato, revela. "A multa, em geral, é de até 10 aluguéis e torna ainda mais difícil a decisão de encerrar a atividade. A multa é certa para as pequenas, mas, nas grandes, é caso a caso", afirma. Ele concorda que o cenário não está convidativo e tem exigido das empresas avaliação constante das operações.