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- Publicada em 06 de Janeiro de 2016 às 18:45

Sete Brasil decidirá sobre pedido de recuperação judicial

Os sócios da Sete Brasil, empresa criada em 2010 para viabilizar a construção de sondas de exploração de petróleo no pré-sal, vão decidir, em reunião neste mês, se a empresa entrará com pedido de recuperação judicial. De acordo com um executivo próximo, essa possibilidade será discutida em reunião do Conselho de Administração da Sete no próximo dia 21. O executivo disse que também vão avaliar se a companhia entrará com processos contra a Petrobras.
Os sócios da Sete Brasil, empresa criada em 2010 para viabilizar a construção de sondas de exploração de petróleo no pré-sal, vão decidir, em reunião neste mês, se a empresa entrará com pedido de recuperação judicial. De acordo com um executivo próximo, essa possibilidade será discutida em reunião do Conselho de Administração da Sete no próximo dia 21. O executivo disse que também vão avaliar se a companhia entrará com processos contra a Petrobras.
As dificuldades financeiras da Sete se agravaram no ano passado desde que a Petrobras suspendeu o contrato de afretamento de 28 sondas para o pré-sal, que foram encomendadas junto a cinco estaleiros no País. Para o Estaleiro Rio Grande, da empresa Ecovix, a Sete tinha solicitado três navio-sondas. Os problemas se agravaram, de um lado, com as dificuldades financeiras da Petrobras por conta da queda dos preços do petróleo e, principalmente, pelas denúncias de corrupção entre ex-funcionários da estatal e fornecedores, reveladas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Para complicar, a Sete também foi envolvida nas denúncias da Lava Jato, assim como os controladores de vários estaleiros. Há meses, a Sete vem renegociando com a Petrobras um novo acordo que reduziria as sondas para apenas 15, mas esse número poderá ser ainda menor. Quando as duas partes quase chegaram a um acordo, no final do ano passado, um dos sócios, o BTG Pactual, teve seu presidente, André Esteves, preso pela Polícia Federal, acusado de dificultar as investigações.

Indústria naval fechou 25 mil vagas no Brasil no ano passado

Queda no preço do petróleo atingiu receita da Petrobras e culminou com desemprego

Queda no preço do petróleo atingiu receita da Petrobras e culminou com desemprego


HANS VON MANTEUFFEL/AGÊNCIA O GLOBO/JC
O acirramento da crise da Petrobras levou ao fechamento de mais de 25 mil postos de trabalho na indústria naval brasileira em 2015. O dado consta de balanço feito pelo Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparo Naval (Sinaval), que reúne os estaleiros brasileiros. No dia 15 de dezembro, data da última coleta, o setor empregava 57.048 pessoas no País. Em dezembro de 2014, eram 82.472, o maior número desde 2004, quando a entidade começou a fazer o levantamento. O número de vagas ao final de 2015 é o pior desde 2010. O Sinaval diz que a "acentuada piora" é resultado da queda do preço do petróleo, "que resultou na redução das receitas da Petrobras, o principal contratante da indústria de construção naval".
De fato, a Petrobras anunciou, neste ano, a transferência de plataformas de produção para estaleiros asiáticos e cancelou contratos para a construção de 11 navios para o transporte de combustíveis e gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de cozinha).
A crise levou ao fechamento de dois dos principais estaleiros do Rio de Janeiro, o Estaleiro Ilha S.A. e o Eisa Petro Um - ambos em recuperação judicial. Já o estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ), anunciou demissões em dezembro, diante da inadimplência de seu principal cliente, a Sete Brasil. O presidente do Fórum dos Trabalhadores da Indústria Naval, Joacir Pedro, acha que o número do Sinaval é otimista e coloca a Operação Lava Jato entre as causas do problema. "Foram mais de 30 mil demissões", diz ele. Na sua opinião, 2016 será melhor para o setor, devido à possibilidade de novos contratos aberta pela edição da MP dos acordos de leniência.
A crise já provocou suas primeiras vítimas entre as empresas que chegaram ao País no início da década para aproveitar a demanda gerada pelas encomendas da Petrobras. Um consórcio formado por cinco japonesas e liderado pela Mitsubishi Heavy Industries decidiu entregar sua fatia de 30% no Estaleiro Rio Grande ao sócio brasileiro, a Engevix.
Segundo fontes, a decisão foi motivada pela descrença com a possibilidade de recuperar o investimento feito no País. O presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, diz que os estaleiros "estão se adaptando" à nova realidade e devem focar sua atenção na construção de módulos para plataformas de produção de petróleo.
"Apesar de existir demanda por navios petroleiros, existem incertezas quanto às obras, em função de debates quanto a reajustes de preços e garantias para financiamentos", comenta. No mercado, a expectativa é que a Petrobras mantenha apenas os contratos de navios cujas obras já foram iniciadas.
O renascimento da indústria naval foi uma das bandeiras do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, mas sucumbiu à crise da Petrobras e, depois, da Sete Brasil.
Rocha diz que há segmentos que dependem menos da indústria do petróleo e podem passar melhor pela crise, como os comboios para transporte fluvial de grãos e rebocadores portuários.