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Economia

- Publicada em 04 de Janeiro de 2016 às 21:53

Projetos em energia vão liderar demanda no BRDE

Segundo Klein, em 2015, operações aprovadas somaram R$ 1 bilhão

Segundo Klein, em 2015, operações aprovadas somaram R$ 1 bilhão


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Patrícia Comunello
Projetos de infraestrutura ligados à geração de energia despontam na carteira de crédito em 2016. Instituições financeiras que operam com investimento, como o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), registraram crescimento desse segmento e dão como certa a manutenção do ritmo neste ano. O setor deve compensar os recuos em áreas como a agropecuária, indústria e comércio.
Projetos de infraestrutura ligados à geração de energia despontam na carteira de crédito em 2016. Instituições financeiras que operam com investimento, como o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), registraram crescimento desse segmento e dão como certa a manutenção do ritmo neste ano. O setor deve compensar os recuos em áreas como a agropecuária, indústria e comércio.
Na agricultura, que viveu um boom de demanda entre 2012 e 2013 e que se manteve ainda até 2014, o maior custo dos recursos e regras de atualização com a inclusão da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) deve esmorecer a corrida de produtores aos bancos.
O freio no estímulo a mais aquisições no setor primário foi sentido nos aportes liberados pelo BRDE. Dados da instituição mostram que a atividade ligada a grãos respondeu por 48% dos recursos contratados em 2014, despencou a 34% em 2015 e deve reduzir para 30% em 2016. Indústria, comércio e serviços, que chegaram a responder por 60% do volume em 2012, passaram a 29% no ano pasado e devem estabilizar em 30% em 2016.
A salvação da lavoura de repasses do BRDE é infraestrutura, diz o vice-presidente do banco, Odacir Klein. De pequenas centrais hidrelétrica à fonte eólica - o Estado está entre os maiores produtores do País e pode liderar a geração nos próximos anos -, os projetos em energia asseguraram que o setor passasse da fatia de 6% em 2014 para 37% em 2015, e com previsão de chegar a 40% em 2016. Klein confirma que os projetos vão sustentar o fluxo da carteira, impedindo quedas agora e no futuro. Em 2015, as operações aprovadas somaram R$ 1 bilhão, 24% acima das de 2014, enquanto as contratações (crédito que vai ser liberado) atingiram R$ 810 milhões, 7% mais que 2014.
O BRDE é repassador do Bndes. "E temos mais R$ 200 milhões para liberar", adianta Klein. O dirigente concorda que o agronegócio vai ter menos fome por recursos e ainda terá de ficar mais atento às modalidades de correção, com a entrada em cena da TJLP. "É efeito da situação da economia e dos ajustes do governo federal", completa o vice-presidente. Para o campo, o impacto de menos investimentos deve ser sentido em menor evolução da produtividade, que teve saltos nos anos recentes associados à atualização tecnológica e novas gerações de máquinas, lembrou o economista e coordenador do Núcleo de Estudos do Agronegócio da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Rodrigo Feix.
O coordenador do núcleo observa que, em 2015, já foi sentido o problema, com menor fluxo. "O Moderfrota (linha Bndes usada para máquinas) atrasou. Se crédito é lubrificante de vendas, isso não ocorreu", associa Feix, reforçando que os negócios em baixa nas aquisições refletem a aversão a investimentos e a incerteza sobre o futuro. Nem o câmbio desvalorizado, que irriga o caixa de agricultores na conversão das vendas de grãos do dólar para real, conseguiu mudar o cenário deprimido.
Feix lembra que o indicador de confiança do agronegócio (indicador da Fiesp) apontava que a intenção de comprar máquinas estava em nível muito baixo, 14% no terceiro trimestre de 2015. O economista cita que o Moderfrota vigora até a metade de 2016 (calendário do ano safra), mas a linha não supre a demanda. Por isso, o Finame Agrícola entra no radar do setor.
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