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- Publicada em 13 de Janeiro de 2016 às 22:41

Batismo do Senhor e nosso

Os Evangelhos descrevem a cena do batismo de Jesus, nas proximidades do rio Jordão, por obra de João Batista. Este homem apareceu inesperadamente, lançando um forte apelo para que todos revissem o modo como se autoavaliavam e compreendiam, viviam e conviviam. Sua maneira de viver expressava o desejo de colaborar para que todos encontrassem a razão maior de viver. Muitos o seguiram. Ele mesmo, porém, sabia que sua tarefa era a de preparar caminhos. Isto requeria, portanto, um passo ulterior para que o ser humano viesse a reencontrar sua origem.
Os Evangelhos descrevem a cena do batismo de Jesus, nas proximidades do rio Jordão, por obra de João Batista. Este homem apareceu inesperadamente, lançando um forte apelo para que todos revissem o modo como se autoavaliavam e compreendiam, viviam e conviviam. Sua maneira de viver expressava o desejo de colaborar para que todos encontrassem a razão maior de viver. Muitos o seguiram. Ele mesmo, porém, sabia que sua tarefa era a de preparar caminhos. Isto requeria, portanto, um passo ulterior para que o ser humano viesse a reencontrar sua origem.
O texto evangélico narra o aproximar-se de Jesus, pedindo a João que o batize. João hesita, mas cumpre o pedido. Durante o ato do Batismo, eis que os céus se abrem e uma voz se faz ouvir: "tu és o meu filho amado".
A graça de Deus é capaz de rasgar o céu e fazer com que o Espírito desça sobre o ser humano e uma voz proclame: "tu és o meu filho amado".
O céu se abre para todos aqueles de boa vontade. Sobre todo o ser humano, a voz do alto repete: "tu és meu filho". Assim, se expressam a dignidade e a nobreza da vida humana e aquilo de que é capaz a graça de Deus.
A graça é inaudita, imprevisível, inesperada. É graça! Pressupõe disposição, acolhida, abertura por parte do ser humano. Um antigo pensador sintetizou este processo através da expressão: "quem não espera o inesperado, jamais o encontrará".
Nós, porém, nos perguntamos como manter viva a esperança, a disposição e a abertura para a graça, quando tudo parece indicar não existir razões para tanto. Poderá somente a força interior conservar acesas a chama da esperança e da graça, a disposição para aguardar o lento crescer das coisas verdadeiramente grandes, para almejar o "inesperado"?
A tradição cristã apresenta, por meio de uma descrição rica de elementos, como Deus se manifesta na "terra dos homens" e como Ele se revela em Jesus Cristo. Os textos evangélicos do tempo litúrgico do Natal descrevem que Deus se manifesta inesperadamente no que é pequeno e insignificante; que o crescimento dos elementos característicos do Reino inaugurado por Jesus não segue convenções humanas.
Para a comunidade de fé, o poder de Deus não é algo que vem de "fora", não se explica por meio de determinações preestabelecidas, ordens ou violência. Sua força e poder são como luz que se acende na noite escura das angústias humanas, a qual causa fascínio e orienta para sondar o que não se manifesta, o que aparentemente não tem valor. Tal luz leva ao reconhecimento das coisas simples e despojadas, as quais guardam, na intimidade, a dignidade e a nobreza, a grandeza e a beleza, invisíveis aos olhos da pura razão. Tocamos assim aspectos da realidade que conservam um insondável segredo, que o coração e a razão devem contemplar em discreta intimidade.
Não são poucas as pessoas que, com determinação e coragem, se lançam à busca de autoconhecimento, de uma vida marcada por valores éticos, de empenho por colaborar na transformação do mundo em vista da construção de uma "terra sem males". No entanto, não se sentem plenamente seguras, falta-lhes "algo" que lhes conceda autêntica serenidade e paz.
O ser humano sente a necessidade de ultrapassar suas naturais possibilidades e dispor-se para "algo" capaz de tocar diferenciadamente seu interior. O coração traz em si a necessidade de encontrar os demais, a necessidade quase insaciável de repouso para que possa se lançar na vida, a fim de que tudo, mesmo as coisas efêmeras, possa ter sabor de eternidade. O coração humano necessita encandecer-se de uma fagulha de paixão capaz de tudo transformar e a tudo dar sentido. Tal processo não advém do arbítrio, mas é disposição para acolher o inusitado, a graça. É um mergulhar no inesperado.
No batismo somos mergulhados em Cristo. Renascemos para uma vida nova, para a vida da graça. Assim nos dispomos para o inesperado da graça que nos faz filhos e, portanto, irmãos.
 
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