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Jornal da Lei

- Publicada em 29 de Janeiro de 2016 às 12:53

Tribunais se preparam para o aumento de demandas com o novo CPC

 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


CLAUDIO FACHEL/ARQUIVO/JC
A atualização do novo Código de Processo Civil (CPC), que entra em vigor em março, tem obrigado tribunais e Núcleos de Conciliação a se adaptarem à determinação legal que consolidou a solução negociada de conflito como etapa processual obrigatória no trâmite judicial. Os impactos causados pela Lei nº 13.105/15 vão desde o aumento no número de parcerias entre tribunais e instituições públicas e privadas, passando pela criação de novos Centros Judiciários de Solução de Conflito (Cejuscs), e pelo incremento de cursos de capacitação em técnicas de resolução de conflitos, conforme a Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A atualização do novo Código de Processo Civil (CPC), que entra em vigor em março, tem obrigado tribunais e Núcleos de Conciliação a se adaptarem à determinação legal que consolidou a solução negociada de conflito como etapa processual obrigatória no trâmite judicial. Os impactos causados pela Lei nº 13.105/15 vão desde o aumento no número de parcerias entre tribunais e instituições públicas e privadas, passando pela criação de novos Centros Judiciários de Solução de Conflito (Cejuscs), e pelo incremento de cursos de capacitação em técnicas de resolução de conflitos, conforme a Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O Núcleo de Conciliação e Mediação (Nupemec) do Tribunal de Justiça do Rio Grande doSul (TJRS) antecipou-se ao novo cenário e formou, nos últimos meses, 682 mediadores e conciliadores para serem incorporados nos Cejuscs espalhados pelo Estado. Para que funcionem da forma ideal, os centros precisam contar com conciliadores e mediadores com formação especializada em número suficiente. A nova lei prevê que esse número esteja de acordo com o total de comarcas.
Com o objetivo de adequar o número de mediadores e de Cejuscs ao aumento de casos esperados com a entrada em vigor do novo CPC, o Nupemec do Tribunal de Justiça de Goias já acena para colocar em vigor o artigo 169 do novo Código, que trata da remuneração de mediadores. "Essa é uma forma que encontramos para estimular a população a se engajar nesse trabalho fundamental da Justiça. Precisamos contar com um número grande de mediadores e conciliadores e, atualmente, só trabalhamos com voluntários. O Projeto de Remuneração de Conciliadores e Mediadores é um dos caminhos para efetivarmos e reduzir o rodízio de mão de obra", explica o juiz coordenador do Nupemec goiano, Paulo César Alves das Neves.
Para o conselheiro Emmanoel Campelo, coordenador do Comitê Gestor da Conciliação no CNJ, a expectativa é de que o trabalho dos Cejuscs será intensificado. "Precisamos conscientizar servidores e magistrados de que o trabalho se concentrará nesses Centros, que se tornarão cada vez mais demandados. A mudança de cultura é inevitável e urgente", afirma. No ano passado, o CNJ publicou uma cartilha explicando como essas novas unidades podem ser implantadas sem causar impacto aos cofres dos órgãos judiciários e ainda respeitando determinados padrões de funcionamento estabelecidos na Resolução nº 125.
O remanejamento de servidores para postos com mais demandas é uma providência que já vem sendo tomada no Tribunal de Justiça do Tocantins. A coordenadora do Núcleo de Conciliação do Tribunal de Tocantins, juíza Umbelina Lopes, já está em negociação com a presidência do órgão para remanejar cerca de 40 conciliadores atualmente lotados nos juizados especiais.
De acordo com a coordenadora, esses funcionários serão necessários nos Centros, que contam, atualmente, com apenas sete mediadores capacitados. "A verdade é que os Cejuscs já são muito demandados. A partir de março, não temos dúvida, essa demanda aumentará consideravelmente, e precisaremos contar com toda a mão de obra já capacitada", avalia.
Outra estratégia que vem sendo abraçada pelos tribunais é a formação de parcerias com instituições públicas e privadas, seja para contribuir com a educação de profissionais, como é o caso de faculdades e universidades, como para ajudar na construção de novos centros, como é o caso de prefeituras. Além de aumentar o número de conciliadores e mediadores certificados e atuantes (atualmente, são em número de 698), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, por exemplo, já investe em parcerias com mais de 30 instituições públicas e privadas.
As sessões vêm ocorrendo entre as partes e bancos, cooperativas, financeiras, construtoras, escritórios de advocacia, empresas de plano de saúde, instituições de ensino, empresas de telecomunicações, transporte aéreo e empresas de varejo. Com ajuda desses parceiros, os Cejuscs do Distrito Federal realizaram 41 mil audiências, tendo conseguido acordos em 30% delas, e homologação de 12 mil acordos.
Ao tratar de maneira enfática as soluções de conflitos por vias não judiciais, o novo CPC reforça a Política Judiciária Nacional de tratamento adequado de conflitos de interesse no âmbito do Judiciário, implementada de maneira pioneira pelo CNJ por meio da Resolução nº 125, de 2010.
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