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JC Logística

- Publicada em 21 de Janeiro de 2016 às 21:20

Obras de usina nuclear se arrastam desde os anos 80

 CONSTRUÇÃO DA USINA NUCLEAR  ANGRA 3   FOTO ELETRONUCLEAR

CONSTRUÇÃO DA USINA NUCLEAR ANGRA 3 FOTO ELETRONUCLEAR


ELETRONUCLEAR/DIVULGAÇÃO/JC
Além das demissões que estão ocorrendo no estaleiro Brasfels, Angra dos Reis já havia sofrido um golpe na economia com a paralisação das obras da Usina Nuclear de Angra 3, no fim de setembro de 2015, após entrar no radar da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, em julho. A suspensão das atividades deixou aproximadamente 2 mil trabalhadores da construção civil de braços cruzados desde o início de outubro, segundo informações do sindicato local fornecidas à prefeitura de Angra dos Reis, no litoral Sul do Rio de Janeiro.
Além das demissões que estão ocorrendo no estaleiro Brasfels, Angra dos Reis já havia sofrido um golpe na economia com a paralisação das obras da Usina Nuclear de Angra 3, no fim de setembro de 2015, após entrar no radar da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, em julho. A suspensão das atividades deixou aproximadamente 2 mil trabalhadores da construção civil de braços cruzados desde o início de outubro, segundo informações do sindicato local fornecidas à prefeitura de Angra dos Reis, no litoral Sul do Rio de Janeiro.
A história de Angra 3, a terceira usina nuclear do País, é repleta de idas e vindas. A obra foi paralisada, pela primeira vez, ainda na década de 1980. Com o aval para a retomada em 2007, o projeto teve aprovado empréstimo de R$ 6,1 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) em 2010 e viu seus custos crescerem e o cronograma atrasar até virar alvo da Lava Jato.
O canteiro de obras de Angra 3 em dezembro passado mostrava guindastes e máquinas de grande porte parados. Apenas os funcionários que fazem a manutenção dos equipamentos continuam trabalhando. Algumas edificações, como salas de controle, estão prontas, mas o compartimento principal, onde ficará alojado o reator - coração de uma usina nuclear -, ficou pela metade. Outros prédios previstos no projeto estão apenas na fundação.
A previsão anterior de inauguração, 2018, torna-se cada vez mais inatingível. Segundo dados divulgados na internet pela Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás responsável pela operação das usinas nucleares, 58,4% do empreendimento foi concluído até setembro, ao custo de R$ 5,3 bilhões (o total do investimento deverá chegar a R$ 14,8 bilhões). A empresa afirma que a paralisação se deve à falta de recursos financeiros e não há previsão para a retomada das obras até que essa questão seja solucionada.
As obras já caminhavam a passos lentos quando a Lava Jato chegou à Eletronuclear. Segundo a Polícia Federal, um esquema de corrupção envolvendo ex-membros da cúpula da Eletronuclear e executivos das construtoras que integram o consórcio Angramon (Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Techint, UTC Engenharia e EBE) teria resultado em pagamentos de propina e favorecimento em licitações.
Entre os denunciados à Justiça está Othon Luiz Pinheiro da Silva, que presidiu a Eletronuclear até abril de 2015, quando foi afastado após as primeiras suspeitas. Ele foi detido em julho e passou a cumprir prisão domiciliar em dezembro. A Eletronuclear diz que sindicâncias internas não constataram envolvimento de atuais ou ex-funcionários no esquema.
Mais uma vez parada no tempo, a obra de Angra 3 também passou a abastecer menos os cofres da prefeitura de Angra dos Reis. Desde o início de 2015, a média mensal de ISS pago pela Eletronuclear caiu de R$ 2,8 milhões para R$ 2,3 milhões. No total, a Secretaria Municipal de Fazenda estima que deixou de arrecadar R$ 3,5 milhões até novembro passado.
"A gente vive aqui de Angra 3, da pesca, do comércio, da construção naval e do porto. Se uma dessas falha, com certeza há uma lacuna, e essa lacuna prejudica, e muito, nossa população", afirma o secretário municipal de Atividades Econômicas, Marcelo Oliveira.
Com duas das principais atividades econômicas dando sinais de curto-circuito, Angra teme trilhar o mesmo caminho de Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, onde a interrupção das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) causou desemprego e um imenso problema social.
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