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- Publicada em 21 de Janeiro de 2016 às 21:09

Família e advogados de Campos criticam relatório do acidente

 VIEW OF THE SITE OF THE CRASH OF THE CESSNA 560XL AIRCRAFT CARRYING THE PRESIDENTIAL CANDIDATE OF THE BRAZILIAN SOCIALIST PARTY (PSB) EDUARDO CAMPOS IN SANTOS, SAO PAULO STATE, BRAZIL, ON AUGUST 14, 2014. THE PLANE FAILED TO LAND AND CRASHED INTO A GYMNASIUM AND TWO HOMES, KILLING ALL ITS PASSENGERS.  AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA

VIEW OF THE SITE OF THE CRASH OF THE CESSNA 560XL AIRCRAFT CARRYING THE PRESIDENTIAL CANDIDATE OF THE BRAZILIAN SOCIALIST PARTY (PSB) EDUARDO CAMPOS IN SANTOS, SAO PAULO STATE, BRAZIL, ON AUGUST 14, 2014. THE PLANE FAILED TO LAND AND CRASHED INTO A GYMNASIUM AND TWO HOMES, KILLING ALL ITS PASSENGERS. AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
Uma sucessão de erros que incluíram a tentativa de buscar um "atalho" para abreviar a aterrissagem levou ao acidente com o avião Cessna C560 XLS que matou o ex-governador Eduardo Campos e mais seis pessoas em 13 de agosto de 2014, em Santos (SP). O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgou, na semana passada, seu relatório final, apontando diversos fatores humanos que levaram à tragédia, com destaque para a indisciplina de voo, a desorientação espacial e a falta de treinamento adequado para o tipo de aeronave.
Uma sucessão de erros que incluíram a tentativa de buscar um "atalho" para abreviar a aterrissagem levou ao acidente com o avião Cessna C560 XLS que matou o ex-governador Eduardo Campos e mais seis pessoas em 13 de agosto de 2014, em Santos (SP). O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgou, na semana passada, seu relatório final, apontando diversos fatores humanos que levaram à tragédia, com destaque para a indisciplina de voo, a desorientação espacial e a falta de treinamento adequado para o tipo de aeronave.
Os investigadores ressaltaram que o objetivo não é buscar culpados, mas garantir a segurança de voos futuros. A investigação descartou falhas técnicas na aeronave, mas apontou problemas operacionais que podem ter contribuído para o acidente. O irmão de Campos e o advogado das famílias do piloto e do copiloto contestaram o relatório. Ambos apostam em falha na aeronave. O advogado vai apresentar, nos próximos meses, um relatório sobre o acidente feito nos Estados Unidos.
De acordo com a investigação, a trajetória de aproximação da pista de Santos, feita pelo comandante Marcos Martins e pelo copiloto Geraldo Magela, não foi a indicada na carta de procedimentos, mesmo com o aviso de que o aeródromo operava por instrumentos. A orientação era para que passassem duas vezes sobre a pista antes de fazer a curva para o pouso, mas eles fizeram um caminho mais curto, dando inclusive informações falsas sobre os pontos em que estavam.
"O perfil do voo reduziria o tempo em até cinco minutos e não era aprovado nas regras para operar com instrumentos", afirmou o tenente-coronel aviador Raul de Souza, que coordenou as investigações. Após tentarem chegar diretamente à pista, os pilotos não conseguiram pousar e decidiram arremeter. Este movimento também foi feito em desacordo com os procedimentos previstos. Eles deveriam arremeter antes de chegar à pista, mas há relato, tido como confiável, de que sobrevoaram o local em baixa altitude antes de desistir do pouso.
Os investigadores apontaram que diversos fatores levaram a uma desorientação espacial da tripulação durante o procedimento de arremetida. Eles observaram que as condições meteorológicas estavam degradadas para o tipo de trajetória feita pelos pilotos. Citaram ainda como condições que podem ter levado à desorientação as variações de velocidade, alternância entre voo visual e por instrumentos e até o fato de um candidato à presidente da República ser um dos passageiros.
A investigação mostrou que o piloto deveria ter feito um "treinamento de diferença" para operar a aeronave, enquanto o copiloto precisava de um "curso completo". Essa necessidade estava prevista em instrução normativa da Anac, de julho de 2014, mas o sistema da agência que permite a realização dos voos não estava atualizado para essa exigência.Foi analisado ainda que, de 1 a 5 de agosto de 2014, os pilotos extrapolaram a carga horária prevista nas leis de aviação. A análise dos parâmetros de voz identificou sinais de "fadiga e sonolência" do copiloto. Registrou-se ainda que o copiloto teve desempenho "abaixo do esperado" ao longo da carreira em alguns dos treinamentos, em itens como "atenção".
O irmão de Eduardo Campos, o advogado Antonio Campos, ressaltou em nota que os inquéritos civil e policial não foram concluídos, e levantou suspeitas sobre falhas no avião: "O parecer técnico mais plausível, pelo que acompanho do caso, é no sentido de explicitar o erro de projeto do estabilizador horizontal do avião sinistrado e de precedentes de problemas idênticos com outras aeronaves semelhantes".
O advogado Josmeyr Oliveira, que representa as famílias do piloto e do copiloto, contestou a investigação. "(O Cenipa) não considerou a hipótese de a aeronave ter se derrubado. Havíamos passado a eles vários elementos nesse sentido", disse o advogado.
Oliveira destacou que a investigação não usou um simulador para refazer o voo. "A simulação que nós fizemos nos Estados Unidos é muito mais esclarecedora." Ele participou da apresentação prévia do relatório que o Cenipa fez às famílias das vítimas antes da divulgação pública. "As famílias ficaram muito tristes, principalmente a mulher do Geraldo, o copiloto. Ela não esperava que o marido dela fosse classificado de uma maneira tão forte."
 

Aeromóvel transportou 1,5 mi de passageiros em 2015

 AEROMÓVEL QUE LIGA O AEROPORTO AO TRENSURB (EXTERNAS DO VEÍCULO, DA ESTAÇÃO, USUÁRIOS UTILIZANDO O SERVIÇO).

AEROMÓVEL QUE LIGA O AEROPORTO AO TRENSURB (EXTERNAS DO VEÍCULO, DA ESTAÇÃO, USUÁRIOS UTILIZANDO O SERVIÇO).


FREDY VIEIRA/JC
Em 2015, a linha da tecnologia aeromóvel operada pela Trensurb, que conecta o metrô ao Terminal 1 do Aeroporto Internacional Salgado Filho, registrou o transporte de 1.140.802 passageiros, média de 95.067 por mês. A média de usuários por dia útil foi de 3.406. Em 2014, 891.269 usuários haviam realizado a conexão entre metrô e aeroporto via aeromóvel. No mesmo ano, a média havia sido de 2.801 passageiros transportados por dia útil. Vale lembrar que a linha opera comercialmente no horário integral de funcionamento do metrô (das 5h às 23h20min) desde maio de 2014.
No dia 15 de junho de 2015, 4.342 passageiros utilizaram o serviço, recorde diário para o serviço desde o início da operação. No mês seguinte, em julho, a linha chegou ao recorde de passageiros transportados em um único mês: 103.478, com média de mais de 3.611 passageiros por dia útil, também a maior marca atingida desde o início da operação do modal.
Outra marca alcançada no ano que passou, no dia 4 de novembro, foi a de 2 milhões de usuários transportados desde a abertura ao público, em agosto de 2013, ainda em regime experimental. Desde então, até o fim de 2015, 2.179.779 passageiros viajaram no aeromóvel.
O projeto foi desenvolvido no Brasil, usando tecnologia 100% nacional, e movimentou uma cadeia produtiva que envolveu mais de 50 empresas e mil profissionais. Os veículos suspensos, movidos a ar, permitem integração e acesso rápido e direto ao terminal aeroportuário sem custo adicional para os usuários do metrô. O trajeto de 814 metros, com duas estações de embarque, é percorrido em 2 minutos e 40 segundos.
Além de qualificar o acesso ao aeroporto, o empreendimento da Trensurb cumpre diretriz do governo federal para empresas estatais de investir em projetos de infraestrutura e inovação tecnológica e fomentar o desenvolvimento da indústria nacional.
Projetado pelo Grupo Coester, de São Leopoldo, o aeromóvel é um meio de transporte automatizado, em via elevada, que utiliza veículos leves, não motorizados, com estruturas de sustentação esbeltas. Sua propulsão é pneumática - o ar é soprado por ventiladores industriais de alta eficiência energética, por meio de um duto localizado dentro da via elevada. O vento empurra uma aleta (semelhante a uma vela de barco invertida) fixada por uma haste ao veículo, que se movimenta sobre rodas de aço em trilhos.
O projeto atende às legislações ambientais vigentes e, como a propulsão se dá com o acionamento de motores elétricos, não há emissão de poluentes gasosos, o que garante a sustentabilidade. Esses motores são dispostos em casas de máquinas acusticamente isoladas, o que também evita a poluição sonora. Já as estruturas elevadas e menos espessas, com design moderno, reduzem a poluição visual. A média mensal de custo de propulsão por passageiro foi inferior a R$ 0,10 em 2015, o que torna o veículo econômico.