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- Publicada em 21 de Janeiro de 2016 às 21:06

Aeroportos triplicam tarifas após concessões

 VIEW OF THE NEW PASSENGER TERMINAL AT GUARULHOS INTERNATIONAL AIRPORT IN SAO PAULO, BRAZIL ON MAY 20, 2014, THE DAY OF ITS INAUGURATION. AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA

VIEW OF THE NEW PASSENGER TERMINAL AT GUARULHOS INTERNATIONAL AIRPORT IN SAO PAULO, BRAZIL ON MAY 20, 2014, THE DAY OF ITS INAUGURATION. AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
O valor pago pelas empresas aéreas para alugar áreas operacionais nos aeroportos privados brasileiros mais do que triplicou desde 2012, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear). Os preços se referem, por exemplo, ao custo do aluguel das lojas das empresas aéreas nos aeroportos ou da área de despacho de bagagem. De acordo com a associação, o aumento das tarifas agrava a crise das empresas aéreas brasileiras, que acumulam prejuízo de R$ 13 bilhões desde 2011.
O valor pago pelas empresas aéreas para alugar áreas operacionais nos aeroportos privados brasileiros mais do que triplicou desde 2012, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear). Os preços se referem, por exemplo, ao custo do aluguel das lojas das empresas aéreas nos aeroportos ou da área de despacho de bagagem. De acordo com a associação, o aumento das tarifas agrava a crise das empresas aéreas brasileiras, que acumulam prejuízo de R$ 13 bilhões desde 2011.
Os dados apresentados pela Abear representam a planilha de custos de uma empresa aérea para voar nos quatro primeiros aeroportos leiloados pelo governo - Guarulhos, Brasília, Viracopos e São Gonçalo do Amarante. Com exceção do último, que foi construído do zero, os demais aeroportos foram assumidos pelo setor privado em novembro de 2012.
De lá para cá, os custos com as áreas operacionais usadas no transporte de passageiros subiram, em média, 267%, e na divisão de carga, 225%. A área de despacho de bagagens, por exemplo, custava em média R$ 11,38 nesses aeroportos na época em que eles eram administrados pela Infraero, em 2012. O preço saltou para R$ 28,79 - um reajuste de 80%. No período, a inflação teve alta acumulada de cerca de 25%. Outro estudo da Abear, que considera apenas os preços até 2014, mostra que o metro quadrado da área de check-in e da sala Vip saltaram, respectivamente, 128% e 195% desde 2012.
"Esses aumentos expressivos tiram ainda mais a competitividade do setor. Com as empresas divulgando prejuízos bilionários, não é satisfatório pagar taxas com valores acima do que se cobrava antes das concessões", afirmou o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. De acordo com a entidade, as tarifas aeroportuárias representam 6% do custo das empresas.
Apesar de ser menos representativa do que, por exemplo, os gastos com combustível, que constituem 40% da despesa das aéreas brasileiras, as empresas alegam que qualquer despesa adicional é relevante. "Já operamos com baixo custo, e não é possível aumentar preços. Isso engorda o prejuízo das empresas", afirmou um executivo do setor.
De acordo com o professor de Transporte Aéreo da USP, Jorge Leal, a alta de preços é consequência do modelo de concessão onerosa. Só as concessionárias de Guarulhos, Viracopos e Brasília pagaram juntas R$ 24,5 bilhões em outorga no leilão dos aeroportos, um ágio de 348%, além de assumirem compromissos com investimentos. "Existia um gargalo de capacidade que foi resolvido com investimentos. A alta de preços era esperada para as empresas recuperarem os investimentos feitos."
Quando as regras do leilão estavam sendo definidas, as empresas defendiam um modelo em que o vencedor fosse o que oferecesse as menores tarifas. Na época, um mesmo grupo empresarial foi proibido de disputar em mais de um aeroporto, para evitar o monopólio e o abuso de preços. "Isso não funcionou. Não há concorrência para Guarulhos. Congonhas não tem mais espaço, e o passageiro de São Paulo não quer ir até Viracopos. O aeroporto de uma cidade é um monopólio natural", disse o executivo de uma aérea. "É aceitar o preço ou ir embora", afirmou outra fonte.

Aeronautas pedem uma nova lei para o trabalho

 TRIPULAÇÃO DA AZUL NO PÁTIO (PISTA) DO AEROPORTO SALGADO FILHO. CARREGANDO AS MALAS

TRIPULAÇÃO DA AZUL NO PÁTIO (PISTA) DO AEROPORTO SALGADO FILHO. CARREGANDO AS MALAS


JOÃO MATTOS/JC
O Sindicato Nacional dos Aeronautas defendeu, por meio de nota, a necessidade de ser aprovado o mais rapidamente possível o Projeto de Lei nº 8.255 de 2014, em tramitação no Congresso Nacional, que trata da legislação trabalhista dos pilotos e comissários de bordo. Para o sindicato, essa é uma forma de evitar tragédias como a que causou a morte de Eduardo Campos e mais seis pessoas, em 13 de agosto de 2014.
A entidade justificou que essa urgência fica evidente no resultado das investigações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). De acordo com o relatório do Cenipa, um dos fatores que contribuíram para o acidente aéreo foi a fadiga dos pilotos Marcos Martins e Geraldo da Cunha, embora isso não tenha sido determinante.
"O fato de o acidente com Eduardo Campos ter tido a fadiga dos pilotos como um dos fatores contribuintes só aumenta a necessidade de celeridade na aprovação da nova Lei do Aeronauta, em nome da segurança das operações aéreas", defende o sindicato.
A instituição alega que vem lutando pela aprovação de uma nova legislação desde 2011 para incluir práticas já adotadas em outros países, como o gerenciamento do risco de fadiga humana. De acordo com a entidade, a lei em vigor no Brasil tem mais de 30 anos e não leva em consideração os fatores humanos.
A proposta em tramitação no Congresso foi elaborada com base em estudos e pareceres de especialistas em aviação civil no mundo e, no momento, está sob análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.
"É sempre importante aguardar o fim das investigações em casos de acidente para evitar conclusões precipitadas e equivocadas, como foi o caso envolvendo os pilotos Marcos Martins e Geraldo da Cunha", diz a entidade. Para o sindicato, ambos estavam com licenças válidas para a aeronave, como foi constatado, na época, pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).