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Transportes

- Publicada em 13 de Janeiro de 2016 às 22:17

Anfavea pede que o governo banque a renovação da frota

Caminhões e carros velhos gastam mais combustível e poluem mais

Caminhões e carros velhos gastam mais combustível e poluem mais


MARCELO G. RIBEIRO/JC
O programa de renovação da frota brasileira de veículos apresentado recentemente pelo setor automotivo deve depender de dinheiro do governo para sair do papel, de acordo com o presidente da Anfavea (associação que representa as montadoras de veículos), Luiz Moan.
O programa de renovação da frota brasileira de veículos apresentado recentemente pelo setor automotivo deve depender de dinheiro do governo para sair do papel, de acordo com o presidente da Anfavea (associação que representa as montadoras de veículos), Luiz Moan.
O executivo esteve reunido, na semana passada, com os ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Valdir Simão (Planejamento) e tratou deste e de outros assuntos relacionados com a fabricação de veículos.
A proposta de renovação foi entregue ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior pela Anfavea e outras 18 entidades do setor em dezembro. A entidade pediu a Barbosa e Simão que também participem das conversas. A ideia é que veículos com mais de 20 anos de uso possam ser trocados por uma carta de crédito para compra de um novo automóvel ou caminhão, por exemplo.
Como esses bens têm valor muito baixo, em geral, as concessionárias não os aceitam como crédito na compra de outro. Por isso, são necessários recursos para bancar o programa. Moan afirmou que há muitas opções para formar esse fundo e que recursos estatais ou da venda das carcaças espalhadas hoje pelo País estão entre elas. Ressaltou, no entanto, que a medida depende do governo para sair do papel.
"O governo tem de analisar se esse programa gera vendas incrementais de veículos. Se gerar vendas incrementais, estaremos gerando tributos adicionais. Nesse caso, há uma chance melhor de criar um funding (fundo) para esse programa", afirmou.
Na semana passada, a Fenabrave, que reúne as distribuidoras de veículos no Brasil, afirmou que o fundo para garantir o crédito destinado à renovação da frota seria criado sem recursos do governo. O presidente da Anfavea disse que o setor nunca pediu dinheiro ao governo para ajudar nas suas vendas e apresentou uma explicação diferente para as desonerações dos últimos anos.
"Nós nunca pedimos subsídio estatal. Quando tivemos o famoso programa de redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industriais), eu não acho que foi um programa de desoneração. Na verdade, foi um programa de ajuste temporário da mais alta carga tributária sobre veículos do mundo", afirmou Moan.
A proposta de renovação tem mais de 20 anos, mas nunca saiu do papel, segundo a Anfavea, porque não havia consenso no setor, algo que, dessa vez, foi alcançado. Seria possível renovar, por exemplo, mais de 20% da frota de caminhões, segundo estimativa do setor.
A entidade prevê o crescimento de 0,5% na produção em 2016, com queda de 7,5% nas vendas no mercado interno e aumento de 9% nas exportações.Questionado sobre uma possível redução de preços de veículos por causa da queda nas vendas no Brasil, o presidente da Anfavea disse que o carro brasileiro já é um dos mais baratos do mundo, em dólares, marca que foi alcançada devido à desvalorização recente da moeda nacional. Afirmou ainda que, em reais, os preços subiram 4% desde 2004, enquanto a inflação superou 85% no período.

Regras de roupa revoltam taxistas paulistas e da Capital

 FOTOS DE TÁXIS PARA MATÉRIA SOBRE SANÇÃO PELO PREFEITO DE NOVA LEI GERAL DO SERVIÇO NA CAPITAL.

FOTOS DE TÁXIS PARA MATÉRIA SOBRE SANÇÃO PELO PREFEITO DE NOVA LEI GERAL DO SERVIÇO NA CAPITAL.


JONATHAN HECKLER/JC
Os taxistas paulistas que são flagrados desobedecendo às novas regras de traje e de comportamento durante o exercício da profissão estão sendo multados desde segunda-feira. A punição para quem for pego vestindo peças do "estilo esporte", como camiseta e tênis, ou desrespeitando regras de conduta, como não falar de política, futebol e assuntos polêmicos, é o pagamento de multa de R$ 35,52.
Agentes do DTP (Departamento de Transportes Públicos) têm percorrido os pontos de táxi desde o dia 4 de janeiro para informar aos taxistas sobre as novas regras. Os critérios de conduta e vestuário foram publicados no Diário Oficial em 18 de dezembro e têm causado reação da categoria. Para o taxista Lucas Reis, 63 anos, as exigências são exageradas, principalmente para os motoristas da categoria comum. "Lidamos com passageiros em ocasiões normais do dia a dia. A prefeitura está pedindo muito. Basta andar limpo e barbeado."
O taxista Rogério Mroz, 37 anos, concorda. "É errado exigir padrão executivo dos táxis comuns, sendo que recebemos pela tarifa normal." Outro taxista, Alex Sanches, 38 anos, ficou contrariado ao ser informado sobre as novas regras e disse não ter como mudar o guarda-roupa para se adequar. "Vou me virar com o que eu tenho."
Apesar das reclamações, a maioria dos profissionais vê com bons olhos as novas regras. "São poucos os que reclamaram. Eles sabem que é para melhorar a categoria", afirma o assessor do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo (Sinditaxisp), Giovani Romano.
As mudanças foram anunciadas junto com o aumento da polêmica em torno do aplicativo Uber. O sindicato nega haver relação. As exigências de conduta e trajes foram elaboradas em reuniões da Câmara Temática do Serviço de Táxi do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte, formada em junho do ano passado para debater os interesses da categoria junto à prefeitura.
De acordo com o assessor do Sindicato dos taxistas autônomos, Giovani Romano, mulheres motoristas e donas de casa também participaram das reuniões. "Elas estão acostumadas a cuidar dos maridos e ajudaram a elaborar as regras", afirmou.
A Secretaria dos Transportes afirmou que as novas regras de traje e conduta foram apresentadas, debatidas e aprovadas por unanimidade na Câmara Temática do Serviço de Táxi, que reúne 21 representantes da categoria.
Em Porto Alegre, também houve reação dos motoristas ao projeto de lei para regrar a vestimenta e o comportamento dos taxistas. Pela proposta, fica proibido o uso de chinelos, bonés e bermudas. As calças podem ser sociais ou jeans, de cor preta ou azul escuro; os calçados têm de ser fechados; e o casaco ou a jaqueta tem de ser preto, cinza ou azul. Mas o que mais revoltou os taxistas porto-alegrenses foi a determinação para o uso de camisas, social ou polo, em qualquer tonalidade do azul - para os motoristas, essa é uma tentativa de igualar os profissionais aos integrantes da EPTC, os conhecidos azuizinhos.