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JC Logística

- Publicada em 07 de Janeiro de 2016 às 21:32

Petrobras quer reduzir sondas da Sete Brasil

 Rio de Janeiro - O banqueiro André Esteves deixa sede da Polícia Federal na Praça Mauá em direção ao Presídio Ary Franco  Foto Fernando Frazão Agência Brasil.

Rio de Janeiro - O banqueiro André Esteves deixa sede da Polícia Federal na Praça Mauá em direção ao Presídio Ary Franco Foto Fernando Frazão Agência Brasil.


FERNANDO FRAZÃO/ABR/JC
A Sete Brasil, empresa criada para construir e afretar sondas e plataformas para exploração de petróleo em alto-mar, inicia o ano com o desafio de convencer a Petrobras da sua capacidade financeira e técnica para fechar os contratos de 15 sondas destinadas ao pré-sal. O problema é que, segundo uma fonte da estatal, a Sete Brasil tem hoje a garantia de contratação de apenas seis embarcações.
A Sete Brasil, empresa criada para construir e afretar sondas e plataformas para exploração de petróleo em alto-mar, inicia o ano com o desafio de convencer a Petrobras da sua capacidade financeira e técnica para fechar os contratos de 15 sondas destinadas ao pré-sal. O problema é que, segundo uma fonte da estatal, a Sete Brasil tem hoje a garantia de contratação de apenas seis embarcações.
A empresa nasceu com a missão de construir 28 embarcações para a Petrobras, sua única cliente e sócia minoritária, mas foi atingida tanto pela crise da estatal quanto por denúncias de corrupção, após ter o nome envolvido nas investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Com limitações de caixa, a Petrobras reduziu de 28 para 15 o número de sondas que irá afretar. Dessas, garante a contratação apenas das unidades que já estão em construção em estaleiros. Nove plataformas, que ainda estão em fase de projeto, poderão ser adquiridas no mercado internacional, mesmo que, com isso, a Petrobras transgrida a regra de conteúdo local, que obriga a aquisição de um percentual mínimo de bens e serviços no Brasil.
Para levar o contrato, a Sete Brasil tem que comprovar capacidade de vencer suas atuais limitações. Por causa da Operação Lava Jato, a empresa enfrenta uma crise de credibilidade. Alguns dos estaleiros com os quais se associou são controlados por empreiteiras também investigadas pela Polícia Federal.
O Bndes, cuja promessa de financiar a construção das sondas era um dos pilares do projeto, já cogita não liberar o dinheiro para os projetos. E as taxas de aluguel cobradas pela Sete Brasil ainda são superiores às do mercado internacional. A diferença, para mais, entre os preços externos e internos sempre existiu. Esse não chegava a ser um impeditivo à contratação da fornecedora, já que o seu projeto se adequava à política de governo de incentivar o desenvolvimento da indústria naval brasileira.
Com a crise na indústria petroleira mundial, no entanto, a diferença entre as taxas de afretamento cobradas pela Sete Brasil e por companhias no exterior se ampliou, enquanto, do lado da Petrobras, já não há a mesma disponibilidade em atuar como âncora da indústria naval brasileira, até por causa do caixa apertado e do excesso de dívidas.
A petroleira avalia que é possível economizar se recorrer ao mercado externo. Nem mesmo a ameaça de multa por descumprir a política de conteúdo local faz a empresa descartar a alternativa de importação. "É uma conta a se fazer", disse um executivo da estatal ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
A prisão do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, em novembro, dificultou ainda mais as negociações, afirmou o executivo. O BTG é o principal sócio privado da Sete Brasil - em junho de 2014, o banqueiro reconheceu que o investimento foi um "fiasco". Além disso, "a Petrobras não tem pressa" em fechar os contratos de afretamento das sondas com a Sete Brasil.
Depois de um longo período de conversas, em novembro, a estatal resolveu condicionar a continuidade das negociações à apresentação de um plano de reestruturação pela Sete Brasil, no qual ela deve informar como vai solucionar suas dificuldades financeiras e técnicas. Os valores dos contratos também voltaram a ser discutidos.
Entre os executivos da Sete Brasil, a percepção é que o acordo não vai sair. Segundo a fonte, um grupo de executivos da Petrobras resistente à Sete Brasil acredita que a fornecedora foi criada exclusivamente para o desvio de dinheiro público. Por outro lado, como esses executivos da petroleira esbarram no preço político de admitir que preferem adquirir as embarcações no exterior a um preço menor, prorrogam indefinidamente as negociações.
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