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Responsabilidade social

- Publicada em 25 de Janeiro de 2016 às 13:51

Feira virtual Bem da Terra incentiva o consumo consciente

 distribuição dos produtos da feira virtual - arquivo da Associação Bem da Terra

distribuição dos produtos da feira virtual - arquivo da Associação Bem da Terra


ARQUIVO DA ASSOCIAÇÃO BEM DA TERRA/DIVULGAÇÃO/JC
A temática da economia solidária foi um dos pilares do Fórum Social Mundial, que, em 2016, voltou a Porto Alegre na sua 15ª edição. Além da feira de economia solidária que ocupou o Parque da Redenção, diversas atividades autogestionadas abordaram o assunto, expondo exemplos de iniciativas bem-sucedidas na área e debatendo as principais barreiras a serem superadas para o crescimento do comércio justo e do consumo consciente.
A temática da economia solidária foi um dos pilares do Fórum Social Mundial, que, em 2016, voltou a Porto Alegre na sua 15ª edição. Além da feira de economia solidária que ocupou o Parque da Redenção, diversas atividades autogestionadas abordaram o assunto, expondo exemplos de iniciativas bem-sucedidas na área e debatendo as principais barreiras a serem superadas para o crescimento do comércio justo e do consumo consciente.
Estudantes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) trouxeram para o debate o tema "Consumo consciente, comércio justo local e incubação de empreendimentos solidários: Feira Virtual Rede Bem da Terra". Os alunos apresentaram a Rede Bem da Terra, atuante desde 2007 em parceria com a Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e que conta com o apoio de sindicatos e outras entidades. A iniciativa reúne empreendimentos de economia solidária de municípios gaúchos da região Sul e de outros estados que são os principais consumidores de alimentos e artesanatos comercializados pela feira.
Atualmente, a feira conta com 17 núcleos de consumidores, cada um deles integrado por nove a 16 membros, o que aricula mais de 100 consumidores e mais de 10 associações de cooperativas e produtores. Quando acessa o site da rede, o participante tem a possibilidade de fazer um cadastro e escolher de qual grupo quer participar ou pode optar ainda pela consolidação de um novo núcleo.
Todas as encomendas são feitas virtualmente, no site cirandas.net, plataforma que reúne e facilita o trabalho de diversas iniciativas da economia solidária no País. A página conecta produtores com iniciativas semelhantes e pessoas interessadas em alternativas que visam ao comércio justo e ao consumo consciente. A feira Bem da Terra é um dos 780 empreendimentos cadastrados no site, que engloba ainda 11 mil usuários, 5 mil produtos e 710 comunidades.
A cada semana, os usuários utilizam o site para escolher o que vão comprar. As frutas e legumes são retirados das propriedades dos agricultores, enquanto produtos como arroz, feijão, café e achocolatado ficam armazenados em um estoque. São os próprios consumidores que se voluntariam para fazer a separação dos produtos, distribuindo aos participantes de seu núcleo.
"Muitos integrantes fazem quase todo o seu rancho na feira Bem da Terra", conta Anderson Dias, bolsista da UFPel. A variedade de produtos disponíveis vai de mercadorias básicas, como frutas e componentes da cesta básica, até itens de higiene pessoal e alguns mais difíceis de encontrar, como castanhas que vêm do Acre, e o café trazido de Minas Gerais. Além do sistema de distribuição, o diferencial está também na produção: para entrar na rede, os agricultores e fabricantes precisam adotar princípios da agroecologia e, ainda, estarem organizados em associações ou cooperativas.
De acordo com Dias, a Feira Virtual funciona, porque os produtores e os consumidores se engajam na organização, separação e distribuição dos alimentos. Para isso, eles têm a assessoria da Tecsol, incubadora de tecnologias sociais e economia solidária da Ufpel. "Estamos em um processo de transição para que a feira funcione via autogestão e cogestão entre os participantes", relata. A incubadora também impulsiona e assiste agricultores que desejam fazer a transição para o cultivo orgânico e agroecológico. Os produtores ligados à Feira têm um retorno médio de 80%, o que está diretamente ligado à ideia de comércio justo defendida pela rede.

Universidades são fundamentais

 feira 2 - produtores da feira - arquivo da Associação Bem da Terra

feira 2 - produtores da feira - arquivo da Associação Bem da Terra


ARQUIVO DA ASSOCIAÇÃO BEM DA TERRA/DIVULGAÇÃO/JC
O Núcleo Interdisciplinar de Tecnologias Sociais e Economia Solidária da UFPel desenvolve, além do projeto Bem da Terra, dois programas de aceleração da economia solidária. Os trabalhos são organizados pelos bolsistas e pelos professores em caráter interdisciplinar.
Entre as iniciativas assessoradas está o Grupo de Produção Cidadania e Vida (mulheres, majoritariamente negras e em situação de vulnerabilidade social), que produz sabão e sabonete ecológicos e artesanatos em geral. A Cooperativa Mulheres da Lagoa (Colônia Z3) e a Coopesca (Cooperativa de Pescadores Profissionais Artesanais de São Lourenço do Sul) também estão entre os projetos contemplados.
Em Porto Alegre, a Ufrgs desenvolve um núcleo de economia alternativa, que compreende a incubadora tecnológica de cooperativas populares. A incubadora contempla projetos como o Mulheres da Terra, que produz alimentos orgânicos, e o GerAção Poa, que produz artesanato, reciclagem de papel, serigrafia e promove atividades culturais.