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conjuntura

- Publicada em 20 de Janeiro de 2016 às 19:32

Classe A tem fatia maior da renda

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VISUALHUNT/DIVULGAÇÃO/JC
A distribuição de renda no Brasil é pior do que se imaginava. Um estudo elaborado pela Tendências Consultoria Integrada mostrou que a classe A - famílias com rendimento superior a R$ 14.695 - detém uma fatia ainda maior da massa de renda nacional. O levantamento elaborado pelos economistas Adriano Pitoli, Camila Saito e Ernesto Guedes foi feito com base nos dados da Receita Federal e mostrou que as 2,5 milhões de famílias da classe A são responsáveis por 37,4% da massa da renda nacional. Nos dados mais conhecidos, obtidos por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), estimava-se que os mais ricos tenham 16,7% da renda nacional.
A distribuição de renda no Brasil é pior do que se imaginava. Um estudo elaborado pela Tendências Consultoria Integrada mostrou que a classe A - famílias com rendimento superior a R$ 14.695 - detém uma fatia ainda maior da massa de renda nacional. O levantamento elaborado pelos economistas Adriano Pitoli, Camila Saito e Ernesto Guedes foi feito com base nos dados da Receita Federal e mostrou que as 2,5 milhões de famílias da classe A são responsáveis por 37,4% da massa da renda nacional. Nos dados mais conhecidos, obtidos por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), estimava-se que os mais ricos tenham 16,7% da renda nacional.
Os economistas chegaram ao novo número sobre distribuição de renda com base numa espécie de Pnad ajustada. O ajuste foi feito analisando a renda de duas formas. Para as famílias com ganhos de até cinco salários-mínimos, foram utilizados os dados tradicionais da Pnad. Para as faixas mais ricas, o estudo levou em conta as declarações de Imposto de Renda. "Todo mundo sabia que a desigualdade de renda no Brasil era enorme, mas ela é muito maior do que se imaginava", afirma Pitoli.
A vantagem de analisar os dados da Receita para as classes mais ricas é explicada pelo fato de a Pnad ser declaratória e, portanto, limitada para mensurar dados envolvendo fontes de renda com ativos financeiros e aluguéis. "As pesquisas declaratórias (como a Pnad) são ineficientes para capturar a renda de aplicações financeiras, aluguéis e ganhos de capital", afirma Pitoli. "Na verdade, ninguém tem esses números de cabeça."
O exercício da Tendências deixa evidente a dificuldade da Pnad em apurar o tamanho da desigualdade brasileira. Nas famílias com renda entre cinco e 10 salários-mínimos, a massa de renda apurada pela Pnad é 13% menor do que mostra o dado da Receita Federal. A diferença é crescente conforme o topo da pirâmide se aproxima.
Na faixa de brasileiros com ganhos acima de 160 salários-mínimos, a massa de renda captada pela Pnad é 97% menor do que os dados obtidos pela análise do Imposto de Renda. "A desigualdade com base nos dados da Pnad é menor do que mostram os dados da Receita", afirma Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper. "Existe uma dificuldade da Pnad em captar a renda da fatia mais rica da população."
O estudo da consultoria Tendências também chegou a outras duas conclusões relevantes: o abismo entre as classes sociais é maior do que se imaginava e as classes A e B são um pouco maiores do que indicavam as pesquisas tradicionais. Pela Pnad tradicional, a classes A responde por 2% do total das famílias brasileiras, e a classe B, por 12,6%. Nos dados ajustados pela consultoria, a fatia das classes aumenta para 3,6% e 15%, respectivamente.
Com relação ao distanciamento entre as classes sociais, o estudo da consultoria apontou que a renda das famílias da classe A é 40,9 vezes maior do que as da classe D/E. Na Pnad original, a diferença apurada era de 23,3 vezes. "A intenção do estudo não é substituir os dados da Pnad e da Receita. O exercício é continuar olhando a Pnad para as classes de menor renda, e na faixa das classes de maior renda fazer os ajustes para eliminar o viés da omissão de renda", afirma Pitoli.

Aumento do desemprego deve piorar cenário de desigualdade

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VISUALHUNT/DIVULGAÇÃO/JC
O crescimento dos índices de desemprego deve estancar ou até mesmo reverter a melhora social observada nos últimos anos. No período de crescimento econômico, entre 2004 e 2013, a formalização do mercado de trabalho e os aumentos reais dos salários ajudaram a melhorar o quadro social da economia brasileira.
As estatísticas mais recentes, no entanto, mostram uma forte deterioração, que pode levar a uma piora da distribuição de renda. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua mostraram que a taxa de desemprego chegou a 9% no trimestre encerrado em outubro de 2015 - a maior da série histórica iniciada em 2012. No mesmo trimestre de 2014, a taxa era de 6,6%. Nos anos de forte crescimento do País, o mercado de trabalho contribuiu para a redução da desigualdade social por meio da queda do diferencial de salários. Ou seja, trabalhadores menos qualificados tiveram aumentos salariais maiores do que quem estava no topo da renda nacional.
Com a piora do cenário, essa reversão já pode ser observada. No ano passado, pelos dados da Pnad Contínua, o salário médio de um brasileiro com curso superior era 342% maior que o de um trabalhador sem instrução ou com o Ensino Fundamental incompleto. Em 2014, a diferença era de 332%.
"Esse cenário reflete a piora da situação dos menos qualificados", destaca Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper e responsável pelos dados. Uma análise mais certeira do estrago que crise atual causou ou não na distribuição de renda do País só será possível quando todas as fontes de renda da economia estiverem disponíveis.