Pagamentos são o desafio da TI

Após dominarem a indústria de smartphones, gigantes como Apple, Google e Samsung partem para a disputa de outro mercado, o de pagamentos. A promessa é de comodidade, com a substituição de cartões de plástico, senhas e assinaturas por um toque na tela do telefone. Nas grandes economias a disputa é tão acirrada que o setor varejista também se prepara para agarrar o consumidor.

O Walmart lançou o Walmart Pay, enquanto na China o Alipay, do Grupo Alibaba, já existe há alguns anos, como concorrente ao PayPal. Segundo recente relatório da Worldpay, este ano será de superações de barreiras e, em 2019, essas transações vão ultrapassar os cartões de crédito.

No Brasil, o uso de smartphones para a realização de compras no ponto de venda ainda é incipiente, cenário que deve mudar com o rápido avanço na oferta de serviços. O diretor setorial de tecnologia e automação bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Gustavo Fosse, destaca que a adaptação do brasileiro ao mobile está em pé de igualdade com outros países. Em 2014, as transações por mobile banking representaram 11% do total, percentual que subiu para 22% nos primeiros seis meses de 2015. Assim, se cria a cultura do pagamento pelo smartphone.

"Há um tempo, os cartões usavam a tarja magnética, e a transição para o chip foi natural. O próximo passo é a tecnologia de aproximação", disse Fosse. "Os cartões com NFC (Near Field Communication) estão se difundindo, depois será o celular. É mais prático, oferece maior comodidade. Enxergamos 2016 como o ano da consolidação."

A tecnologia NFC permite a troca de informação, de forma segura, entre dispositivos apenas com a aproximação. Nas grandes cidades, já é bastante utilizada em catracas de transportes públicos e, cada vez mais, nos pontos de venda. De acordo com Valério Murta, vice-presidente de Produtos e Soluções da MasterCard Brasil e Cone Sul, existem no País mais de um milhão de estabelecimentos com máquinas de cartões compatíveis com o sistema.