"Eu cheguei a pensar que eu poderia morrer, sim". Assim o deputado Fausto Pinato (PRB-SP), em seu primeiro mandato, resume as pressões que passou a sofrer desde que foi escolhido como relator do processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética da Casa.
Ontem, quando o parecer de Pinato pela abertura do processo iria ser votado no conselho, Cunha fez uma manobra junto à mesa diretora para destituir o deputado do cargo.
Pinato afirmou que sofreu ameaças de morte e registrou um boletim de ocorrência confidencial junto à Secretaria de Segurança de São Paulo. Diz que também fez uma representação ao Ministério da Justiça. Segundo ele, sua família estava usando um carro blindado e um policial militar passou a dormir em sua casa para fazer sua proteção.
"Fui abordado em aeroporto, o meu motorista foi abordado, recebi alguns recados em aeroporto de pessoas desconhecidas. Sofri todo tipo de pressão que você pode imaginar", disse em entrevista à imprensa.
Segundo o parlamentar, foi por causa das ameaças que o deputado resolveu apresentar antes do prazo seu parecer a favor da admissibilidade do processo contra Cunha.