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Impeachment

- Publicada em 07 de Dezembro de 2015 às 18:57

Cunha adia para hoje eleição de comissão

Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (c) reuniu líderes partidários para tomar a decisão

Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (c) reuniu líderes partidários para tomar a decisão


ALEX FERREIRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS/JC
Uma manobra de parlamentares da oposição, com aval do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), postergou a eleição da comissão especial que analisará o pedido de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff. O adiamento ocorreu no mesmo dia em que Dilma anunciou querer que o Congresso decida sobre o impeachment "o mais rápido possível".
Uma manobra de parlamentares da oposição, com aval do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), postergou a eleição da comissão especial que analisará o pedido de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff. O adiamento ocorreu no mesmo dia em que Dilma anunciou querer que o Congresso decida sobre o impeachment "o mais rápido possível".
A indicação e a escolha da chapa com 65 deputados seria realizada nesta segunda-feira às 18h, mas ficou para hoje às 14h depois de opositores articularem a eleição de uma chapa alternativa. A intenção é evitar que líderes dos partidos da base governista que têm deputados com posições divergentes indiquem apenas integrantes alinhados ao Palácio do Planalto para barrar o processo. O primeiro racha foi na bancada do PMDB, depois de o líder Leonardo Picciani (RJ), defensor declarado de Dilma, sinalizar que não reservaria vagas para deputados pró-impeachment.
A indicação dos nomes e a escolha dos integrantes da comissão deverão ocorrer às 14h desta terça-feira, o que pode esvaziar também a sessão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar programada para votar o relatório preliminar do processo contra Eduardo Cunha no mesmo horário.
Aliados de Cunha, como o deputado Paulinho da Força (SD-SP), retiraram as indicações que já haviam sido feitas e vão apresentar nomes apenas na chapa paralela, nesta terça. Segundo Paulinho, quando há divergências numa bancada pode haver candidaturas avulsas apresentadas pelos deputados e outra feita pelo líder. Ele disse que a chapa paralela poderá ser registrada com no mínimo 33 nomes e forçar uma disputa eleitoral.
"Os líderes indicam seus nomes e formam uma chapa. Mas dentro das suas bancadas pode-se fomentar que parlamentares formem uma segunda chapa. Está permitida uma briga interna de cada bancada", disse Sibá Machado (AC), líder do PT. "É inaceitável. Eu abandonei a reunião de líderes. Está tudo contaminado. Nós temos uma única chapa. Essa história de chapa avulsa tem o dedo dos tucanos para criar problema. Hoje (ontem) à noite seria quase uma aclamação."
Para o líder do PMDB, a decisão de ontem indica um começo "ruim" e "grave" na análise do processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Picciani alertou que a manobra articulada por Cunha e deputados de oposição pode permitir que a comissão fique indefinidamente sem instalação - medida que atingiria justamente o objetivo de protelar a ação e deixar a presidente enfraquecida por mais tempo. "Deveria se prezar pela estabilidade das decisões do colégio de líderes para que a comissão pudesse legitimamente se instalar e iniciar esse debate", afirmou o peemedebista.
Picciani foi o principal alvo da estratégia adotada na tarde de ontem, já que está reticente em indicar nomes pró-impeachment. Peemedebistas da ala mais rebelde chegaram a articular a destituição do líder, mas, de acordo com Picciani, a medida não vingou. "Eu continuarei líder prezando pela estabilidade e pelo bom senso", afirmou.
 

Dilma propõe cancelar recesso parlamentar do Congresso

A presidente Dilma Rousseff
(PT) defendeu ontem que o recesso do Congresso seja suspenso para julgar o pedido de impeachment e outros "assuntos" pendentes, como medidas do ajuste fiscal.
"Numa situação de crise política e econômica como essa em que vivemos, acho que seria importante que o Congresso fosse convocado. Não é correto que o País fique em compasso de espera", afirmou. A presidente também defendeu que os congressistas folguem entre o Natal e o Ano Novo.
Assim como a presidente, líderes da base aliada querem acelerar o desfecho do processo de impeachment, mas também defendem uma pausa nos trabalhos para as festas de final de ano. A estratégia do governo para acelerar o debate foi discutida ontem em reunião entre líderes e o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini (PT), no Palácio do Planalto.
Para o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), "a opinião da maioria dos líderes" é de interromper momentaneamente os trabalhos, durante as festas de final de ano, e retomar as votações no início de janeiro.