Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 18 de Dezembro de 2015 às 15:58

Outro ministro imolado no altar do desgoverno

Certamente que Joaquim Levy fez o que pôde, em um Brasil totalmente desarticulado e com um ano em que as manchetes de jornais, rádios e TVs foram, resumindo, apenas uma: corrupção. No entanto, debaixo de críticas dos "movimentos sociais" que levaram solidariedade à presidente Dilma Rousseff (PT) contra o pedido de impeachment, chamado por alguns de golpe, o ministro Joaquim Levy, da Fazenda, não aguentou o ritmo frenético sem obter todas as metas do ajuste fiscal proposto. Optou por sair de cena, mas de maneira elegante, sem críticas, pedindo, inclusive, a união dos brasileiros. 
Certamente que Joaquim Levy fez o que pôde, em um Brasil totalmente desarticulado e com um ano em que as manchetes de jornais, rádios e TVs foram, resumindo, apenas uma: corrupção. No entanto, debaixo de críticas dos "movimentos sociais" que levaram solidariedade à presidente Dilma Rousseff (PT) contra o pedido de impeachment, chamado por alguns de golpe, o ministro Joaquim Levy, da Fazenda, não aguentou o ritmo frenético sem obter todas as metas do ajuste fiscal proposto. Optou por sair de cena, mas de maneira elegante, sem críticas, pedindo, inclusive, a união dos brasileiros. 
Após a aprovação da meta fiscal de 0,5% em 2016 pelo Congresso, Levy tomou a decisão de deixar o governo. O ministro da Fazenda defendia economia de 0,7% do PIB para o governo impedir o avanço da dívida pública.
Jovem, formado em Harvard um pecado mortal para certos círculos com viés ideológico de esquerda , desistiu da luta inglória. Foi imolado no altar do desgoverno, da desorganização, dos gastos elevados feitos ao longo de 2013 e 2014, levando as contas federais ao descalabro.
Joaquim Levy disse não se sentir traído, mas "um pouco decepcionado". Mesmo assim, cortesmente, esquivou-se de responder quando deixaria o cargo. Horas depois, Nelson Barbosa, do Planejamento, foi anunciado como seu substituto, algo que alguns analistas vinham vaticinando. E acertaram. O ministro que saiu lembrou, no entanto, que, independentemente do comandante, a Fazenda tem que ter alguém de perfil técnico e arrojado.
O já ex-ministro culpou a crise política pela retração econômica. Para ele, no cenário político brasileiro "há surpresas hebdomadárias", ou seja, semanais. A decepção do ex-ministro foi, principalmente, com o fato de não terem sido aprovadas as ações que ele chamava de aumento da justiça tributária, particularmente as medidas previstas na MP 694, que aumenta o Imposto de Renda que incide nos Juros sobre Capital Próprio (JCP) e suspende benefícios fiscais à inovação. "A maior parte daquilo que eu coloquei como uma primeira rodada de coisas importantes a serem realizadas ao longo do ano, a gente, se não conseguiu concluir, encaminhou de uma maneira muito concreta", assinalou.
A ironia da situação é que os reclamos de setores empresariais e dos movimentos sociais por uma nova política econômica não têm eco na realidade financeira do Brasil. O substituto de Joaquim Levy Nelson Barbosa tem uma varinha de condão que, ao tocar nos cofres do Tesouro Nacional, o abarrotará de recursos? Claro que não. Cortar despesas oficiais é o caminho. Porém, aí todos querem que cortem no bolso dos outros, nos subsídios dos demais setores, nos vencimentos das outras categorias de funcionalismo.
Joaquim Levy aprendeu, quando ministro, que há verdades as quais são mais perigosas em divulgar do que foi difícil descobrir. Açoitado pelos empresários paulistas e, nas ruas, pelos que compõem entidades que são braços do governo federal, o ministro Joaquim Levy tomou a única atitude que julgou correta: ou conseguia uma vitória orçamentária com um superávit pequeno, mas com o qual se comprometera até internacionalmente, ou, vendo que o Brasil caíra em descrédito no rastro da desorganização política e financeira em que estamos envolvidos, voltaria ao seu banco de origem.
Com uma dose de razão, alguns têm reclamado do que chamam de excesso de pessimismo que assola o Brasil com relação à economia. Claro, com a revisão do declínio PIB estimado para 2015 a menos 3,7%, não tem como se manter otimista, embora uma certa esperança faça bem para a economia e até mesmo para a saúde pessoal e coletiva dos brasileiros.
Evidentemente que mais confiança das famílias e dos empresários ajudaria na retomada plena da economia do País. Mais um problema para o Brasil. Levy caiu, viva Nelson Barbosa, novo ministro. Até quando?
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO