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Opinião

- Publicada em 03 de Dezembro de 2015 às 17:09

Dois presidentes com muitos destinos à frente

Sabe-se que os maus políticos reclamam de tudo e de todos. Os bons, queixam-se de poucos, e os melhores não falam mal de ninguém ou, quando reclamam, é de si mesmos. Pois depois de meses com um palavrório cansativos e interpretações as mais diversas, eis que o escorregadio – politicamente falando – deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) aceitou o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Baseado em parecer certamente erudito, eis que elaborado por três renomados causídicos, o pedido, entretanto e segundo os melhores analistas, levará tempo até entrar nos finalmentes para decisões.
Sabe-se que os maus políticos reclamam de tudo e de todos. Os bons, queixam-se de poucos, e os melhores não falam mal de ninguém ou, quando reclamam, é de si mesmos. Pois depois de meses com um palavrório cansativos e interpretações as mais diversas, eis que o escorregadio – politicamente falando – deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) aceitou o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Baseado em parecer certamente erudito, eis que elaborado por três renomados causídicos, o pedido, entretanto e segundo os melhores analistas, levará tempo até entrar nos finalmentes para decisões.
Antes disso e, quase certo, agora sem apoio dentro e fora da Câmara Federal, Eduardo Cunha verá o Conselho de Ética, que vem postergando a análise do pedido de cassação do seu mandato por falta de decorro parlamentar, no mínimo, e corrupção, no máximo, votar pela sua condenação. A presidente Dilma Rousseff – vasculhando o céu, mas com os pés presos à terra, rebateu com tranquilidade ao pedido de impeachment que, ela sabia, mais cedo ou mais tarde, seria aceito. A presidente escorregou apenas quando disse que não entendia o impedimento de “uma presidente democraticamente eleita”. Ora, só de um presidente eleito pode-se pedir impeachment.
E hoje, o presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, estará em São Paulo, almoçando na Fiesp/Ciesp, iniciando sua primeira viagem ao exterior após eleito, justamente pelo Brasil. Depois, terá encontro com sua homóloga brasileira, Dilma Rousseff. Mauricio Macri é seguidor da economia de mercado, da ortodoxia dos manuais que ensinam que a livre inciativa, normalmente, faz mais e melhor do que governos, quando vão além de suas atribuições naturais, como educação, saúde, segurança e, acrescentaríamos, investimentos em moradias populares e infraestrutura.
O novo presidente comprometeu-se a transformar a economia da Argentina, reduzindo os controles cambiais e restaurando a confiança do consumidor. No topo da lista de desafios para Macri quando ele assumir, dia 10 de dezembro, há um monstro de duas cabeças: a inflação em 25% ao ano e uma moeda artificialmente forte que torna os produtos da Argentina pouco competitivos no exterior.
É que a presidente Cristina Kirchner impôs controles cambiais em 2011, com o objetivo de conter a crescente demanda por dólares. A medida, porém, gerou efeito contrário ao pretendido. Desde então, as reservas oficiais recuaram de US$ 52 bilhões para menos de US$ 26 bilhões. Macri afirmou, sinceramente, que as estatísticas econômicas da Argentina são tão pouco confiáveis que a equipe econômica terá de assumir e avaliar a situação antes de anunciar iniciativas políticas. A Argentina tem uma taxa cambial em grande medida fixa, atualmente em 9,68 pesos por dólar, mas no paralelo chega a 15 pesos.
Então, temos dois presidentes com muitos desafios e alguns destinos à frente. Dilma Rousseff só será defenestrada do cargo caso 342 deputados aceitem o impeachment. E isso é uma tarefa difícil. E a Argentina aprendeu nos últimos anos é que precisa mudar coisas de maneira a não deixar pessoas para trás. De outro modo, as mudanças serão insustentáveis. Mauricio Macri espera obter novos financiamentos de bancos internacionais, que negociam um pacote multibilionário de empréstimos ao país. É a volta da confiança, após anos de um populismo desbragado que só desorganizou o país vizinho. É disso que o Brasil precisa, confiança para voltar a crescer.
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