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Opinião

- Publicada em 01 de Dezembro de 2015 às 16:31

Apesar dos problemas, Brasil atrai investimentos

O Brasil tem problemas socioeconômicos e políticos e o preço das principais commodities que exportamos tão cedo não terão uma melhora. Entretanto, em meio a tantas notícias desalentadoras, eis que ficamos sabendo que os Investimentos Estrangeiros Diretos no País voltaram a ser suficientes para cobrir o rombo nas contas externas em outubro.
O Brasil tem problemas socioeconômicos e políticos e o preço das principais commodities que exportamos tão cedo não terão uma melhora. Entretanto, em meio a tantas notícias desalentadoras, eis que ficamos sabendo que os Investimentos Estrangeiros Diretos no País voltaram a ser suficientes para cobrir o rombo nas contas externas em outubro.
Os recursos trazidos e destinados para o setor produtivo somaram US$ 6,712 bilhões naquele mês, resultado acima das estimativas do mercado financeiro, que iam de US$ 4,9 bilhões a US$ 6,6 bilhões, e da mediana de US$ 6 bilhões.
No ano até outubro, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo soma US$ 54,923 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses até outubro, o saldo de Investimento Estrangeiro ficou em US$ 70,723 bilhões, o que representa 3,84% do Produto Interno Bruto (PIB). O ingresso líquido de US$ 6,712 na conta de investimentos estrangeiros em outubro foi o maior do ano. Tanto no mês como no acumulado de 2015, esses aportes são suficientes para compensar o déficit de transações correntes.
Mais recentemente, o ciclo de aperto monetário aumentou o diferencial de juros entre o Brasil e o restante do mundo, tornando as aplicações brasileiras de renda fixa mais interessantes para os estrangeiros.
Quando um país perde o selo de grau de investimento, caso do Brasil com a Standard & Poor's, os fundos ficam mais reticentes em enviar recursos, porque há regras específicas que impedem aplicações em locais que não têm o título de bom pagador por pelo menos duas agências, o que ainda ocorre no caso do Brasil.
No dia 15 de outubro, a Fitch também rebaixou o Brasil em um grau, mas manteve o investment grade, apesar de ter deixado o País em perspectiva negativa.
No caso da conta de viagens, o déficit de outubro, de US$ 549 milhões, e do acumulado do ano, com US$ 10,355 bilhões, são os menores da série histórica para o mês e para o período do ano. Em novembro, até o dia 24, o déficit na conta de viagens era de US$ 424 milhões, sendo US$ 368 milhões em receitas e US$ 792 milhões em despesas. O resultado pode ser menor que o de outubro, ou seja, a trajetória de queda no déficit de viagens continua, conforme noticiado.
O Banco Central espera um déficit em transações correntes de US$ 4,5 bilhões em novembro. Mesmo assim, os investimentos diretos no País somam US$ 3,3 bilhões até o dia 24, e o BC projeta US$ 4,8 bilhões no mês. Novamente, os investimentos devem ser suficientes para financiar o déficit em transações correntes.
Já para o ano de 2015, as projeções do BC para o déficit de conta-corrente, de US$ 65 bilhões, podem ser revisadas para baixo. Por isso, não surpreende quando o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, na sigla em inglês) planeja iniciar um fundo de até US$ 50 bilhões, que será gerenciado pela Caixa Econômica Federal, para investir em projetos de infraestrutura no Brasil. O fundo será usado para financiar projetos principalmente nos setores de ferrovias, energia e agricultura.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil, especialmente em razão do forte apetite do país asiático por commodities brasileiras, como soja e minério de ferro. Com o fundo, o envolvimento da China na economia brasileira aumentará. Tanto que o Banco de Desenvolvimento da China abriu uma linha de crédito de US$ 3,5 bilhões para a Petrobras, com todos os escândalos na estatal brasileira. Enfim, nem tudo são más notícias, apesar da crise.
 
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