Um incêndio de grandes proporções atingiu ontem o Museu da Língua Portuguesa, na região Central de São Paulo. O prédio, inaugurado em 1867, é localizado na Praça da Luz e, às segundas-feiras, fica fechado ao público. Entretanto, um vigilante da brigada de incêndio do museu morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Pelo menos uma pessoa passou mal na Estação da Luz e foi socorrida pelos bombeiros. Não há informações sobre as causas do incêndio.
"O incêndio começou no primeiro andar e passou rapidamente para o segundo por conta da estrutura do prédio, que é basicamente madeira", afirmou o comandante dos Bombeiros, Valdir Pavão.
O museu, aberto em março de 2006, é um dos mais visitados do Brasil e da América do Sul. Ele foi concebido e implantado pela Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo, graças a convênio com o governo de São Paulo. O projeto de implantação do museu e restauração do prédio da Estação da Luz custou aproximadamente R$ 37 milhões, segundo dados oficiais. O espaço é considerado um dos mais modernos da cidade de São Paulo, por apresentar de forma expositiva com uso de tecnologia de ponta e recursos interativos para a apresentação de conteúdos.
De acordo com o arquiteto Pedro Mendes da Rocha, filho de Paulo Mendes da Rocha, um dos responsáveis pelo projeto do museu, o telhado em madeira e zinco favorece a propagação das chamas. Ele explica que o prédio foi reforçado com estruturas de concreto armado para tentar minimizar o risco de incêndio por conta da grande quantidade de madeira por se tratar de um prédio centenário. "É uma tragédia que se repete. Em 1947, esse mesmo prédio foi consumido pelas chamas. Não imaginávamos que isso fosse voltar a acontecer", lamentou.
Ao lado do prédio, fica a Estação da Luz, ponto de interseção entre metrô e trem no Centro de São Paulo. O incêndio afetou a circulação dos trens de duas linhas. Segundo a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, a ala do prédio destinada ao funcionamento da estação não foi atingida. Entretanto, ela foi fechada a pedido dos bombeiros, por questão de segurança devido à fumaça tóxica.