A Justiça Militar do Rio Grande do Sul julgou ontem os recursos do processo envolvendo a tragédia na boate Kiss, em Santa Maria, que deixou 242 pessoas mortas em janeiro de 2013. A corte elevou as penas para dois bombeiros já condenados e condenou um terceiro bombeiro que havia sido absolvido. A sessão de julgamento ocorreu durante quase todo o dia de ontem no Tribunal de Justiça Militar, em Porto Alegre.
O tenente-coronel Moisés da Silva Fuchs, ex-comandante dos bombeiros de Santa Maria, foi condenado a quatro anos e cinco meses de prisão, pelos crimes de falsidade ideológica e também por prevaricação, em razão de não ter punido um sargento que administrava uma empresa de prevenção contra incêndios, o que é proibido pelas regras militares. O militar tinha sido condenado inicialmente a um ano de prisão por inserção de declaração falsa.
O capitão Alex da Rocha Camilo, por sua vez, teve a pena aumentada de um para dois anos, por ter atestado, em 2011, que a Kiss tinha condições de funcionar. Já o tenente-coronel Daniel da Silva Adriano, que havia sido absolvido no primeiro julgamento, também foi condenado a dois anos de prisão, por falsidade ideológica, por ter assinado o primeiro alvará da boate, em 2009.