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- Publicada em 02 de Dezembro de 2015 às 22:28

Teremos uma geração com problemas neurológicos, alerta Gabbardo

Gabbardo (c) reuniu prefeitos de cidades com casos elevados de dengue

Gabbardo (c) reuniu prefeitos de cidades com casos elevados de dengue


Marcelo G. Ribeiro
Isabella Sander
O secretário estadual de Saúde, João Gabbardo, se mostrou ontem preocupado com a aproximação do Zika vírus do Rio Grande do Sul. Gaúchos e o catarinenses são os únicos ainda não afetados pelo Zika, causador da microcefalia em bebês. “Não há dúvida de que teremos uma geração de crianças com problemas neurológicos causados pela microcefalia. Já temos 1.248 casos, a maioria no Nordeste. Se a epidemia chegar a áreas mais densamente povoadas, como Rio de Janeiro e São Paulo, o resultado será catastrófico”, ressalta.
O secretário estadual de Saúde, João Gabbardo, se mostrou ontem preocupado com a aproximação do Zika vírus do Rio Grande do Sul. Gaúchos e o catarinenses são os únicos ainda não afetados pelo Zika, causador da microcefalia em bebês. “Não há dúvida de que teremos uma geração de crianças com problemas neurológicos causados pela microcefalia. Já temos 1.248 casos, a maioria no Nordeste. Se a epidemia chegar a áreas mais densamente povoadas, como Rio de Janeiro e São Paulo, o resultado será catastrófico”, ressalta.
A propagação da enfermidade, que gera deficiências como cegueira, surdez e retardo mental em recém-nascidos de gestantes picadas pelo mosquito transmissor, tem ocorrido rápido. Os primeiros casos no Brasil foram identificados há pouco mais de duas semanas. Na primeira semana, foram registrados 399 casos. O número subiu para 739 na segunda semana e, agora, está em 1.248. A concentração maior é no Nordeste, mas todos os estados, menos Rio Grande do Sul e Santa Catarina, possuem suspeitas. Gabbardo estima que, até o final de 2015, haja mais de 5 mil crianças com microcefalia.
A gravidade da situação aumenta com a chegada do verão, uma vez que o mosquito transmissor, o Aedes aegypti (o mesmo que transmite dengue), costuma se proliferar em clima quente. “Todas as condições climáticas estão favoráveis para que tenhamos uma quantidade maior de dengue e Aedes, pois o que costumava proteger um pouco o Estado era o frio do inverno, mas a estação foi amena neste ano. Tivemos muita chuva e teremos um verão também chuvoso, condição ideal para haver mais mosquitos. Infelizmente, por mais que queiramos evitar, a expectativa é de que tenhamos os primeiros casos de microcefalia ainda neste verão”, lamenta.
O governo do Estado busca se preparar para o combate ao Zika vírus no próximo mês, antes do período no qual normalmente o Aedes aegypti se manifesta com mais intensidade. Ontem, Gabbardo se reuniu com os prefeitos das 12 cidades onde se concentraram 98% dos 1.039 casos de dengue autóctones no último verão, a fim de criar uma força-tarefa preventiva aos criadouros do mosquito, em água parada. No Rio Grande do Sul, mais de 50% dos insetos e larvas são encontrados em focos de lixo, onde há, por exemplo, grande quantidade de pneus em áreas abertas, nos quais a água se mantém. Outros 35% se encontram em domicílios. Na próxima semana, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) iniciará capacitação de agentes municipais de saúde, com o objetivo de intensificar as ações.
Conforme o presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Luiz Carlos Folador, a entidade encaminhará um ofício a todas as 497 prefeituras do Estado com um alerta sobre o Zika vírus. “Chamaremos todos os municípios e comunicaremos os 27 presidentes das associações de municípios do Estado, para que toda todas as cidades se envolvam nessa campanha. O tema é de grande gravidade e precisamos antecipar as ações”, afirma. O gestor pretende fazer um vídeo sobre o assunto para transmitir na TV Famurs.
O problema é tão grave, que Folador considera além das dificuldades financeiras vividas pelos municípios. “Nesse caso, não poderemos pensar na dificuldade financeira. Teremos que reorganizar as finanças, repassar de outras áreas, para que, com recurso próprio, as prefeituras, com suas máquinas, agentes e equipes de Saúde da Família consigam fazer um trabalho coordenado. Tenho certeza de que os prefeitos se sensibilizarão com a situação”, garante.
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