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Perspectivas 2016

- Publicada em 17 de Dezembro de 2015 às 19:04

Faturamento retorna a patamares de 2006

Produção nacional de veículos rebocados cairá 50% neste ano, resultado que deve se repetir em 2016

Produção nacional de veículos rebocados cairá 50% neste ano, resultado que deve se repetir em 2016


MARCOS NAGELSTEIN/JC
Roberto Hunoff
A indústria metalmecânica de Caxias do Sul acumula, de janeiro a outubro, faturamento de R$ 11,1 bilhões, em queda de 27% sobre igual período do ano passado e o menor valor desde 2006. O segmento automotivo, responsável por 71,5% da receita da atividade, tem queda ainda maior: de 31%, para R$ 7,9 bilhões.
A indústria metalmecânica de Caxias do Sul acumula, de janeiro a outubro, faturamento de R$ 11,1 bilhões, em queda de 27% sobre igual período do ano passado e o menor valor desde 2006. O segmento automotivo, responsável por 71,5% da receita da atividade, tem queda ainda maior: de 31%, para R$ 7,9 bilhões.
O declínio impactou de forma severa o mercado de trabalho. Nos 10 meses do ano, foram fechados 7.363 postos formais nos três setores que compõem o segmento metalmecânico. A expectativa é de que mais 1,5 mil dispensas ocorram no último bimestre, reduzindo para 37 mil o número total de empregados, que era de 55,4 mil no início de 2014.
Os dados constam de levantamento do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs). De acordo com o presidente da entidade, Getulio Fonseca, mesmo com a retomada da econômia, as vagas fechadas não serão reabertas, pois o setor está investindo na automação industrial como forma de melhorar a competitividade. Também destacou que a média de salários teve recuo de 30% neste ano.
Para o dirigente sindical, o próximo ano continuará sendo de retração forte em função da falta de perspectivas de mudanças na condução política e econômica. Cita que, além dos problemas atuais continuarem, como PIB negativo, inflação e taxas de juros altas, o cenário se agravará se a CPMF retornar. "Números iguais aos de 2010, quando chegamos aos R$ 23 bilhões, somente serão possíveis lá por 2022", projetou.
Lideranças que acreditavam que a atividade produtiva tivesse alcançado seu patamar mínimo em outubro, ficaram perplexas com a queda média de 50% em novembro na comparação com igual mês do ano passado, o que aumentou a preocupação em relação ao início de 2016 e gerou o sentimento de que novos ajustes se farão necessários. Para Paulo Corso, diretor de operações da Marcopolo, não há ainda a certeza de que a economia bateu no fundo poço.
O diretor observou que a maioria dos setores da empresa terá férias de 30 dias na virada do ano, pois não há carteira de pedidos. Apenas a linha de urbanos funcionará em Caxias do Sul para atender a pedido de 230 novos ônibus para o transporte coletivo de Porto Alegre, que deverão ser entregues até o fim de janeiro. Ele estimou o mercado interno de ônibus, neste ano, em torno de 13,5 mil veículos, volume 45% inferior ao de 2014. Avalia que para 2016 a situação deve ser muito parecida. A empresa tem market share próximo a 40% no mercado interno.
Para Alexandre Gazzi, diretor corporativo de implementos rodoviários e veículos das Empresas Randon, novos ajustes terão de ser feitos no início de 2016. Destacou que, a partir de agora, os clientes farão contas antes de decidirem comprar bens de capital, como os implementos rodoviários. "Antes, com juro fixado, o transportador sabia qual era o valor mensal a ser pago. Agora, com TJLP, não tem mais esta referência. Além disso, 75% das vendas de veículos pesados dependem de Finame", ressaltou. Gazzi destacou que a produção nacional de veículos rebocados cairá na ordem de 50%, neste ano, para algo como 30 mil unidades. "Em 2013, chegamos a 75 mil, com média de 60 mil nos últimos anos." A expectativa para 2016 é de se repetirem os números deste ano.
A diretoria da Agrale projeta, para o próximo ano, queda em torno de 10% no mercado nacional de tratores, de 37 mil para 33 mil unidades. No segmento de caminhões, a projeção varia de 5% a 10%, para 65 mil unidades, e em ônibus o volume pode oscilar de 10 mil a 15 mil, dependendo das licitações das prefeituras para o transporte coletivo. Para o diretor Rogério Vacari, o País vive uma crise de confiança que, aliada à falta de financiamentos, indispensáveis ao segmento de bens de capitais, faz com que haja retração ainda maior.
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