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Perspectivas 2016

- Publicada em 17 de Dezembro de 2015 às 12:36

Remando contra maré, polo projeta retomada

Atingidos por respingos da Operação Lava Jato, estaleiros de Rio Grande e São José do Norte esperam retomada lenta das atividades neste ano
Atingidos por respingos da Operação Lava Jato, estaleiros de Rio Grande e São José do Norte esperam retomada lenta das atividades neste ano
Se a crise econômica afetou todos os segmentos industriais neste ano, o de óleo e gás sofreu ainda mais devido ao "engessamento" provocado pela Operação Lava Jato. Para 2016, no caso do polo naval de Rio Grande, a expectativa é de um reaquecimento dos trabalhos, porém, de forma lenta.
O diretor da Fiergs Marcus Coester acredita que não se pode alimentar grandes perspectivas para a indústria naval brasileira no próximo ano. "Será um período de muito cuidado ainda, muita prudência por todas as partes envolvidas, operadoras, fornecedores e subfornecedores", projeta. Coester acrescenta que os resultados dos mais recentes leilões de bacias de petróleo, promovidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), tiveram pouca movimentação, demonstrando esse ponto.
De acordo com o executivo, essa questão está atrelada ao cenário internacional, com pouco investimentos, por conta do preço baixo do barril de petróleo. Além disso, Coester projeta que os reflexos da crise pela qual passa o Brasil não serão esquecidos em curto prazo. "É um processo que levará alguns anos para se recompor e aí teremos que ver em que bases." O dirigente reitera que, se o petróleo se mantiver nesses patamares de preço por muito tempo, para a indústria as perspectivas serão modestas.
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte, Sadi Machado, torce para que 2016 seja menos turbulento para a indústria naval gaúcha. Machado destaca que no caso do estaleiro EBR, localizado em São José do Norte, existe a encomenda da plataforma P-74, porém, até o momento, não há outro pedido confirmado.
Quanto às plataformas P-75 e P-77, que teve um aditivo de contrato recentemente firmado entre Petrobras e estaleiro QGI, Machado estima que a retomada dos empreendimentos deverá ser intensificada a partir de março. No caso da Operação Lava Jato, o sindicalista defende que precisam ser punidos os empresários que desviaram recursos e não as empresas. "Não se pode deixar as companhias fora das concorrências de licitações e trabalhadores sem empregos", aponta.
Já o vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) na região Sul, Eduardo Krause, acredita que "o pior momento" acompanhará a economia até o primeiro semestre do próximo ano. "Já passamos por situação mais adversa, com inflação de 40% ao ano, então as coisas vão se acomodar", prevê. O dirigente acrescenta que, embora com as dificuldades enfrentadas no setor atualmente, a Ecovix, empresa responsável pelo Estaleiro Rio Grande, está construindo os cascos FPSOs (unidades flutuantes que produzem e armazenam petróleo) encomendados pela Petrobras. A P-66 foi entregue no final do ano passado, a P-67 deixou Rio Grande em setembro e a P-68 foi enviada para a China para ser implementada. A Ecovix ainda tem na sua carteira de serviços as plataformas P-69, P-70, P-71, P-72 e P-73. Krause reitera que são obras já contratadas, que garantirão trabalho por mais três anos, pelo menos.
"Se por um lado a situação da indústria naval no País está muito difícil, no Rio Grande do Sul temos obras, diferentemente de outros estados", ressalta Krause. O dirigente informa que em meados de novembro havia aproximadamente 6 mil trabalhadores atuando no Estaleiro Rio Grande e mais cerca de 3,5 mil pessoas no estaleiro da EBR, em São José do Norte. Esses números aumentarão quando chegar o casco da P-74 no complexo do EBR e quando a QGI trabalhar na P-75 e P-77. "Em um início de ano que todo mundo já preconiza como difícil, atividade nós vamos ter", comemora Krause.
O estaleiro EBR intensificará os trabalhos a partir do próximo ano. De acordo com o prefeito de São José do Norte, Jorge Sandí Madruga, a perspectiva é de que o casco da P-74 chegue ao Estado em fevereiro para fazer a integração dos módulos.
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