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Conjuntura

- Publicada em 23 de Dezembro de 2015 às 19:31

Inflação deve chegar a 10,8% neste ano e a 6,2% em 2016, estima o BC

Projeção se baseia no patamar de Selic e dólar

Projeção se baseia no patamar de Selic e dólar


JONATHAN HECKLER/JC
A inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), neste ano, vai chegar a dois dígitos e passar longe do teto da meta de 6,5%. A projeção do Banco Central é que a inflação feche este ano em 10,8%. A estimativa divulgada em setembro era de 9,5%. A última vez que a inflação ultrapassou dois dígitos foi em 2002, quando chegou a 12,53%.
A inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), neste ano, vai chegar a dois dígitos e passar longe do teto da meta de 6,5%. A projeção do Banco Central é que a inflação feche este ano em 10,8%. A estimativa divulgada em setembro era de 9,5%. A última vez que a inflação ultrapassou dois dígitos foi em 2002, quando chegou a 12,53%.
A previsão consta no Relatório de Inflação, divulgado trimestralmente pelo BC. Para 2016, a estimativa para o IPCA subiu de 5,3% para 6,2%. Em 2017, a inflação deve ficar em 4,8%.
Essas projeções são do cenário de referência, elaborado com base na taxa básica de juros, a Selic, no atual patamar (14,25% ao ano), e o dólar a R$ 3,90. O BC também divulga estimativas do cenário de mercado, em que são usadas projeções de analistas de instituições financeiras para a taxa Selic e câmbio. Neste caso, o IPCA também deve ficar em 10,8%, ante 9,5% previstos em setembro. Para 2016, a estimativa de mercado foi ajustada de 5,4% para 6,3%. Em 2017, a inflação deve ficar em 4,9%.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu como meta de inflação 4,5% para 2016 e 2017, sendo que o limite de tolerância é dois pontos percentuais no ano que vem e 1,5 ponto em 2017. Quando a meta é ultrapassada, o presidente do BC tem de enviar carta aberta ao ministro da Fazenda com as explicações para o descumprimento. A última vez que isso aconteceu foi em 2003, quando a inflação atingiu 9,3%.
O BC também espera por maior retração da economia neste ano. A projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no País, passou de 2,7%, divulgada em setembro, para 3,6%. Para 2016, a estimativa de queda do PIB é 1,9%.
Ao apresentar as novas projeções para PIB e inflação em 2015 e 2016, o diretor de Política Econômica do BC, Altamir Lopes, afirmou que as taxas de juros vão subir quando e se o Copom (Comitê de Política Monetária) julgar necessário, mesmo em um ambiente de atividade fraca. Disse ainda que a estratégia da instituição é restringir a inflação de 2016 ao limite de 6,5% e colocar o IPCA em 4,5% em 2017.
Questionado sobre pressões políticas para baixar juros, diante da queda na atividade e do aumento do desemprego, Lopes afirmou que a inflação é tão ruim ou pior que esses problemas. "Se você conseguir fazer um ajuste e trazer a inflação para a meta, os ganhos para a sociedade são muito maiores", afirmou.
"O nosso mandato em relação à inflação é um só. É trazer a inflação para a meta. Temos determinação, compromisso, autonomia e instrumentos para agir. E vamos agir se necessário", disse o diretor. Para o BC, apesar do aumento do desemprego, os reajustes salariais ainda representam uma ameaça à inflação.
Lopes disse ainda que a inflação e outros fatores que causam incertezas, de natureza política e fiscal, atrapalham o processo de recuperação da economia. "O empresário está louco para investir. O que a gente precisa é só recompor a confiança, tanto de consumidores quanto de empresas, para esse processo andar." Sobre a possibilidade de moderar o ajuste fiscal e monetário para favorecer o crescimento, Lopes disse que o processo poderia ser "um pouco menos dolorido", mas implicaria em um período mais longo de sofrimento.

Entrada de dólar supera saída em US$ 11,9 bilhões

O fluxo cambial subiu de
US$ 10,1 bilhões em 2015 até o último dia 11 para US$ 11,9 bilhões no ano até a sexta-feira passada (18), de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira. No mesmo período de 2014, o fluxo cambial estava positivo em US$ 380 milhões.
No acumulado de 2015, houve saídas líquidas de US$ 9,8 bilhões da área financeira, que reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações. Neste segmento, foram registrados ingressos de US$ 506,2 bilhões e envios de
US$ 516 bilhões no período.
No comércio exterior, o saldo ficou positivo em US$ 21,7 bilhões no período em questão, com importações de US$ 152,1 bilhões e exportações de US$ 173,9 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 34,1 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 43,4 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 96,3 bilhões em outras operações.
Após ter registrado um saldo positivo de US$ 3,8 bilhões em novembro, o fluxo cambial de dezembro teve entradas líquidas de US$ 374 milhões até o dia 18. O envio de dólares pelo canal financeiro foi de US$ 3 bilhões no período, resultado de entradas no valor de US$ 32,9 bilhões e de remessas no total de US$ 36 bilhões.
No comércio exterior, o saldo ficou positivo em US$ 3,4 bilhões em dezembro até a sexta-feira passada, com importações de
US$ 7,5 bilhões e exportações de US$ 10,9 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 2 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 4,2 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e
US$ 4,7 bilhões em outras entradas.
Na semana de 14 a 18 de dezembro, o saldo é positivo em
US$ 1,7 bilhão.
A entrada de dólares pelo canal financeiro foi de US$ 836 milhões na semana, resultado de ingresso no valor de US$ 13,9 bilhões e de envios no total de US$ 13,1 bilhões.
Já no comércio exterior, o saldo ficou positivo em US$ 926 milhões de 14 a 18 de dezembro, com importações de US$ 2,9 bilhões e exportações de US$ 3,8 bilhões. Nas exportações, estão incluídos
US$ 693 milhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 1,1 bilhão em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 1,9 bilhão em outras entradas.